zakk, treinador da Imperial, na IEM Rio

Imperial e Legacy explicam por que assinaram carta para Valve

FURIA, organização brasileira que também assinou a carta, optou por não comentar os motivos

Entre as 22 organizações que assinaram a carta na qual pedem mudanças no ecossistema competitivo atual do Counter-Strike para a Valve, três são brasileiras: FURIA, Imperial e Legacy.

Motivos variados levaram cada uma dessas organizações a assinarem a carta. Assim, a Dust2 Brasil procurou as organizações brasileiras para entenderem por quais razões optaram por assinar o texto.

Em contato com a reportagem, Imperial e Legacy explicaram o porquê entraram em acordo com a carta. A FURIA optou por "não falar nada publicamente".

Leonardo Manulli - Manager da Imperial

"Esta carta iniciada pela NIP chegou até mim antes da nossa recente classificação para a BLAST Lisboa. Naquela época ainda eram outros tempos, e a subida no ranking parecia muito distante, com a velocidade que aconteceu na íntegra. A realidade é que nos classificamos, sim, mas tivemos que derrotar equipes que, em teoria, eram melhores e estavam melhor posicionadas que nós no ranking: Fluxo, paiN e MIBR. Tínhamos a expectativa de conseguir tal feito, mas sabíamos que seria difícil. Seguimos atrás no ranking, mas já respiramos muito melhor comparado ao início do ano."

"Minha visão é que parece ser bem restrito para equipes que não estão tão bem posicionadas no ranking, como era o nosso caso. É necessário ir para um dos poucos qualifiers que existem e se sair muito bem, vencendo equipes "melhores" e com mais "preparo", pois elas estão frequentemente participando de campeonatos Tier A/S. Sabemos que essa não é uma realidade fácil de acontecer. Eu, que li a carta, solicitei a assinatura da carta para o Felippe (CEO da Imperial) porque eu precisava da autorização dele para tal coisa."

Americo Verde - Manager da Legacy

"Nós acabamos assinando o documento em solidariedade a todas as equipes que passam pela mesma situação que nós, onde as chances de escalar no ranking com o novo sistema VRS são escassas e muito complicadas. As organizadoras dos eventos sentem a mesma dificuldade. As equipes que supostamente seriam as "estrelas" desses campeonatos preferem deixar passar alguns eventos para não perderem pontos ou para se defenderem de um eventual desaire, e isso afasta as massas e os seguidores que acompanham o nosso cenário."

"Outra coisa que está acontecendo é que equipes e organizações que estão começando agora estão completamente "esganadas" desde o início para conseguirem fazer pontos, o que nos leva, a médio/longo prazo, a ter cada vez menos equipes que tragam novos talentos, sustentabilidade ao cenário, novas competições, etc. Acredito que haverá um melhor equilíbrio no futuro, mas, neste momento, é uma luta constante para as equipes conseguirem se afirmar e se manter num cenário competitivo com os melhores do mundo."

A carta aborda diversos pontos em relação ao cenário de CS atual, como a dificuldade dos times fora do tier 1 de somarem pontos no Valve Regional Standings, a falta de clareza nas regras do ranking e mais. A carta completa pode ser lida aqui.

A NIP foi a organização que iniciou a carta e, como soube a reportagem, enviou o texto em um grupo no WhatsApp que conta com representantes de equipes do tier 1, 2 e 3 do cenário de Counter-Strike.

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