nython sobre evolução da Paquetá: "Temos time para ganhar campeonatos"
Com sete vitórias em oito partidas, a Paquetá lidera a Liga GG.BET. A boa campanha da equipe é consequência da evolução dentro do servidor e, em entrevista à Dust2 Brasil, Gabriel "nython" Lino afirmou que o "turn point" da equipe foi a classificação para o RMR Americas do Major de Pais. Confiante com o momento do elenco, o jogador apontou ainda o potencial para títulos e bater de frente na América do Sul.
"Começamos a jogar melhor quando nos classificamos para o RMR. Nós não estávamos tão bem, mas, como mudamos coisas no time, deu aquela virada na chave. Falamos: 'aqui conseguimos ir longe, conseguirmos ter um time para ganhar títulos e chegar no Major', que era o nosso foco desde o começo", afirmou. Segundo nython, o que também na evolução da Paquetá foi o fato da equipe estar mais acostumada com a forma de jogar proposta pelo próprio e por Gustavo "yel" Knittel após contratados.
"Quando eu e o yel entramos, mudamos muita coisa porque eles jogavam no estilo de jogo que não concordávamos muito. Era uma forma mais agressiva e reativa. Colocamos mais o nosso estilo. Conversamos bastante sobre isso e, no começo, estávamos nos adaptando. Na Liga GG.BET entramos com um time mais formado e, como é um campeonato longo, com bastante jogo, também estamos usando a liga para melhorar o nosso map pool. Tentamos jogar os mapas que queremos pegar confiança. Às vezes jogamos nem o nosso melhor mapa, mas está dando certo", explicou.
Também de acordo com nython, um problema que a Paquetá vem corrigindo é perder rounds em situação de vantagem: "Batemos na trave no CCT e em alguns outros campeonatos porque perdemos por bobeira. Falta um pouco de calma para fecharmos os jogos porque começamos muito bem a maioria das partidas e, às vezes, acabamos nos perdendo em situações de vantagem. Nosso maior problema está em fechar rounds quando estamos na vantagem. Acertando essas coisas, temos tudo para até sermos melhor que a line antiga".
Confiante, mas com pés no chão
Por mais que esteja confiante com o futuro da Paquetá na Liga GG.BET e nos próximos compromissos do time, nython mantém os pés no chão porque vê o cenário brasileiro "muito nivelado" em relação ao passado. "Não está igual antigamente, quando tinha um ou dois times que eram favoritos a ganhar os campeonatos. Quando eu jogava na RED Canids ou até mesmo na Paquetá, tinham três times que sabíamos que um deles ia ganhar. Hoje em dia tem muito mais time no mesmo nível e, se você entrar desligado em uma partida, você pode perder para qualquer", opinou.
O equilíbrio também está presente na Liga GG.BET porque, na visão de nython, "todos os participantes tem chance de ganhar". Contudo, o jogador da Paquetá citou nominalmente a W7M Academy, a única para qual perdeu: "O nível das equipes está igual e, quem estiver melhor no dia, nos playoffs, vai ser campeã".
"Entramos em qualquer campeonato para ganhar, não importa qual seja. Obviamente vamos em busca do título, mas sabemos que temos que entrar ligados em qualquer partida, contra qualquer time, porque, se não entramos, no nível que o cenário está hoje, vamos acabar perdendo", disse nython.
Na trave do Major
Assim como quando defendeu a paiN, nython bateu na trave ao tentar se classificar para o BLAST.tv Paris Major e, a recente eliminação no RMR que aconteceu no México, "foi muito triste. Não dá para expressar o meu sentimento. Foi igual da primeira vez. Todo jogador sonha em ter o próprio sticker e você chegar (no RMR) duas vezes, faltando um jogo e não passar é muito triste".
"As duas vezes tive chances reais de passar. Não eram times difíceis. Sabíamos que podíamos ganhar. Foi assim com a paiN e, agora, com a Paquetá. Perdemos para o Fluxo no RMR e, alguns dias depois, ganhamos deles no CCT, nos mesmos mapas que perdemos. O mais triste é saber que tínhamos potencial para termos passado, que conseguíamos a vaga. É muito difícil de explicar a sensação da derrota, de não conseguir por pouco", completou.
Por mais que a Paquetá tenha sido elogiada pela comunidade internacional, já que não estava no bolo das favoritas, o reconhecimento não diminui a dor pela não classificação para o último Major de CS:GO, na opinião de nython. "Sinceramente, a sensação da derrota foi grande para nós. Sabíamos que poderíamos ter passado de fase e nos classificados para o Major. Poderíamos ter conseguido pelos treinos na Europa e a sensação não é de dever cumprido, longe disso. Temos nas nossas cabeças de que temos time para ganhar campeonatos e sabemos que temos potencial para lutar contra qualquer time da América do Sul", opinou.
O pós-paiN
Na Paquetá desde janeiro deste ano, nython voltou a competir regularmente após quase um semestre inativo por ter sido colocado no banco da paiN. O jogador classifica esse período afastado como "muito difícil" porque não esperava sair do antigo time: "Eu não esperava o que aconteceu e como aconteceu. Me pegou de surpresa e queria ficar em um time bom".
nython explicou que chegou a receber propostas enquanto estava na reserva da paiN e que um dos times que o procurou o interessou, mas a transferência acabou não acontecendo. "Tinham dois times que queria ir, que eu tinha a intenção. Chegaram outros, mas eu queria ir para o lugar certo, para o time no qual eu me sentiria confortável e que eu gostasse do elenco, só que não deu e, como não deu, eu quis tirar um tempo 'off' para colocar a cabeça no lugar, aproveitar a família e amigos", explicou.
E o que levou a assinar com a Paquetá? Um dos motivos foi Lucas "DeStiNy" Bullo, companheiro o qual considera amigo pessoal. "Como eu acompanhava a Paquetá por causa do DeStiNy, eu já sabia que o venomzera tinha potencial enorme e o ALLE eu já tinha jogado na época da Isurus. Cheguei a ter outras propostas no início deste ano, mas decidi fechar com a Paquetá", apontou.
Segundo nython, voltar ao competitivo por uma das organizações que o projetou para o cenário internacional está sendo "muito bom". O que ajuda também é o fato do fundador da equipe, o jogador de futebol Lucas Paquetá, "investe porque gosta. É o diferencial dele porque já passei por diversas organizações e, querendo ou não, elas querem retorno financeiro, enxergam o CS como negócio. O diferencial do Paquetá é que o cara faz por amor, porque ele gosta. Ele quer um time e quer ter o sticker dele. É muito legal voltar a jogar na organização dele".