O país do Counter-Strike
O Brasil passou um recado ao mundo nas arquibancadas do IEM Rio Major. A Suécia produziu os primeiros ídolos, a Dinamarca ensina smokes nas escolas, mas nós somos o país do Counter-Strike.
O meu lado racional não queria pensar que eram 9h da manhã de uma segunda-feira. Horário comercial, dia útil. A fila do Riocentro não era pequena, mas também não empolgava. Ali, temi que o primeiro dia do primeiro mundial do Brasil seria decepcionante.
Fui bobo. As pessoas não pararam de chegar e, em minutos, a arena já encheu. Quando a Tribo foi introduzida ou quando a 9z estreou o palco, o público já rendia boas fotos de casa cheia, daquelas que viralizam nas redes sociais, e não exigia que as câmeras fizessem takes fechados no mesmo grupo de fãs para parecer que estava tudo lotado.
A festa antes do jogo entre 00Nation e Bad News Eagles foi, pra mim, o ponto alto do dia. Mas o barulho a cada rodada vencida em Imperial e Vitality provavelmente foi o mais marcante para todo mundo. Eu posso passar alguns minutos listando esses momentos de êxtase, porque eles se repetiram durante todo o dia.
É verdade que a torcida gritou algumas posições, e que também foi embora antes do fim - nem tudo é um conto de fadas. Mas, no restante do dia, o barulho dos bumbos e daquela buzina irritante estará na memória de todo fã, brasileiro ou estrageiro, assistindo de perto ou de longe. Até a Valve nos notou!
Fomos melancólicos no servidor - não ironicamente só vencemos quando enfrentamos nós mesmos -, mas gritamos eufóricos na bancada. Eu não preciso ver mais nada, somos o país do Counter-Strike.
