"Converso com o biguzera e tenho as portas abertas na paiN até hoje", diz PKL
Mais de um ano depois de deixar a paiN, a relação de Vinicios "PKL" Coelho com a organização segue boa. O jogador refletiu sobre seu tempo na equipe e contou à Dust2 Brasil que ainda conversa com o atual capitão da equipe, Rodrigo "biguzera" Bittencourt, e que segue com "as portas abertas" no time.
PKL foi contratado pela paiN em fevereiro de 2019 quando a organização voltou para o cenário competitivo de Counter-Strike. O jogador contou que a chance de jogar na paiN foi um "recomeço" para ele.
"Eu lembro que ali foi um recomeço para mim porque eu era da LG na época em 2016 ou 2017, se eu não me engano, aí depois eu voltei para o Brasil no final de 2018, então você fica fora do país e depois voltar tem que recomeçar sua carreira, não é uma coisa muito fácil."
Durante o primeiro ano na organização a paiN de PKL dominou o cenário brasileiro, vencendo campeonatos como CLUTCH Season 1, Brasil Game Cup 2019, duas edições da Gamers Club Masters e duas Aorus League Brazil .
Em 2020 a paiN mudou para os Estados Unidos para jogar no NA. PKL disse que essa época foi complicada, principalmente pela pandemia do COVID-19.
"lembro que a gente estava com tudo pronto para ir morar fora e apareceu a pandemia. Estávamos em abril ou maio e a pandemia começou em março, quando começou a fechar tudo. Então começamos a adiar nossa ida, até que chegou uma hora que falamos ‘velho, vamos dar um jeito e a gente vai’. Quando foi agosto de 2020, ficamos 15 dias dentro do apartamento no México fechado sem sair de casa para poder entrar nos Estados Unidos."
"O começo lá fora foi muito difícil. Tivemos que mudar de casa toda hora, aí precisávamos alugar caminhão para fazer nossa mudança. O começo foi bem difícil, mas foi algo que nos moldou muito, deu muita resistência para a gente também e mostrou o quanto queríamos estar lá. Então a partir dali fomos só evoluindo lá fora, ganhamos alguns campeonatos. Fomos para o Major, jogamos os maiores campeonatos do mundo. Foi uma época realmente muito importante para mim", continuou.
Em fevereiro de 2023 PKL pediu para deixar a equipe para cuidar de problemas pessoas e da saúde e deixou oficialmente a paiN. Porém, o jogador contou que na verdade ele queria ter dado essa pausa depois do PGL Major Antwerp 2021, mas que acabou ficar mais de um ano no time depois disso.
"Quando classificamos para o Major em 2021, assim que classificamos eu comuniquei o time que eu iria dar uma parada por causa de vários problemas pessoais e alguns de saúde, o mais importante era colocar a cabeça no lugar, porque querendo ou não, eu jogo há muitos anos, muitos anos morando fora. Tem hora que você é difícil você conseguir colocar as coisas no lugar, então eu avisei meu time que ia parar. Claro, eu ia jogar o Major e depois eles iriam trocar, só que eles tentaram arrumar jogadores não conseguiram aí assim que a gente jogou o Major eu voltei para o Brasil", contou.
"Fiquei uns dias aqui e o El (manager da paiN) me mandou mensagem falando ‘a gente está precisando de você para jogar um campeonato na Argentina’. Eu joguei esse campeonato e depois acabou que eu não parei, fiquei até mais um ano jogando. Depois falei ‘não, agora eu preciso realmente dar uma parada para voltar para o Brasil colocar as coisas no lugar’ e realmente foi muito difícil, era uma coisa que me perturbava porque quando você tá morando fora, quando você está longe da família tem muita dificuldade em alguns pontos e esse tempo para colocar a cabeça no lugar foi muito importante para mim. Hoje em dia eu sou uma pessoa mil vezes melhor na minha concepção, porque eu consegui tomar esse tempo. Então para mim foi muito importante, mas foi muito difícil."
E a pausa de cerca de quatro meses, apesar de curta, não foi fácil para PKL, mas de acordo com o jogador foi necessária.
"Eu competia desde 2008, então em 2023 foi a primeira vez que dei uma pausa. Foi muito difícil, eu sou completamente viciado em competição. Foi muito bom, um período que eu consegui colocar muita coisa em ordem, colocar minha vida no lugar, mas também muito difícil por sentir falta da competição, então foi só uma pausa mesmo, não foi uma parada."
Cerca de quatro meses depois de dar essa pausa, PKL foi contratado pelo Fluxo. O jogador ficou um ano na equipe, e em julho de 2024 deixou a organização. Atualmente PKL está FA e livre de contratos, mas contou também que está trabalhando em um projeto para 2025.
Atualmente a paiN vive o que pode ser considerado seu melhor momento no Counter-Strike. A equipe, agora liderada por Rodrigo "biguzera" Bittencourt, foi até o elimination stage do PGL CS2 Major Copenhagen, e ficou a uma vitória de se classificar para os playoffs. A equipe também foi campeã do GET Rio e vem disputando grandes torneios como IEM Rio, IEM Cologne, BetBoom Dacha e ESL Challenger Katowice. PKL contou que fica feliz pelo sucesso do time, e que ainda tem a porta aberta na organização.
"Eu tenho muita tranquilidade sobre isso, porque eu sei do papel que eu fiz lá. Foram quatro anos, e eu sei que eu montei uma base. Claro que não foi só eu, mas tenho certeza que o biguzera aprendeu muita coisa comigo. Ele já falou algumas coisas comigo sobre isso. O El que é o manager de lá, nós dois construímos muita coisa juntos, então, eu sei que a base que eu fiquei fiz lá nesses quatro anos está lá até hoje. Tanto que eu converso com o El, converso com o Bigu e tenho as portas abertas na paiN até hoje. O dono da paiN, o Thomas, eu falo direto com ele", contou.
"Ver eles indo bem hoje em dia me traz muita felicidade. Também porque é o time que eu gosto, tenho um grafite na minha parede com a camisa da paiN. É a organização que eu torço até hoje tanto no CS quanto no LOL que são os dois jogos que eu gosto. Tenho total tranquilidade na minha cabeça que eu tinha tomado aquela decisão (de dar uma pausa). E eu não me arrependo de nada", disse.
PKL também falou que chegou a pensar em mudar de função e virar treinador, e que acredita que esse momento chegará, mas que hoje ele ainda quer continuar jogando.
"Já com certeza (pensou em mudar de função e virar treinador), esse momento vai chegar. Todos os jogadores com quem eu joguei sempre falaram que se eu não fui o melhor eu fui um dos melhores IGLs que já tiveram. Acho que eu aprendi muito durante esses anos. Eu sempre pensava ‘talvez esse ano’, mas ainda vou jogar mais um tempo. Esse dia vai chegar e com certeza eu vou querer continuar trilhando um caminho, de coach provavelmente."