ESIC recalcula punições por bug do coach, mas Valve ignora
A Esports Integrity Comission (ESIC) alterou a punição aplicada aos treinador pegos no "bug do coach". Após um pedido dos brasileiros Alessandro "Apoka" Marcucci e Nicholas "guerri" Nogueira, a comissão decidiu mudar a fórmula que calculou as punições de modo com que as concessões aplicadas refletissem diretamente nos "pontos de demérito" e, consequentemente, liberassem treinadores para trabalhar em eventos da Valve - a dona do CS:GO, porém, ignorou o pedido.
De acordo com nota divulgada pela ESIC nesta sexta-feira, a dupla, por meio do advogado Luiz Felipe Maia - o mesmo que ajudou Luis "peacemaker" Tadeu -, entrou com um recurso no dia 5 de julho. O objetivo do pedido era avaliar o impacto da sanção da ESIC na sanção da Valve.
A comissão afirmou que entende que as sanções aplicadas pela Valve, baseada nos pontos de demérito sem as concessões aplicadas pela ESIC, não condizem com a ideia das punições em primeiro lugar - ou seja, mesmo que treinadores tenham conseguido diminuir consideravelmente sua pena em relação em eventos da ESIC, eles seguem punidos de eventos da Valve, que ignora as concessões dadas após a defesa dos treinadores.
Para tentar mudar isso e evitar novos recursos de treinadores, a ESIC recriou a fórmula usada para as punições. Antes, a fórmula era:
Sanção final da ESIC = equivalente de banimento pelos pontos de demérito - (% de concessão x equivalente de banimento pelos pontos de demérito)
Agora, o cálculo é:
Pontos de demérito finais = pontos de demérito iniciais - (pontos de demérito iniciais x % total da concessão)
Com isso, os treinadores punidos e que receberam sanções tiveram seus pontos de demérito recalculados. De acordo com a comissão, isso se deu porque a maioria dos treinadores punidos já pagou suas sanções da ESIC, nenhum dos banidos perdeu mais majors até o momento que eles teriam perdido no cálculo original, e que o as mudanças foram "inteiramente necessárias" por conta das punições da Valve.
A ESIC enviou os pontos recalculados para a Valve, mas afirmou que a resposta inicial da publisher "indica que eles não vão fazer esse ajuste". A comissão também afirmou que pediu para que a dona do CS:GO reconsidere sua posição no caso.
Com o novo cálculo, por exemplo, os dois brasileiros que apelaram estariam livres para trabalhar no IEM Rio Major. Apoka, que teve 8 pontos de demérito e uma concessão de 85%, passaria a ter 1,2 pontos e viria sua punição cair de proibido de trabalhar em majors de todos para nenhum. guerri, com 5 pontos de demérito e uma concessão de 60%, viria o número de pontos cair para 2 e a proibição para um major - que já teria sido cumprida no fim do ano passado, no PGL Major Stockholm.
Se a posição da Valve não mudar, os dois brasileiros vão seguir de fora dos eventos oficiais da empresa. guerri só poderá voltar a treinar um time nos mundiais no primeiro major de 2024, e Apoka permanentemente - mesmo não exercendo mais a função de coach, o ex-MIBR é proibido de transmitir a competição.