bokor sobre retorno: "Estou jogando melhor"
O cenário feminino brasileiro de CS:GO vive uma transição de gerações. Prova disso é o elenco da W7M, que mescla a experiência de Gabriela "bokor" Bokor com nomes que vêm surgindo nas últimas temporadas. Em entrevista à Dust2 Brasil, a jogadora falou sobre a evolução da equipe e também o próprio retorno ao competitivo.
Apesar de ter só 17 anos, bokor pode ser considerada uma veterana no cenário nacional pelo tanto que já competiu e conquistou antes da pausa. Por conta disso, na opinião da própria, "por mais que eu não seja capitã, eu agrego muito ao time em questão de mindset, de como lidar com as situações, os problemas, de como realmente funciona o time".
"Nisso, eu fiz uma parte muito grande com as meninas de abrir as mentes delas sobre o que a gente pode conseguir e para elas realmente acreditarem no potencial de todas nós. Foi principalmente isso", completou.
bokor está na W7M desde maio, pouco tempo depois de retornar ao competitivo. Nesse período, a equipe evoluiu, mostrou bons resultados e vem sendo apontada por parte da comunidade como a quarta força do cenário nacional.
Para a atleta, "a gente ainda não conseguiu mostrar tudo o que a gente consegue. É um processo que demora muito tempo para acontecer. Tipo, requer muito treino, muito esforço, muita mudança, mas eu acredito que, no futuro, nos próximos meses, a gente consiga provar tudo o que a gente tem para provar".
Pelo posto de quarta força do cenário, W7M briga diretamente com a Black Dragons. Na opinião de bokor, "agora não tem como saber" qual time está na frente do outro "porque a gente está tendo confrontos muito tensos. São jogos bem pegados". A prova real, segundo a jogadora, acontecerá na 5ª edição da Gamers Club Masters feminina já que os dois times vão se enfrentar logo no confronto de abertura do campeonato.
Sobre o duelo, bokor afirmou que "vai depender muito do mapa que a gente for jogar. Podemos surpreender com o map pool e também acho que as meninas são muito boas. Tem tudo para ser um jogo muito acirrado, muito bom".
Voltando melhor do que antes
bokor ficou afastada do competitivo por quase um ano. O retorno coincidiu com a saída da jogadora do MIBR, com a qual chegou até a conversar para voltar a vestir a camisa do time, "mas não teve muito interesse da parte deles".
Quando retornou, bokor explicou que assistir os campeonatos reacendeu dentro de si a chama do competitivo. Outro motivo para voltar foi o convite que recebeu da equipe que vem representando atualmente.
"No tempo parado, eu realmente usei para pensar tudo o que eu queria da minha vida, se eu queria continuar jogando ou se eu queria continuar criando conteúdo. Quando as meninas me chamaram, eu senti a oportunidade de eu estar com meninas novas, que têm muita garra para ganhar e são pessoas muito dedicadas", afirmou.
"Eu acho que cinco pessoas com a mesma ideia funcionam muito mais do que quatro pessoas boas, mas com ideias diferentes. Então, eu senti que, se alinhasse essas ideias e se tivesse cinco pessoas pensando igual, eu conseguiria chegar bem mais longe".
Quanto sua nova versão, bokor afirmou que passou por muitas mudanças, "principalmente no mindset. As experiências que eu passei fizeram com que eu mudasse o jeito que eu vejo o jogo e mudasse o jeito que eu gostaria de evoluir. Minhas metas, meus objetivos. Então, eu diria que hoje eu sou uma nova bokor, muito mais dedicada, uma pessoa mais focada, que sabe lidar melhor com os problemas".
A jogadora garantiu que também mudou na forma de jogar, voltando da pausa melhor do que antes no quesito individual: "Estou jogando muito melhor do que antes. Todo mundo do cenário, nesse tempo em que fiquei parada, evoluiu muito rápido. Então, assim, querendo ou não, um tempo parado faz a diferença. Vou ter que voltar bastante para alcançar o nível das meninas, mas eu sinto que, individualmente, comparando o meu jogo anterior, eu estou jogando melhor. Acho que, com as meninas, vamos conseguir chegar bem longe".