cryo na época em que competia jogando a GC Masters 2017 (Foto: Felipe Guerra/Gamers Club)

Ex-jogador brasileiro vira designer e sonha com skin própria no CS2

cry0, em um ano, já produziu por volta de 250 skins e tem quatro coleções favoritas

Presente no competitivo entre 2016 e 2019, Thiago "cryo" Amorim voltou a se envolver com o Counter-Strike após passagem pelo VALORANT. O ex-jogador agora é designer de skins, carreira pouco comentada quando se trata do jogo, mas que possui um próprio comércio no qual gira enormes cifras.

Em entrevista à Dust2 Brasil, cryo contou que se tornar designer de skins une dois amores da vida: o desenho e os próprios cosméticos do CS. Mas não foi uma decisão fácil já que, de acordo com o próprio ex-jogador, ele queria se afastar do FPS. O diferencial foi o apoio dado pela namorada e por amigos, como Matheus "deM0" Yokomizo, outro ex-jogador e atual streamer.

"Quando comecei a produzir as skins eu queria me afastar do CS2. Apareceu essa oportunidade, novamente fiquei perto do jogo e falei: 'me conheço e, se eu ficar muito no meio do CS, vai vir aquela vontade de jogar competitivamente'. Só que estou num momento de carreira que eu não tenho mais carreira como jogador, e eu aceitei esse fato. Já foi meu tempo, não deu certo, mas tudo bem", explicou.

Para não cair na tentação, cryo só abre o CS2 atualmente para avaliar o próprio trabalho. "E realmente eu não quero voltar para esse buraco. Por mais que eu gostasse de competir e eu tive bastante chance de ser alguém mais conhecido, um player melhor, mas sinto que tomei muitas decisões erradas na minha vida", completou.

Início no mundo das skins

cryo completará um ano na nova carreira dentro de 20 dias. O começo foi autodidata, com o ex-jogador procurando tutoriais de como produzir as skins.

"Aí eu falei: 'A, vou pular de cabeça', só para brincar porque, no fim das contas, querendo ou não é um hobbie. Eu não tinha experiência nenhuma, nunca tinha aberto o Photoshop ou outros programas usados para a produção das skins. Decidi tentar, fui baixando os programas e progredindo a cada skin feita", relembrou.

MARS foi a última coleção lançada por cryo e a qual considera um marco na carreira (Foto: Reprodução/Workshop da Steam)

Nesse período, cryo estimou ter produzido por volta de 250 skins, todas publicadas no workshop da Steam. Em autoavaliação, o ex-jogador acredita que 170 do total tem potencial para, um dia, serem lançadas no CS2.

E cryo tem as coleções favoritas para que sejam aceitas pela Valve e, assim, lançadas no jogo. São elas: Evo, Formula CS, MARS e Opposing Forces.

A MARS, conforme explicou o ex-jogador, é a mais recente: "Foi um marco muito grande quanto a evolução das minhas habilidades com os programas que eu uso.

Já a coleção mais popular é a Formula CS, a qual concebeu junto com dem0. "Ele me ajudou com a ideia porque é um cara que está mais antenado com o automobilismo, Fórmula 1. Ele deu a ideia e trabalhamos juntos nessa coleção", explicou.

Formula CS é uma das coleções que cryo gostaria de ver no CS2 (Foto: Workshop da Steam)

Mas como a Valve escolhe as skins? Apesar de já produzir os cosméticos há um ano, nem cryo sabe explicar. Isso porque a desenvolvedora nunca se pronunciou publicamente, nem para os próprios designers, como as escolhas das skins são feitas.

O que o designer sabe, com base em conversas com outros profissionais, é que a Valve se baseia na qualidade e consistência das skins produzidas. "Não tem um caminho descrito pela Valve. Nisso, todo mundo vai descobrindo produzindo as skins, falando com outros designers e traçando o próprio caminho", afirmou.

"Pelo o que me falaram, a Valve fica de olho no X, no Reddit e às vezes entram de fato no workshop da Steam. Eles ficam de olho especialmente se um designer já foi aceito", completou.

Coleção Opposing Forces é uma das produzidas por cryo com mais visualizações (Foto: Reprodução/Workshop Steam)

Apesar de já estar há quase um ano produzindo skins, cryo disse que ainda não decidiu por completo se é por esse caminho que seguirá na vida. Porém, o ex-jogador não descarta trabalhar com desenvolvimento de jogos.

"Atualmente eu sou autônomo e está dando tudo certo. Mas, se meu trabalho produzindo skins de certo, talvez com o dinheiro que eu possa ganhar eu focaria mais nesse trabalho. Eu gostaria de transformar em um negócio", pontuou.

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