"Claro que não estou feliz", diz fundador do MIBR sobre fase do time

Fundador do MIBR e atualmente um dos conselheiros da organização, Paulo "pvell" Velloso marcou presença na IEM Rio e conversou com a Dust2 Brasil sobre como enxerga a situação da organização cinco anos após vender a marca para a americana Immortals Gaming Club. Por mais que tenha gostado da evolução em termos operacionais, o "pai" do Made in Brazil não se mostrou feliz com a situação da tag no Counter-Strike.

"Sonho com o time de novo no top 10, top 5 e, quem sabe, no top 1. É para isso que, na verdade, montamos um time de competição. Então, claro que eu não estou feliz, mas me parece que, agora, está no caminho certo", afirmou.

"A empresa ganhou muito em termos de organização, marketing, tudo o que uma empresa deve ter, mas a alma do MIBR, que é a competição, foi meio deixada de lado. Esse quesito está sendo arrumado agora. Não existe empresa Made in Brazil sem competir pelo topo", continuou o veterano.

Paulo Velloso compõe o conselho consultivo do MIBR desde meados de 2021 e, segundo o fundador do MIBR, "é a melhor posição que se tem" porque "conselheiro é aquele cara que diz 'isso não vai dar certo não'. É a coisa mais natural que rola. Tudo é muito difícil", explicou.

"Como conselheiro, é óbvio que não tenho poder de decisão no time. Se eu tivesse, já tinha feito coisas diferentes há muito tempo, mas parece que as coisas estão andando hoje. São poucas reuniões por ano, nas quais procuro ser o mais crítico possível. É o meu papel", disse.

Além de aconselhar a gestão do clube, Paulo Velloso também procura levar investidores para o MIBR. Apesar de tais "funções", pvell garante que não tem nenhuma ligação financeira com a organização, tanto em relação a receber do clube, como em investir capital próprio, o que lamentou.

Absurdo

A IEM Rio não é a primeira LAN internacional que Paulo Velloso acompanha junto ao atual MIBR. O fundador da organização também marcou presença no Major realizado no país em 2022 e elogiou ambos os dois campeonatos. "Fico feliz que é o segundo torneio que deu extremamente certo. Você vê o comprometimento do público, comparecimento dos torcedores, a organização do evento, tudo dando certo e tudo de bom tamanho. Isso nos deixa mais tranquilos para o futuro", afirmou.

Contudo, Paulo Velloso lamenta o fato do time do MIBR não ter ido longe nos dois campeonatos: "No Major, o problema foi que o MIBR nem chegou na primeira fase, que já foi um absurdo. Tínhamos camarote, tínhamos tudo. Estávamos, realmente, achando que íamos conquistar a vaga, mas não conquistamos. Aqui, pelo menos, conseguimos participar. Foi frustrante também porque não chegamos na fase com a torcida. A torcida brasileira é outro papo, não existe outra igual no mundo. Torci pela FURIA e vou continuar torcendo, é um time brasileiro".

Muita bobagem

Veterano no Counter-Strike, Paulo Velloso também presenciou no passado importantes figuras públicas brasileiras criticando "jogos violentos". No comando do MIBR, inclusive, vivenciou a época em que o título foi proibido no país, do início de 2008 a meados de 2009. pvell se mostrou triste com as falas recentes da ministra do Esporte Ana Moser e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Vi primeiro a nossa ministra falando altas bobagens, que esporte é aquele que faz as pessoas se moverem. Existe um negócio chamado competição e competição, no esporte ou nos esports, é a mesma coisa. O que interessa ao povo é a competição, o resultado. Mas eu não esperava nada diferente por parte daqueles que não estão envolvidos", disse.

"Na minha época lembro de precisar explicar aos pais dos jogadores que ninguém ia sair atirando por aí. Simplesmente jogam um jogo que é super interessante, intuitivo e é o que eu digo: 'Se todo mundo jogasse CS em vez de fazer guerras, não teria a guerra na Ucrânia. É uma idiotice falar (que jogos como o CS) leva à violência. É fala de quem não entende e aí dá palpite na hora errada", opinou.