rikz sobre paiN: "Lineup mais promissora desde que entrei"
O Brasil ficou a uma MD3 de se classificar para os playoffs da IEM Cologne 2024 com a paiN, que chegou ao jogo decisivo do grupo A, mas caiu diante da G2 por 2 a 0. Henrique "rikz" Waku, treinador dos brasileiros, avaliou a campanha no presencial na Alemanha.
"Não é um sentimento de tristeza totalmente. É claro que a gente queria ter passado, queria jogar no palco, apresentar mais tempo o Brasil aqui. Mas perdemos para um grande time. Fizemos uma bela campanha. Se eu não me engano, faz uns sete anos que um time brasileiro não chegava nessa etapa do campeonato."
"Temos que estar muito orgulhosos da gente, o time inteiro. Demos de tudo. Estamos treinando há muito tempo, são vários campeonatos seguidos. É um sentimento de tristeza, mas tenho certeza que é só por hoje. Sabemos que demos nosso melhor, estamos todos com a consciência tranquila", disse rikz.
A paiN começou perdendo na IEM Cologne e conseguiu duas vitórias, passando à fase de grupos. No main event, começo ruim para os brasileiros novamente, que mais uma vez venceram dois jogos.
"(Uma avaliação) muito positiva. Acho que tem que olhar como um todo, não só esse campeonato, mas a gente vem de uma campanha muito boa desde o final do player break. Se não me engano, jogamos cinco campeonatos e ganhamos três ou quatro, saímos na final de um. Agora teve aqui em Cologne."
"É muito positiva. Tudo que viemos fazendo está dando certo, os jogadores estão muito bem, se empenhando demais, dando a vida mesmo. Só tenho a agradecer aos jogadores, torcedores, organização da paiN, todo mundo. Tudo está sendo muito positivo e tenho certeza que continuará assim, com a gente evoluindo como sempre", adicionou o treinador.
No primeiro grande campeonato com a formação atual, a paiN finalizou a campanha na 7ª/8ª colocação. Rikz, que trabalha na organização desde 2021, mostra animação e confiança no quinteto.
"Essa é a line mais focada que já tivemos. Todos são muito concentrados, focados em fazer um bom trabalho, dar a vida e querem demais. Eles dão 100%, até 110% se precisar. Não tem hora e dia ruim. Então, por essa vontade, acho que é a line mais promissora que a paiN teve desde que eu entrei."
No âmbito regional, a paiN tem dominado o cenário, tendo vencido as últimas três seletivas que disputou. Questionado sobre o que fazer para o time evoluir mais, rikz falou sobre ter mais contato com times europeus.
"Precisamos um pouquinho mais de treino na Europa. Não podemos treinar por conta desses campeonatos e classificatórias no Brasil (antes de Cologne), que são seletivas que não podemos jogar na Europa, somente no Brasil. Então, não foi por opção da organização ou da administração, mas sim por calendário que não pudemos vir para a Europa treinar já que tivemos essas seletivas que foram muito positivas para nós", disse.
A 9z, equipe que também já foi dominante na América do Sul, optou pela mudança para a Europa visando evoluir ainda mais. Agora, o time mora em Madri, na Espanha. Rikz elogia o nível dos treinos sul-americanos e uma possível ida para o Velho Continente.
"Não precisa morar na Europa, na minha visão. Mas chegar duas semanas antes e treinar duas semanas na pegada, contra os melhores times do mundo, já ajuda bastante, dá confiança, tira um mapa aqui e outro ali no treino. Quando você sente para jogar, você já conhece um pouco mais o estilo deles, é um CS melhor do que o brasileiro."
"Estamos chegando lá, mas ainda falta um pouco. É treinando contra os melhores que você melhora. Faltou um pouquinho de treino na Europa, porém agora vamos jogar dois campeonatos (na Europa), teremos pelo menos uma semana para treinar e acredito que teremos resultados melhores contra os europeus", seguiu rikz.
As vitórias nas classificatórias recentes levaram a paiN para outros dois torneios na Europa que acontecerão este mês. O treinador falou de como será o planejamento da equipe para as próximas semanas.
"Vamos ficar aqui na Europa por pelo menos mais uns 20 dias já que temos a BetBoom Dacha e a BLAST Showdown para disputar, e depois voltaremos para o Brasil. Acho que não é tão necessário mais morar na Europa porque muitos classificatórios hoje em dia você é obrigado a voltar pro Brasil para jogar. Você falava que queria jogar no NA e ficava jogando as seletivas de lá, porém agora alguns campeonatos agora obrigam que você esteja jogando no Brasil, como antigamente não era."
"Ficar na Europa para você ter que ficar indo e voltando acho muito cansativo. O nível do Brasil melhorou bastante, tem vários times que estão ficando e treinando lá, e o nível está muito bom. O cenário sul-americano é mais forte do que o norte-americano e o asiático, só perde para o europeu, então acredito que é tranquilo treinar no Brasil e, antes de campeonatos importantes, passar um tempo na Europa, porém não precisa morar necessariamente", seguiu.
A melhora nos treinos na América do Sul se dá pela volta das equipes brasileiras que moravam fora, opina rikz.
"Os treinos na América do Sul estão muito bons, antigamente era meio ruimzinho mesmo, não tinham tantos times bons porque todos os brasileiros estavam lá fora, principalmente no NA. Assim ficava muito ruim de treinar, porém com vários times que tiveram que voltar para jogar esses classificatórios, os treinos estão muito bons."
"Não se compara à Europa, porém estão muito bons. Acho tranquilo ficar um pouco na Europa, um pouco no Brasil e quando faltarem duas semanas para um campeonato, fazer um bootcamp bem maçante mesmo, de 16 horas por dia treinando, para chegar bem quente e focado no campeonato", finalizou o treinador da paiN.
A Dust2 Brasil está cobrindo o evento em parceria com a BC.GAME
