No Rio, zAAz elogia Brasil e vê injustiça em vagas da ESL Impact
Campeã da ESL Impact League Season 5, a Imperial está realizando a primeira passagem pelo Brasil. O tour começou pelo Rio de Janeiro, cidade bastante elogiada por Zainab "zAAz" Turkie em entrevista à Dust2 Brasil. A veterana ainda ainda opinou sobre a mudança na distribuição das vagas para a próxima edição do circuito feminino da ESL.
Depois de 22 anos no competitivo, Zainab "zAAz" Turkie segue determinada a empilhar troféus. A jogadora, que já havia marcado sua história no Counter-Strike no passado, voltou do VALORANT para o FPS da Valve em busca de mais títulos.
Em entrevista à Dust2 Brasil, zAAz falou do trabalho diário para continuar vencendo e, principalmente, a motivação para se manter no alto nível do competitivo e brigando por títulos.
"Pessoalmente, acho que eu nasci como uma vencedora, sabe? Eu amo ganhar, é o que eu sou. Se eu não tivesse essa fome, eu não estaria aqui, não estaria jogando. CS é mais do que um jogo para mim, é paixão, amor. Para mim, a fome (de ganhar) está sempre lá. Não sei como explicar, eu nasci desse jeito, amo ganhar."
Com o DNA vencedor, zAAz se juntou a outro quarteto já acostumado a vencer: o time ex-Nigma Galaxy que agora está atuando pela Imperial. Com a organização brasileira, a sueca venceu a ESL Impact Finals S5 e falou da adaptação e da responsabilidade de entrar em um time que vem dominando o cenário.
"Entrar em um time vitorioso exerceu uma pressão sobre mim. Como sou muito experiente, sei como controlar ela. No início foi difícil a adaptação ao time, demorou um tempo. São quatro jogadoras que já se conheciam, eu entrando sendo totalmente nova, foi uma adaptação difícil. Mas, depois de alguns meses, entrei no jogo, conheci totalmente as garotas e me adaptei muito bem. Lidei bem com isso", declarou zAAz.
Veterana no Counter-Strike, zAAz viveu diversas fases diferentes do cenário feminino. A jogadora de 33 anos falou das diferenças entre os momentos que viveu no competitivo e contou o que ela sente falta da fase atual.
"O cenário mudou. Sinto que agora está melhor do que antigamente, principalmente com organizações que apoiam os times femininos, algo que não tinhamos antes. Era muito raro que os times femininos tivessem organizações ajudando os times, então isso mudou muito. Sobre os torneios, eu desejo que tívessemos mais campeonatos, não temos muitos torneios, mas só o tempo dizer."
Atualmente, o principal campeonato do cenário feminino é a ESL Impact. O circuito conta com seletivas abertas e etapas regionais que levam os melhores times para o mundial. Na próxima edição da ESL Impact Finals, 5 equipes europeias, 2 da América do Sul e 1 da América do Norte jogarão o torneio, que não terá vaga para o Ásia-Pacífico. zAAz, que atua na Europa, falou da nova distribuição de vagas.
"Não acho que seja justo, sinceramente, porque tem outros times femininos que querem se classificar. Não acho que seja justo que eles tenham que vir à Europa para tentarem a vaga, por exemplo. A única coisa boa é que a Europa tem muitos times femininos bons e acho que seja justo que tenha mais vagas para a região do que antigamente, porém cancelar as seletivas em outros países não acho que seja uma boa ideia", opinou.
Ainda ativa no competitivo de CS, zAAz já começa a traçar os planos para o futuro quando parar de jogar profissionalmente com ajuda brasileira. Depois de visitar o projeto social da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esporte Eletrônico (FERJEE), o GameCraft Japeri, escola gamer no Rio de Janeiro que dá aulas de inglês e introduzem os aluno aos jogos, a jogadora percebeu que quer trabalhar com algo parecido futuramente.
"Estivemos numa escola aqui do Rio e foi incrível, uma nova experiência para mim e estou muito feliz, fez com que eu percebesse que quero trabalhar com isso depois de me aposentar, inspirando outros jovens. Não sei como descrever em palavras (a sensação de inspirar alguém), aquece meu coração. É amor, sabe?", finalizou zAAz.