"Bala a gente tem, falta um pouco de conceito", avalia kaah
ESL Impact League Finals S1 e S2, ESL Impact Valencia e ESL Impact Katowice. Estes foram os campeonatos em que a Nigma derrotou a FURIA. No entanto, no torneio mais recente, o triunfo do melhor time do cenário feminino se deu na semifinal - diferente das outras três edições anteriores, onde as brasileiras perderam na decisão.
Depois da md3 contra a Nigma na ESL Impact Katowice, Karina "kaah" Takahashi conversou com a Dust2 Brasil e falou do sentimento de ser derrotada novamente para o time russo.
"É chato. Passamos para as finais em todos mundiais que jogamos, nesse aqui não conseguimos, mas acontece. Perdemos na fase de grupos quando não podíamos perder, a NAVI jogou melhor. Se quisermos ser campeões vamos ter que vencer a Nigma independente de onde a gente esteja... bola pra frente".
Embora o resultado não tenha sido o desejado pela FURIA, kaah acredita que a campanha do time é positiva tendo em vista o momento da equipe, principalmente por estar com uma nova jogadora na lineup.
"É muito aceitável cair na semifinal contra a Nigma, não tinha como querer dar cinco passos maiores que conseguimos dar. Então estamos muito contentes com a nosa campanha, jogamos muito bem, não conseguimos ir muito bem no primeiro dia, não entramos pros jogos. Foi muito boa a campanha que fizemos, chegamos na semifinal com 2 a 1 contra a Nigma, último mapa no OT e dava para ter ido melhor".
"Estamos felizes com a nossa campanha e também com a bokor. Temos que ser realistas porque acabamos de mudar a jogadora, tivemos um mês de treino, e essa está sendo a primeira experiência dela em um mundial, não chocou e jogou bem. Estamos muito felizes, vamos voltar para casa e treinar mais", continuou.
A FURIA está acostumada a disputar o título dos torneios mundiais femininos contra a Nigma, porém desta vez o duelo entre as equipes se deu na semifinal. Kaah explicou que essa "mudança" lhe deixou um pouco mais nervosa antes da partida e falou de como a estreante Gabriela "bokor" Bokor lidou com o campeonato.
"Fiquei muito orgulhosa do desempenho dela. Ela é muito sincera sobre os sentimentos dela, se está nervosa ou não, e ela pede ajuda, o que é muito bom. Também nos sentimos um pouco, não tínhamos enfrentado a Nigma na semifinal, então eu e Olga estávamos um pouco nervosas, ansiosas para jogar".
"A bokor foi muito melhor do que esperávamos e, sendo realista, é normal que qualquer jogador, qualquer atleta, chegue no primeiro mundial e chocar um pouco. Não foi o que aconteceu com ela e fico feliz que ela confia em nós e está aberta para falar sobre tudo", disse.
Depois de ter pesadelos com a Nigma no ano passado, 2023 não começou muito diferente para a FURIA com mais uma derrota. E o que falta para as brasileiras conseguirem superar as russas? Kaah explicou.
"Estamos pecando um pouco em coisas básicas que erramos em momentos que não poderíamos. Entregamos um 4x2 que não era para a gente perder, um afterplant... precisamos crescer mais dentro do jogo, ser mais adulto. Creio que evoluímos bastante, porém ainda pecamos. Bala para trocar temos, falta um pouco de conceito. As meninas da Nigma têm a vantagem de treinar na Europa, jogam contra times melhores, então temos que respeitar nosso processo".
A FURIA teve a oportunidade de treinar na Europa antes do último mundial de 2022, quando fez um bootcamp no continente. Kaah relembrou o período de treinos que a equipe teve no passado e revelou que a lineup tenta convencer a organização a custear mais um bootcamp.
"Tivemos uma evolução muito grande desde o último campeonato, da Suécia pra cá, quando fizemos um bootcamp. Infelizmente trocamos uma jogadora e, no final das contas, é treinarmos, fazer mais bootcamp aqui na Europa porque sentimos na pele que faz uma diferença tremenda em relação a tudo. Acho que estamos chegando bem perto".
"No planejamento 100% ainda não (temos um bootcamp), estamos enchendo o saco para ter. Sentimos uma melhora em cima da gente, não só como time mas também individualmente. Queremos fazer isso de novo e é algo que vai ajudar muito".
Enquanto o resultado no torneio internacional não é uma preocupação, a FURIA teve um sinal vermelho no Brasil ao perder para a B4 na final da GC Masters Feminina VI. Kaah revelou que a equipe segue tranquila acerca do cenário nacional, mas sempre treinando duro para manter a dominância.
"Nós brincamos entre a gente que podemos perder um campeonato no ano (risos). Na GC Masters as meninas da B4 jogaram infinitamente melhor do que nós. Para continuarmos do jeito que estamos é continuar com o nosso trabalho duro".
"A Bokor falou um negócio curioso que ela achava que nosso time era acomodado e que gánhavamos simplesmente por sermos as melhores, porém não é bem assim. Jogamos o dia inteiro, treinamos de 10h às 19h, depois tem demo. Estamos aqui porque merecemos e vamos continuar fazendo tudo o que fazemos", finalizou.