Global Esports Tour Copa do Mundo Rio (Foto: Gabriel Melo/Dust2 Brasil)

Procuradora do Estado define responsabilidade de punição no GET Rio

Parecer jurídico diz que SUDERJ tem autonomia suficiente para escolher as "punições adequadas"

Em parecer publicado no último dia 7, a procuradora do Estado do Rio de Janeiro Vanessa Reis rejeitou o pedido da Superintendência de Desportso do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ) para que a Secretaria de Esportes e Lazer (SEEL) ajudasse a escolher a "punição adequada" à Confederação Brasileira de Games e Esports (CBGE) pelas falhas na execução do Global Esports Tour (GET) Rio 2024. Sendo assim, é a SUDERJ quem deve punir a confederação.

"Recomenda-se o respeito à autonomia administrativa da SUDERJ, entidade dotada de autonomia gerencial, financeira e única responsável pela realização do projeto esportivo GET Rio, ficando, assim, inteiramente a cargo da SUDERJ a praticar os atos sancionatórios decorrentes de eventual descumprimento de obrigações pactuadas", escreveu a procuradora no parecer o qual a Dust2 Brasil obteve via Lei de Acesso à Informação.

Ainda segundo Reis, como a SUDERJ tem autonomia para gerenciar o projeto GET Rio, a recomendação é que apenas a superintendência seja responsável por aplicar possíveis punições caso a CBGE não tenha cumprido o que foi acordado no Termo de Fomento. Isso porque a entidade, vinculada à SEEL, possui conhecimento técnico sobre o assunto e esteve diretamente envolvida na execução do evento.

A procuradora também recomendou que a SUDERJ siga os trâmites internos para punir a CBGE e deixou claro que a Secretaria não deve interferir no processo de forma direta.

O GET Rio

Em 2023, a CBGE e a SUDERJ firmaram parceria para a realização do GET Rio ainda naquele ano. Porém, após três remarcações, o evento aconteceu apenas em abril do ano passado. O projeto previa um aporte inicial de R$ 2,58 milhões, mas recebeu um aditivo de R$ 2 milhões, elevando o investimento direto da Superintendência para R$ 4,52 milhões.

Durante a fiscalização, a SUDERJ apontou diversas irregularidades na execução do evento, incluindo:

  • Mudança na data sem comunicação prévia adequada;

  • Cobrança de ingressos e doação de alimentos, contrariando o plano original;

  • Falta da entrega de equipamentos previstos no Termo de Fomento;

  • Ausência de modalidades de games anunciadas no evento;

  • Atrasos no cronograma de atividades;

  • Não envio de documentos com a relação de colaboradores e inventário dos bens adquiridos.

A SUDERJ notificou a CBGE, solicitando esclarecimentos. Inicialmente, a Superintendência concedeu cinco dias para que a Confederação respondesse. O prazo foi estendido para sete dias, mas expirou sem qualquer manifestação da CBGE. Diante disso, a SUDERJ encaminhou o caso para a SEEL, solicitando que esta aplicasse uma punição mais severa contra a confederação.

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