
julih diz que estilo brasileiro de jogar faz a diferença na Europa
Realizando o próprio desejo, Julia "julih" Gomes é mais uma brasileira que está se aventurando no cenário europeu. A ex-Fluxo vem jogando pela Spray and Slay, uma das participantes da ESL Impact League Season 7. À Dust2 Brasil, a rifler comparou o atual cenário com o brasileiro, falou sobre a formação do time e os objetivos competindo no Velho Continente.
Para julih, as principais diferenças entre os dois cenários estão no estilo de jogo e na qualidade dos treinos: "Aqui os treinos são um pouco mais disciplinados. Não jogam de forma desorganizada, o que acontecia muito no Brasil, até no auge do Fluxo".
Ainda sobre os treinos na Europa, a brasileira destacou que as equipes da região encaram os treinamentos como um preparatório para as competições oficiais.
"No Brasil, eu tinha mais dificuldades nisso, mas ao longo do tempo conseguimos encontrar praccs melhores por lá também. Já em relação aos campeonatos, sinto que é a mesma coisa. O jogo em si é o mesmo, mas aqui na Europa é um pouco mais fácil de ler o jogo dos adversários, porque o CS é muito mais estruturado", explicou.
Por conta disso, julih acredita que o estilo brasileiro será um diferencial para a Spray and Slay: "Fazemos o que temos que fazer no momento e troca tiro. Nós temos um 'sauce', um 'molho' diferente de jogar. Muito time não espera isso, porque é um CS muito correto. Então, a gente acaba surpreendendo um pouco."
Se adaptando a comunicar em inglês
julih vem competindo na Europa desde o início do ano. As primeiras aparições foram com a VAMOS, para a qual foi chamada pela ex-BIG e ENCE Aida Simão. "Nesse momento elas já tinham uma line formada, o VAMOS, mas uma das meninas recebeu uma proposta para outro time e acabou saindo. A Aida sugeriu meu nome para as meninas, e elas gostaram da ideia", explicou.
A adaptação ao novo time e ao cenário europeu trouxe desafios, principalmente em relação à comunicação. "Tive que aprender bastante coisa e ainda estou aprendendo muita coisa", destacou a rifler, referindo-se à troca entre do idioma para o inglês dentro do jogo, além das novas nomenclaturas e comandos.
Porém, a brasileira deixou claro que a experiência competindo no Brasil a preparou para este momento: "O Brasil me moldou bastante como jogadora. Tive boas pessoas ao meu lado em toda minha trajetória, que me auxiliaram e passaram visão de jogo. Vim para a Europa muito preparada, até porque já jogo CS há muito tempo. Isso me dá uma bagagem que jogadores mais novos ainda não têm."
Escassez de organizações europeias no cenário feminino
Na Spray and Slay, julih está novamente vivenciando a complexa experiência de encontra uma organização para a equipe. Porém, atualmente, o cenário europeu está vivendo uma escassez de clubes apostando no cenário feminino. Astralis, Natus Vincere e Spirit são algumas das gigantes do Counter-Strike que pausaram o investimento que vinham fazendo.
"Tem muito time que é fake aqui também. Eu não sinto que a nossa presença em LAN afasta as organizações. Na verdade, deveria ser um motivo a mais para elas investirem. Mas eu entendo o lado delas também. Falta mais investimento, tanto de patrocinadores novos quanto talvez até da Valve, que poderia olhar para a gente como a Riot faz, dando um suporte maior às organizações que apostam em times femininos", opinou.
Rendimento da equipe e metas na Europa
A Spray and Slay evolui a cada campeonato, construindo a própria identidade no cenário europeu. A brasileira acredita que o time está cada vez mais sólido e que os treinos têm refletido diretamente nos resultados obtidos dentro do servidor. “Estamos crescendo a cada campeonato. Nosso entrosamento melhora e conseguimos ter uma leitura de jogo mais rápida, o que é essencial para bater de frente com times bem estruturados”, afirmou.
Com a ESL Impact League Season 7 sendo o principal desafio do time no momento, julih vê a competição como uma oportunidade de consolidar a equipe no cenário. "Nosso foco é vencer todas as partidas, garantir a classificação para a Impact Finals e, lá, brigar pelo título. Temos uma line experiente, que já disputou torneios importantes antes, e queremos aproveitar esse momento para evoluir ainda mais", explicou.
A brasileira finalizou falando sobre a Imperial feminina, equipe a qual enfrentará pela fase de grupos da Impact: "Elas têm um favoritismo natural por tudo que conquistaram. Elas jogam juntas há muito tempo e isso faz toda a diferença. Mas, hoje, vejo muitas equipes evoluindo e encurtando essa distância. Para bater de frente com elas, é preciso estar muito bem estruturado, com uma teamplay afiada e muita leitura de jogo. Quem quiser competir no mais alto nível precisa estar realmente preparado."
Leia também

