
arT opina sobre momento da FURIA
Andrei "arT" Piovezan passou grande parte da sua carreira fora do Brasil. Quando jogou pela FURIA, o jogador chegou a morar nos Estados Unidos, e depois também ficava grande parte do ano na Europa ou viajando para campeonatos. Agora, arT está morando no Brasil e jogando quase exclusivamente campeonatos nacionais. Em entrevista à Dust2 Brasil ele explicou a diferença das suas experiências
"É óbvio que tem os lados bons e ruins. O bom principalmente é poder estar perto de amigos, da família. Às vezes um amigo vai casar, como aconteceu semana passada, você pode estar lá presente. Às vezes você quer ver sua família, você pode ir lá. Então, essa proximidade com quem você ama é um diferencial muito positivo. Viajar menos também, é um pouco cansativo fazer tantas viagens. E o negativo é porque você também quer estar nesse mundo, quem compete, gosta disso e ama competição quer estar lá competindo e quer estar nesse mundo mais difícil, então você fica sempre dividido entre o que você quer no momento. Se você está com muita saudade da família, você pensa, ‘ é legal estar no Brasil’, mas depois ‘queria muito estar jogando agora uma BLAST’, aí você fica dividido. Mas é sempre assim, não tem um mundo perfeito, os dois são bons guardadas as devidas às proporções."
"As pessoas falam em selva brasileira justamente porque teve esse comparativo com a Europa, onde a Europa começou a dominar, acho que depois da pandemia principalmente, até o tier 2 da Europa era difícil, então começaram a chamar de selva europeia, e no Brasil está começando a ficar um pouco mais para lá também, você vê times brasileiros agora performando fora do Brasil não tão bem quanto a gente gostaria, mas conseguindo bater de igual. É bem próximo ali, né, o topo do Tier 2 e do bottom do Tier 1", continuou.
"Acho que são situações diferentes, se eu tivesse com a FURIA no Brasil, seria outro cenário. Como eu vim pra um time onde tem jogadores muito mais inexperientes é um trabalho a mais, então não é como se fosse, ‘ah no Brasil é mais tranquilo do que estar na FURIA na época que eu viajava bastante’. Em questão de trabalho, eu diria que no Fluxo você acaba tendo que ter mais trabalho porque, às vezes, na FURIA, você viaja para caramba, aí perde dias viajando, vai para o campeonato, não consegue ter uma rotina de treino, então acaba que não é todo dia que você está lá jogando. Aqui não, aqui é semana inteira o dia inteiro, muito campeonato no Brasil também, é uma coisa legal. Então, você tem um volume muito grande de CS, de treinos, troca de ideia, ainda mais pelo time ser o pessoal mais novo com muita coisa para aprender, acaba sendo bastante volume de trabalho."
arT jogou pela FURIA por seis anos, e conhece bem a organização. Atualmente, a Pantera não vive um bom momento com o time de CS, colecionando eliminações precoces em campeonatos o que vem causando um grande descontentamento na torcida. arT afirmou que o problema da FURIA está nos detalhes, e que o time precisa resetar o mental.
"Já estive dos dois lados dessa moeda. Já estive lá dentro, e sei como é internamente a situação que eles estão passando agora. É complicado mesmo lidar com isso, com a pressão da torcida, você quer melhorar, não enxerga caminhos tão simples para fazer isso. É uma pressão absurda, é um campeonato atrás do outro, eles sabem também que o Major está vindo. "
"Também pesa do lado da diretoria, o que vai fazer pré-Major, se vai mudar, se não vai, são incógnitas que, querendo ou não, quem pode responder melhor é quem está lá. Quem está vivendo o dia a dia, eles que estão estruturando as táticas eles que sabem onde estão os erros, aonde que eles estão pecando, que querendo ou não eles estão pecando por detalhes, realmente se eles tivessem fechado alguns mapas que eles deveriam ter fechado, a situação talvez fosse outra", continuou.
"Não sei o que passa lá, não faço ideia. Eles estão vivendo outro momento agora, são questionamentos diferentes que eles têm que fazer, e cabe a eles tomar a melhor decisão que consigam enxergar, embora seja difícil. Sei que é difícil internamente lá, deve estar um turbilhão na cabeça dos caras, mas quando você tá na espiral negativa, é meio complicado mesmo. É foda você estar naquele espiral negativa de mentalidade, aí o jogador perde confiança, e todo mundo começa a performar mal, começa a cometer erros, então é difícil."
"Acho que eles, primeiro de tudo, tem que dar esse reset mental. É possível ver que no jogo deles muitas coisas estão travadas, muitas indecisões, erros meio básicos, e isso é 100% proveniente do mindset deles. Agora eles vão ter um tempo para poder espairecer a cabeça e poder tomar decisões mais claras, objetivas e voltar a melhores. Só eles que vão saber internamente que é melhor", finalizou.
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