FalleN jogando pela Imperial durante o RMR Americas

FalleN explica "montanha russa" da Imperial e vê RMR como o mais difícil

Capitão da Imperial falou do momento da equipe e revelou dois motivos especiais para estar em Paris

A derrota para a Evil Geniuses no primeiro dia de RMR Americas tirou o sono de Gabriel "FalleN" Toledo. O capitão da Imperial afirmou que passou a noite "tiltado" tentando tirar o jogo da cabeça.

"Foi uma noite bem tiltante, não joguei bem, algumas coisas não deram certo, tiros não encaixaram, decisões que tomei foram duramente punidas com utilitários e tal, foi muito difícil para mim", afirmou o jogador em entrevista à Dust2 Brasil.

"Particularmente, senti que não consegui ajudar muito e é muito frustrante quando isso acontece. A noite foi péssima, fiquei assistindo seriado para ver se não pensava no jogo, aí quando achava que ia dormir estava pensando no jogo e assistia mais um seriado, é duro, quando perdemos assim é complicado", continuou.

FalleN classificou a Team One - adversária do jogo decisivo -, como uma equipe que se dedica bastante a parte estratégica do jogo. O Professor acredita que o resultado não refletiu exatamente o que foi a série.

"A Team One é um time muito estratégico. Na minha opinião, o primeiro mapa não representou o que foi o jogo. Eles acabaram não convertendo situações de vantagem que eles construíram de uma maneira boa durante os rounds de terrorista, começando pelo pistol, onde eles tinham grande vantagem. O jogo foi indo, foi bem tiltante para o lado deles, que estavam em situações boas e perdiam. A Team One foi sofrendo no decorrer da partida e isso foi deixando eles cada vez piores no feeling do jogo", explicou.

"Por outro lado, fomos ganhando cada vez mais confiança, a preparação foi semelhante a que sempre fazemos, e sabíamos que a Team One é um time que veio treinando bastante, fazendo bootcamps e tal, demos uma olhada breve no que eles vem fazendo, mas, com a possibilidade deles terem algo novo, o resumo da partida foi jogar mesmo as nossas forças, mesmo tendo uma ideia do que eles fazem", completou o Professor.

Lei de Murphy

FalleN também comentou sobre a montanha-russa que tem sido a Imperial nos últimos meses, revezando entre bons e maus momentos, chegando a campeonatos importantes, mas sofrendo em jogos supostamente mais fáceis.

"É impressionante. A própria Pro League foi um pouco injusta, aquele 0-3 que perdemos... sabe a lei de Murphy? Quando você dá uma mínima chance de algo acontecer, parece que estava toda hora indo pro outro lado. Parece que perdemos umas duas ou três partidas assim. Óbvio que para quem enxerga só o copo meio cheio, jogamos mal, foi péssimo, nada funcionou, mas no fundo, quando analisávamos um pouco mais positivamente, víamos que, se estávamos perdendo com o jogo ganho, é porque alguma coisa boa estávamos fazendo. Nosso objetivo após a Pro League foi tentar minimizar coisas que claramente eram muito ruins, porque quando você perde jogos assim, tem coisas muito ruins, e você tenta manter as muito boas", disse.

"Fomos fazendo isso, com essa mentalidade, perdemos um jogo para a The Union lá no Brasil, um mapa de md1 só também. O qualificatório online pode ser duro, a molecadinha jogou bem, times que não tem como você estudar, que acabaram de ser formados, praticamente um mix. Não performamos o suficiente, eles mandaram bem, nos eliminaram. Foi uma derrota muito dura para gente, porque ninguém quer perder um jogo desse da maneira que for. Viemos para esse campeonato com uma pressão, aí jogamos uma BLAST e, de novo, tentando olhar positivamente o que é bom, fazendo alguns ajustes. Toda derrota traz ajuste, lição, ponto de vista diferente. Tudo que conversamos, fomos repaginando, fez com que a vitória viesse no outro campeonato que jogamos agora. E estamos indo", completou.

Jogadores da Imperial comemoram vitória contra a Los + oNe

FalleN destacou que essa não é uma exclusividade da Imperial.

"São altos e baixos, não está fácil, tudo muito competitivo e com times bons. Podemos ver no qualify europeu, muitos times tops perdendo md1 lá também, o negócio está complicado, a galera está jogando CS bem pra caramba", afirmou.

100% franco

Como o formato não permite saber quem será o adversário, a Imperial tem três possibilidades: Complexity, BESTIA e Flamengo. FalleN não escondeu que os norte-americanos são os mais qualificados, apesar de ter um bom retrospecto contra o time.

"Sendo 100% franco, pegar o Complexity seria o adversário mais difícil. Pela qualidade que eles têm, porque jogam num nível melhor, contra times europeus e tal. Acredito que o Flamengo e a BESTIA, apesar de boas equipes, vem menos com esse ritmo. Eles tem propostas um pouco diferentes, experiências diferentes, mas, sendo bem sincero, é completamente plausível ganhar do Complexity e perder para BESTIA, por exemplo. Independente do adversário, temos de entrar como entramos hoje e conseguir fazer a mágica acontecer, ganhando essas partidas", disse.

Motivos especiais para um jogador especial

FalleN classificou o atual RMR o mais difícil dos últimos três disputados pela Imperial.

"Todos os times aqui estão tentando chegar, e sendo bem sincero, esse é o mais difícil. Em termos de equipe que podem passar. Na Antuérpia, por exemplo, você não tinha tantos times tops jogando que você falava nossa, não sei quem vai passar mesmo. Aqui você tem 9, 10 times, que você sabe que podem passar", cravou.

Recordista de participações de Majors entre brasileiros, FalleN busca participar de seu 15º mundial consecutivo. Para o Verdadeiro, o BLAST.tv Paris Major tem um sabor especial por dois motivos

"Para mim é um Major bem especial, por ser o último. Desde que comecei, em 2014 (nota do editor: 2015), se não me engano, consegui participar de todos. Foi muito bacana. O único que não participei foi o do Covid-19, que não aconteceu. Apesar da desgraça, infelizmente, me ajudou na estatística. Seria legal terminar tendo jogado todos os Majors que eu pude tentar jogar", contou.

"E também seria legal porque, em 2012 (nota do editor: 2014), se não me engano, nosso primeiro campeonato de CS:GO (fora do Brasil) foi em Paris, com o KaBuM, eu, HEN1, fnx, fer e LUCAS. Estaríamos encerrando tudo lá, seria bem bacana estar nesse campeonato, estamos fazendo o máximo para chegar lá. Vamos ter fé e tentar se preparar bem para conseguir fazer isso", finalizou.

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