exit: "Se queremos chegar ao topo, não podemos ficar felizes só de estarmos no Major"
O MIBR encerrou o ano de 2024 sendo eliminado no Elimination Stage no Perfect World Shanghai Major, mas Raphael "exit" Lacerda vê o time no caminho certo. O jogador disse que a equipe precisa seguir na mesma linha, buscar a constância e, principalmente, ter uma frequência maior em campeonatos grandes.
"Pelo que almejamos, foi uma temporada ok para boa. Se queremos chegar ao topo, não podemos ficar felizes só de estarmos no Major e temos que buscar objetivos maiores", disse exit em entrevista à Dust2 Brasil.
"Eu não fecho na ideia de que a classificação para o Major significa que o semestre está cumprido e foi bom ou não. Classificar para o Major, quando se joga num time tão grande, se torna uma obrigação. Você tem que estar sempre nos maiores campeonatos", completou.
De acordo com o jogador, é importante bater ponto nos principais campeonatos do mundo para que a equipe siga evoluindo na mesma pegada dos últimos meses, quando ligou as boas campanhas na ESL Pro League e no circuito do Perfect World Shanghai Major.
"É muito bom enfrentar esses times. É até uma parada engraçada, vamos treinar contra a NAVI, por exemplo, e para mim é o melhor treino possível. Você vê que eles jogam 100% como campeonato e você vê a evolução quando treina contra esses caras", disse.
"É uma parada muito importante, temos que jogar todos os campeonatos grandes para conseguirmos evoluir com eles. Não adianta achar que de 6 em 6 meses vamos jogar um campeonato e fazer um milagre. Temos que estar nessa bolha e acredito que estamos. É muito importante para criarmos casca, evoluirmos, para no futuro batermos de frente com esses times", completou.
Com uma participação mais frequente nas grandes competições, exit acredita que o MIBR vai conseguir a experiência necessária para dar o famigerado "próximo passo", o grande desafio das equipes brasileiras de topo.
"Nós ainda precisamos chegar lá. Não vou dizer que estamos no nível de campeões de Major, ainda temos que evoluir. Mas o nível não é tão discrepante assim, se estivermos num bom dia, conseguimos vencer esses times", disse.
"Treinamos muito bem, jogamos algumas partidas de campeonato muito bem, mas se você chega num jogo como esse e começa a errar coisas básicas, eles vão te punir. Hoje em dia o CS de alto nível é quem erra menos. Em questão de mira é muito equiparado, mas o momento de pressão, de round bagunçado, que você tem que pensar rápido, é o diferencial", completou.
Para chegar ao nível desejado, exit diz que o time não pode perder o foco nos métodos que vêm sendo empregados e precisa de regularidade.
"O caminho que estamos fazendo pode ser bem produtivo para nós. Estamos no caminho correto, só precisamos continuar nessa pegada, não podemos desistir, parar e achar que não vamos conseguir. A cabeça de todos aqui é de continuar tentando. Treinamos muito, passamos 10 dos 12 meses do ano viajando fora do Brasil e perdendo muita coisa. Só temos que continuar tentando e evoluindo", disse.
"Precisamos buscar a constância, já conversamos várias vezes sobre isso, estávamos meio que numa montanha russa, começamos mal, vamos bem, ficamos mal, vamos bem. Foi algo que aconteceu esse ano, temos que tentar buscar essa constância para estarmos pelo menos no nível da Pro League. Quando estamos bem ficamos muito bem, jogando um CS correto, batendo de frente com todos os times do mundo. Ano que vem é buscar essa constância e com certeza evoluir mais ainda", completou.
Jogo a jogo
A campanha do MIBR no Major terminou após três derrotas consecutivas. Para exit, o pior dos confrontos foi o da Liquid, no jogo do 2-1.
"Tivemos um primeiro dia muito bom aqui no Elimination Stage, conseguimos sair 2-0, e acredito que no jogo contra a Vitality tentamos jogar nosso jogo, só que jogaram melhor do que nós. Sentimos que estávamos tentando fazer nossas coisas, só que eles estavam em um dia melhor e conseguiram contornar tudo que estávamos fazendo", disse.
"Ontem, contra a Liquid, acredito que foi o nosso melhor dia e acho que no terceiro mapa nós pecamos em muitos rounds que não devemos pecar, em momentos cruciais, que você vê que o time está pronto para dar esse próximo passo, e ontem não conseguimos fazer isso, principalmente no terceiro mapa. Senti que a Anubis estava na nossa mão, mas entregamos vários rounds", completou.
Já, no duelo decisivo diante da MOUZ neste domingo, o time "não entrou no servidor".
"Hoje foi o nosso pior dia como time. Não conseguimos entrar no servidor. Nossa Mirage foi ruim durante o campeonato inteiro. Na Nuke erramos muitas coisas de TR, estávamos errando muitas táticas, decisões, comunicações, pecando nas coisas básicas do jogo que, quando se joga contra times bons, eles vão te punir. Isso virou uma bola de neve, foram fazendo rounds e, quando tentamos contornar, estávamos de CT, fizemos cinco rounds e já era tarde, já estava 12-5 ou 12-6", explicou.
exit não acredita que o time estava pressionado e nem que o acúmulo de resultados ruins atrapalhou.
"Estávamos tranquilos em relação à pressão, pois sabíamos que para passar de fase teríamos de ganhar de um time muito bom. Não sei se as derrotas acumuladas abalaram nossa confiança, acho que não, pois estávamos bem tranquilos para o jogo de hoje. Sabíamos que era nossa última chance, mas estávamos jogando jogo a jogo, se preocupando só com o próximo jogo. Não sei se nos afetou, mas acredito que não", disse.