Circuito completa 5 anos em julho (Foto: Divulgação/CBCS)

CBCS quer realizar 2 presenciais em 2024, conta Head de Esports

Pedro Sancha falou das mudanças do circuito nos 5 anos de existência e planos para futuro

Enquanto realiza seu segundo campeonato em 2024, o CBCS se aproxima do seu quinto aniversário. O Circuito Brasileiro de Counter-Strike começou em 2019 e, desde então, passou por diversas mudanças na realização dos torneios, no formato e outras adaptações.

A presença no CS há 5 anos permite que o CBCS possa se entitular como o circuito mais longevo no cenário brasileiro. Head de Esports do CBCS, Pedro Sancha falou do que faz o circuito se manter ativo há tanto tempo.

"A gente não dá um passo maior que a perna. Nós fazemos tudo que está no nosso alcance dentro das nossas capacidades e expectativas. Quando você promete muito, joga a barra lá pra cima, você vai ter que chegar perto dela. E aí é o início do fracasso. Eu queria que o CBCS fosse do tamanho da BLAST, da ESL? Gostaria, nós já temos 5 anos de história."

"Mas é o que o nosso mercado permite, é o que funciona e é o que sustenta o ecossistema competitivo brasileiro. Nós sonhamos muito aqui dentro, porém realizamos as coisas dentro da nossa capacidade, da nossa expectativa. Não confundimos sonhos com meta. E, quando a galera faz isso, acaba trocando os pés pelas mãos", disse Sancha em entrevista à Dust2 Brasil.

Sancha conta que o CBCS e as empresas parceiras, como o grupo DC7, Omelete e Gaules veem que o circuito é um pilar para o Counter-Strike brasileiro, assim como times, streamers e outras plataformas também são. No entanto, depois de uma reunião no mês passado, o CBCS passou a almejar ajudar ainda mais o cenário.

"A nossa visão nova é bem mais ampla. Ela não é uma visão míope de organizar de torneio, mas sim que contempla todo o ecossistema de CS. Temos um objetivo: fazer o Brasil ser campeão do mundo de novo. E isso envolve ter um ecossistema de campeonatos fortes, auxiliar times, jogadores e pessoas a conhecerem o jogo que amamos para que ele tenha mais 20, 25 ou 100 anos de existência no Brasil".

"Na história do CS brasileiro temos um zilhão de nomes para agradecer, que levaram a organização de torneio nas costas como poka, Ferrer, streamers como Gaules, a Tribo, os jogadores da FURIA, o pessoal do passado como FalleN, boltz, TACO. São muitas pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui, e resolvemos aumentar essa visão porque alguém tem que ser o centralizador disso, e o CBCS pode ser isso. Nosso objetivo como CBCS, de médio a longo prazo, é fazer o Brasil campeão do mundo no CS", adicionou Sancha.

De volta ao passado

Lançado em 2019, o CBCS era disputado semanalmente em um estúdio com os times frente a frente por dois meses - e assim foi nas duas edições daquele ano. No entanto, por conta da pandemia em 2020, o campeonato passou a ser jogado online, com uma duração menor.

"Para a época, começamos com um sistema diferente por ser uma liga 100% presencial, com os times jogando semanalmente, uma frequência de jogos. A gente acredita que, se não fosse a pandemia, ainda estaríamos nesse formato porque ele estava se provando um sucesso. Nós deixávamos os jogadores face-to-face, estilo LAN house dos anos 2000, então se apontavam, xingavam. A rivalidade estava no dentro e também na LAN. Era muito divertido."

Estúdio do CBCS em 2019 (Foto: Divulgação/CBCS)

Enquanto o CBCS dava seus primeiros passos no cenário, nascia o CLUTCH - outro circuito competitivo que rivalizou com o CBCS em 2019, este que iniciou seu primeiro campeonato em setembro de 2019.

Sancha conta que o CBCS, quando foi iniciado, já sabia que o CLUTCH também seria lançado pouco tempo depois. Na época, a percepção era de que o CLUTCH tinha os times do tier 1 sul-americano, enquanto o CBCS do tier 2. No entanto, Sancha tem uma visão diferente.

"A gente tinha uma preocupação muito de calendário e pouco sobre os times, para ser sincero. O CLUTCH tinha bons nomes, mas em capacidade técnica eu ouso dizer que os times do CBCS eram melhores. Tínhamos uma Uppercut que virou FURIA Academy, um time feminino que dava um suporte super legal para esse cenário. A gente tinha uma Redemption que rivalizava muito com a Imperial, e também a própria Imperial."

"Se eu me recordo, a Imperial jogou uma Starladder (StarSeries i-League S8) que foi uma vaga que o CBCS deu e rivalizou muito bem contra a Fnatic, também teve a Redemption que foi jogar Flashpoint (seletiva para LAN) lá nos Estados Unidos. Isso foram coisas que os times do CLUTCH, apesa de terem nomes maiores na época, não atingiram. Eram times tier 1 para audiência, mas competitivamente acredito que os do CBCS eram melhores", disse Sancha.

O CLUTCH seguiu ativo em 2020 e depois retornou em 2022, quando realizou o seu último campeonato em julho daquele ano. O Head de Esports do CBCS acredita que as decisões certas mantêm seu circuito ainda vivo, enquanto outros pararam no passar dos anos.

"Um grande campeonato precisa de audiência, de ter os melhores jogadores e equipes que melhor performam. Internamente, tínhamos um plano de negócio que nós sabíamos onde queríamos chegar. Não acredito em certo e errado, porém tomamos as melhores decisões que se mostraram ser as certas e por isso estamos aqui até agora."

Auge e volta às LANs

Depois de adaptar a liga para o formato online durante os piores meses de pandemia, o CBCS voltou a dar as caras com os presenciais nos anos seguintes, tendo realizado finais em festivais como Rock in Rio e CCXP, porém Sancha vê que estes eventos não tiveram o DNA do circuito.

O CBCS se afastou dos presenciais nos últimos dois anos. A última final em LAN que o circuito organizou foi em dezembro de 2022 e, até o momento, organizou sete campeonatos totalmente onlines.

Embora seja fã de torneios presenciais, Sancha explica que o CBCS ainda não conseguiu realizar um planejamento para organizar uma LAN nos últimos anos devido a falta de datas em locais que poderiam receber os eventos, além dos altos valores.

Ainda assim, o CBCS chegou ao seu auge competitivo. Em 2023, times como paiN, Imperial e Legacy disputaram os torneios do circuito. Sancha falou da presença destas equipes e como isso ajuda o CBCS.

"Foi uma junção do cenário internacional de CS com a gente colhendo o que plantamos. Infelizmente, os times brasileiros não estão performando tão bem lá fora, então teve essa corrida para ver quem é o melhor time do Brasil porque lá estava difícil."

"Então teve esse movimento, os caras estavam sempre aqui no Brasil e fizemos isso voltar a acontecer. O nosso planejamento aqui se alinhou com a maneira como o cenário internacional estava sendo executado. Isso auxiliou a ter essa melhor competitividade (no CBCS) e acreditamos que isso vai perdurar um pouco mais, é algo muito positivo", continuou o Head de Esports do CBCS.

CBCS em final presencial em 2019 (Foto: Divulgação/CBCS)

Rumo ao segundo semestre do ano, Sancha contou que o planejamento do CBCS é voltar a realizar os presenciais, desta vez com a identidade do circuito.

"Queremos entregar dois presenciais, estamos planejando e nos esforçando para que isso aconteça com uma qualidade excelente. É uma surpresa que ainda nã divulgamos, não posso dar mais detalhes, porém é algo que queremos fazer acontecer."

"A gente tem o desejo de executar esses dois presenciais que serão realizados ainda esse ano serão com produções próprias, não será um evento de terceiros. Em 2024, entregaremos quatro campeonatos: os dois que já tiveram e os dois presenciais", adicionou.

Além dos presenciais, o planejamento do CBCS também tem a ideia de levar o circuito para suprir o cenário feminino - que, diferente do misto, tem carecido de torneios.

"O campeonato feminino e outras iniciativa estão no nosso radar, é algo que sempre revisitamos durante os planejamentos. Ainda não conseguimos executar nada, não é a nossa prioridade número um, porém sempre está no topo das nossas discussões internas de o que dá para fazermos para ajudarmos", finalizou Sancha.

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