biguzera explica "EuropaiN": "Tem muito conceito que falta nos times brasileiros"
A lua de mel de Rodrigo "biguzera" Bittencourt no comando da paiN se estendeu ao BLAST.tv Paris Major. A equipe brasileira venceu dois dos três jogos na competição, e está consolidando o apelido de "EuropaiN" por conta do estilo eficiente de jogo. O capitão explicou.
"Tem muito conceito que falta nos times brasileiros. Conceitos básicos do CS, que todo mundo sabe, mas não aplica. Esses conceitos são muito importantes. Desde que eu virei IGL, eu tenho tentado aplicar", disse biguzera em entrevista à Dust2 Brasil.
"São coisas tão básicas, tão bobas, que acaba que os caras não fazem, pulam esse passo. A galera que é mais das antigas, do 1.6, sempre fala, cobra muito, 'esse pixel tem que passar pulando, e vantagem nossa', são coisas tão básicas, que todos sabem que é verdade, mas acabam não fazendo na hora por nervosismo, por não pensar muito na hora de jogar", completou o jogador.
Veteranos da comissão técnica, Henrique "rikz" Wakku e Bruno "ellllll" Ono, jogadores de sucesso no Counter-Strike 1.6, também reforçam a importância desse carinho.
"É um negócio que eu tenho tentado aplicar, que o rikz e o ellllll sempre cobraram. Eu cobro, mas sou aquele cara mais amigável, cobro na malandragem de um bom carioca. Acho que é isso, o clima está bom e está ajudando", afirmou.
O livro segue grande
O adversário da terceira rodada foi a Complexity, time que biguzera já está acostumado a enfrentar e tinha vencido, inclusive, no RMR. Para o capitão, a preparação foi um dos fatores chaves para a vitória tranquila.
"Fizemos um bom trabalho estudando os caras, nós jogamos bastante contra eles, conhecemos o jeito deles jogarem, especialmente na Nuke. E sabemos que eles não são muito agressivos, então conseguimos ler bem o jogo deles hoje", disse.
O mapa, Nuke, também foi o mesmo do último confronto, além de ser o mesmo da paiN no confronto contra a FaZe no primeiro dia de mundial. Mesmo tendo mostrado bastante do mapa recentemente, biguzera estava confiante na escolha.
"Como eu disse na entrevista do RMR, o nosso livro de tática é bem grande, ainda mais nesse mapa, e ainda continua. Criamos mais umas 5 ou 6 táticas para o mapa, e temos mudado bastante. Quem for assistir (vai perceber), nosso TR foi completamente diferente de ontem e será diferente do de amanhã também. Essa mudança o tempo todo tem nos ajudado muito. Como tem dado certo, continuaremos assim", completou.
Além das táticas em dia, a paiN também contou com os clutches, com Felipe "skullz" Medeiros vencendo rounds 1v3 e eliminando quatro adversários num armado. Para biguzera, essa também é uma virtude de um bom time.
"Qualquer time com táticas, preparação ou um IGL bom tem que ter jogadores que brilham do lado. Sem jogadores talentosos não adianta ter tática boa", disse.
"O skullz brilhou em dois momentos muito importantes, que são mais importantes que qualquer tática ou estudo. Ganhar esse rounds, além da importância, ainda tem o mental. Esse é o tipo de round que o time que quer chegar no topo tem que ter jogadores capazes de vencer, e o skullz é assim. Ele consegue nos botar de volta em qualquer jogo", continuou o jogador.
Confortáveis
Agora, a paiN precisa de uma vitória em md3 para garantir vaga no Legends Stage, a próxima fase do mundial. O adversário mais provável é a Grayhound, mas há chances de enfrentar G2 ou Apeks - tudo depende dos resultados. Independente que quem virá pela frente, biguzera acredita que o time estará mais confortável.
"A md3 vai facilitar para nós, porque, quando um time está com map pool formado e está confiante nele é sempre melhor jogar md3. Nós viemos de boas atuações em vários mapas", disse.
"Não jogamos só a Nuke bem, tivemos resultados bons em vários mapas e, esse tipo de resultado, facilita muito a nossa vida. Porque, às vezes, o pick dos caras é um mapa que estamos confiantes. Falando por mim, e acho que pelo time também, somos mais confiantes na md3 do que na md1, porque você não pode errar", finalizou.