JTR com lineup da Nigma Galaxy

Treinador da Nigma celebra tetracampeonato e revela receita do sucesso

Após mais um título da equipe, JTR explicou como o time segue se mantendo no topo

Chegar ao topo é fácil, mas se manter nele é mais difícil? Ou também é difícil chegar ao topo e ainda mais complicado continuar no auge? Para a Nigma Galaxy, ambas perguntas não são nada cabulosas. A equipe venceu os três campeonatos internacionais no ano passado e entrou em 2023 com mais um título.

Depois de derrotar a FURIA na semifinal e a NAVI Javelins na decisão, Ricardo "JTR"Júnior conversou com a Dust2 Brasil. O treinador falou da sensação de abrir o ano mantendo o domínio do cenário feminino.

"É uma sensação muito boa provar ao mundo o que já sabemos: que somos o melhor time feminino do mundo. Foi um torneio mais complicado, as equipes evoluíram e tivemos algumas dificuldades. O cansaço também atrapalhou, tivemos um longo mês de bootcamp, treinamos demais, além de termos jogado duas MD3 seguidas. Nesse último mapa a energia já não estava tão alta e fez com que perdêssemos muitos rounds. É excelente, sempre conseguimos arranjar uma maneira de ganhar".

E qual a receita do sucesso para continuar com um retrospecto tão bom? Para JTR, o essencial é a união do time tanto dentro quanto fora do jogo, além de inovar nas estratégias para evitar uma leitura fácil.

"O mais importante é ter uma equipe unida, que não duvide da capacidade dos companheiros de equipe. Também é importante atualizar o meta de jogo, não ser muito previsível e não facilitar padrões. Pude ver que na Inferno contra a FURIA nós givamos muito, precisamos rever isso para voltarmos forte. É sempre assim: resolver os erros e evoluir", explicou.

Adversária da Nigma nas três finais no ano passado e na semifinal da ESL Impact Katowice, a FURIA deve deixar o campeonato orgulhosa do que conquistou, avaliou JTR. O treinador também falou do estilo de jogo das brasileiras.

"A FURIA tem um estilo de jogo muito diferente do que estamos habituados, é um meta muito diferente, são muito agressivos. Nós às vezes enfrentamos algumas dificuldades contra elas. Essa semifinal foi muito pegada, poderia ter ido para qualquer um dos dois lados, porém conseguimos manter a nossa força mental para continuarmos concentrados. A FURIA foi muito bem, acho que não têm de ficar tristes porque com pouco tempo de time deram muito trabalho".

JTR garante que a preparação da Nigma Galaxy vai continuar a mesma rumo ao próximo campeonato internacional que a equipe vai ter. O treinador revelou que enfrentar times masculinos é um grande diferencial para evolução e citou algumas das equipes que a Nigma já treinou contra na Europa.

"Jogamos a liga masculina da ESEA e vamos continuar participando nos torneios masculinos para tentar ao máximo levar uma equipe feminina a vencer um campeonato grande. Treinar, ver os erros que fizemos, porque embora tenhamos ganhado, cometemos erros em todos os jogos, e é impossível não errar".

"Acho que jogar os campeonatos masculinos é essencial, porém também pesa a qualidade de treinos que temos aqui na Europa. Aqui jogamos contra times de tier alto como OG, HEET, Honoris, AGO, com diferentes estilos de jogo, enquanto no Brasil não há tantos times como aqui e com estilos variados, então torna difícil para o cenário sul-americano. É uma grande diferença jogar os masculinos, mas sei que a B4 joga a Série C da Gamers Club, a FURIA joga a Série B, W7M jogou o CCT. Acho muito bom ver isso e espero que cada vez mais os times femininos tentem isso", continuou.

JTR é um treinador português ao lado de três jogadoras russas, uma eslovaca e uma romena. A união improvável aconteceu como um acaso do destino, como se sua ida para a Nigma Galaxy estivesse destinada a acontecer.

"Eu estava treinando a Darkside Quest, time português, e eu treinei contra a equipe que depois se tornou a Nigma. Eu adicionei a ANa porque fiquei impressionado pelo jogo dela. Conversamos, eu falei um pouco dos erros que ela cometeu, e depois o SAW levou um dos nossos jogadores, e meu time deu disband. Por ironia do futuro comecei a ajudá-las e pronto, estou aqui há dois anos", finalizou.

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