Siro Darlan (Foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados)

Juiz antagonista do CS no Brasil terá de se aposentar

Siro Darlan, hoje desembargador, teve aposentadoria compulsória decretada pelo CNJ

Na última terça-feira o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu pela aposentadoria compulsória do desembargador Siro Darlan, famoso por antagonizar o desenvolvimento do Counter-Strike do Brasil no início dos anos 2000.

Na época, Siro Darlan era juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, e definiu o Counter-Strike como “Uma escola formadora de Bin Ladens”. De acordo com Leo De Biase, pioneiro no CS nacional, Darlan não era bem visto na comunidade e tentou ativamente cercear a prática do jogo após o lançamento do mapa cs_rio.

"Acabamos tendo esse problema com um cenário perfeito para a reclamação, que era uma favela carioca, com violência. Isso gerou um confronto muito grande, e o juiz Siro Darlan virou um personagem icônico, odiado pela comunidade gamer", disse De Biase em entrevista ao site ge em 2021.

Na época, as lan houses do Rio de Janeiro que permitissem que menores de idade jogassem Counter-Strike poderiam sem multadas em até 20 salários mínimos (cerca de R$ 200 na época) e, em caso de reincidência, poderiam ser fechadas.

Em 2007, após decisão da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais, a venda do jogo chegou a ser banido no Brasil, quem comercializasse levaria uma multa de R$5 mil, mas quem já possuía o jogo não era afetado, e a pirataria fez com que os brasileiros continuassem tendo acesso ao jogo. Em 2009 o Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília chegou a uma decisão que fez com que a proibição caísse.

A decisão da aposentadoria compulsória do desembargador foi feita de forma unânime, após um processo administrativo disciplinar ter sido instaurado para analisar três suspeitas de irregularidades cometidas. A principal suspeita foi pelo ex-juiz ter decidido colocar em prisão domiciliar o vereador de Caxias e PM reformado Jonas Gonçalves da Silva, o "Jonas É Nós", acusado de chefiar uma milícia em Caxias.

As outras suspeitas foram a violação de uma resolução do CNJ que disciplina a atuação de magistrados nos plantões judiciário e um suposto pagamento de R$ 50 mil de propina a Siro Darlan, em troca de uma decisão para soltar o empresário Ricardo Abbud, em 2015.

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