Cadu Albuquerque, presidente da FERJEE (Foto: Talita Morena/Dust2 Brasil)

Presidente da FERJEE avalia evolução do Circuito e "fantasma" da DreamHack Rio

Cadu Albuquerque projetou o futuro do campeonato e ainda explicou participação no GET Rio

Há dois anos já sendo realizado, o Circuito da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esportes Eletrônicos vai se consolidando no calendário brasileiro de CS2. Nesta temporada o campeonato foi disputado por importantes equipes e teve aquela que pode ser a maior premiação de 2024. À Dust2 Brasil, o presidente Cadu Albuquerque da FERJEE afirmou que a evolução do torneio ajudará a quebrar paradigma quanto federações e espantar o fantasma da DreamHack Rio 2019.

"Essa edição é um grande marco porque é o maior evento que a federação já fez. Então, quebramos esse paradigma (do preconceito contra as federações). As equipes têm elogiado publicamente e internamente toda a estrutura e todo o empenho da federação. Precisamos mostrar que não é só fora no Brasil que eventos como estes podem ser feitos", afirmou.

Mantendo o raciocínio, Albuquerque disse ainda que o Rio de Janeiro e o Brasil podem fazer eventos com os próprios brasileiros, mas sem precisar de uma grande marca internacional: "Esse é o objetivo do Circuito. Quero muito que o Circuito chegue em um patamar de um campeonato da ESL, como a IEM. Em nível de produto, de qualidade, de equipamento e que todos podem ter a certeza que não estamos perdendo para eles."

A própria FERJEE, em 2019 e na gestão de Paulo Ribas, buscou fazer um campeonato de nível internacional no Rio de Janeiro, a DreamHack 2019, LAN que é mais lembrada pelos problemas e dívidas com equipes e fornecedores do que pelo resultado em si.

Para Albuquerque, o sucesso do Circuito deste ano espanta o fantasma da DreamHack que acompanha a federação há cinco anos.

"Nós estamos há dois anos à frente da federação e pagando a conta da DreamHack até hoje. A dívida que existe com o Ministério do Esporte está sendo paga pela nossa gestão. Mas é esse o objetivo: apagar realmente esse fantasma e mostrar que, sim, podem existir federações nos esports com capacidade de entregar um evento da mesma forma que as desenvolvedoras e as organizadoras internacionais entregam", destacou.

Público presente no Rio Innovation Week acompanhando o Circuito FERJEE (Foto: Talita Morena/Dust2 Brasil)

A base de captação de recursos

O Circuito da FERJEE é um dos eventos de esportes eletrônicos que vêm se utilizando das leis de incentivos existentes no Brasil. Mais precisamente, a federação utilizou a Lei de Incentivo ao Esporte do Estado do Rio de Janeiro para captar R$ 3 milhões de reais, o que também fez para a edição de 2023.

Porém, de acordo com Albuquerque, há diferenças entre as duas edições. A principal é que a deste ano teve menos etapas que a anterior, realizadas nos municípios de Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro, dentro do Rio Innovation Week.

"Ano passado estávamos em uma construção da marca, estávamos aprendendo. Então acabamos gastando de forma errada. É normal você gastar em evento de forma errada e é daí que vem o aprendizado. Eu faço mea culpa. Já neste ano fomos assertivos", explicou.

O presidente da FERJEE apontou ainda os erros cometidos em 2023: "A gestão da parte online do Circuito no ano passado foi feita por uma startup que não tinha experiência. Não tivemos tanta divulgação e apelo. Gastamos dinheiro errado com isso. Faz parte do aprendizado. Já neste ano fechamos com a Gamers Club, que é a maior plataforma do país."

Onde a FERJEE quer chegar?

Considerando o CS2 uma "paixão nacional", o presidente da FERJEE afirmou que a federação não pode ficar longe de um jogo com tanta representatividade e que o objetivo da entidade é manter o circuito tendo o FPS da Valve como a maior modalidade.

"O ápice do Circuito é ter o tamanho de uma IEM, trazendo equipes internacionais e continuando fomentando no nosso estado, no nosso país, mas podendo ter convite para equipes internacionais participarem do campeonato, engrandecendo ainda mais o nosso evento", afirmou.

Para isso Albuquerque não descarta fazer uma etapa do Circuito em uma arena, mas deixando claro que não deixará a do Rio Innovation Week de lado.

"Não tenho o objetivo de tirar o Circuito do RIW porque ele é muito forte e que é muito importante para as marcas, fora que traz credibilidade para o nosso evento. Mas tenho o objetivo de crescer com o Circuito. Então, é crescer em novas etapas como fizemos ano passado e como fizemos esse ano em Itaguaí, e, sim, fazer eventos em arena, com uma estrutura diferente, como o Parque Olímpico. Temos um sonho de fazer um evento lá", explicou.

Participação no GET Rio

Albuquerque teve o nome bastante comentado em outra LAN de CS2 que aconteceu no Rio de Janeiro, este ano: o Global Esports Tour (GET) Rio, de responsabilidade da Confederação Brasileira de Games e Esports (CBGE), a qual a FERJEE é filiada. Lá, em muitos momentos, apareceu como tomador de decisão, mas garantindo que participou como "pessoa física".

"Em relação ao GET Rio, eu, como pessoa física, quis ajudar sim, porque era um evento grandioso. Era um evento grande que ia acontecer dentro do nosso estado, que era emblemático para o nosso estado. Então, eu e algumas pessoas da minha equipe, com outras pessoas que trabalham na Gamers Club e são conhecidas no cenário abraçaram a causa para termos uma entrega relativamente mínima para termos algum êxito no evento, que era o objetivo ali. Então, assim, foi um esforço a mais de todo mundo, mas que no final, pelo menos na parte competitiva, foi entregue", explicou.

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