MIRA JOVEM: No CS, Jotag3 reencontrou a paixão pela competição
Um jovem brasileiro que sonha em ser jogador de futebol, mas que teve seu sonho frustrado. Uma história clichê e que já aconteceu com milhares de pessoas no Brasil e também com João "Jotag3" Prado. No entanto, no caso do jogador da W7M Academy, o desenrolar é feliz: ele reencontrou a paixão pela competição no CS.
"Essa sensação de querer estudar, treinar todo dia, ser melhor do que ontem. Isso sempre me motivou no futebol, então quando parei de jogar, reencontrei isso no CS, foi uma sensação muito boa", disse em entrevista à Dust2 Brasil.
Agora atuando no FPS da Valve, Jotag3 quer conquistar títulos, como deve ser o objetivo de qualquer jogador. Mas o jovem de 18 anos não quer parar por aí. Empilhar troféus não é o suficiente, ele quer também ser conhecido por quem é o João, não só o Jotag3.
"Sempre fui motivado por isso, de ser reconhecido sobre minhas ações no geral. Sempre que eu fazia algo positivo e tinha o reconhecimento, ficava muito feliz e mais motivado. No futebol, por exemplo, queria ser o melhor do mundo, mas queria que todo mundo conhecesse quem era o jogador, o que me faria ser o melhor. Busco conhecer isso nos atletas como Messi, Cristiano Ronaldo, Kobe Bryant, conhecer como eles pensam, suas atitudes."
Jotag3 é o vigésimo entrevistado do MIRA JOVEM, série da Dust2 Brasil e GG.BET que conta as histórias de jogadores e jogadoras que estão construindo a carreira no cenário de CS.
CS na mira
Nascido em 2005, Jotag3 conta que o contato com o videogame esteve sempre presente em sua vida, passando por Playstation 1, PS2 e Xbox 360. Nessa época, já tinha o gosto pelos jogos de tiro, porém ainda não conhecia o CS.
Jogador de Minecraft, Jotag3 descobriu o FPS da Valve por conta de youtubers como Lugin, que faziam vídeos tanto de Minecraft, quanto de CS. Até então sem PC, ele só jogava o FPS na casa de um amigo. Assim seguiu até 2017, quando comprou seu próprio computador.
"Um amigo já tinha computador e eu ia para lá ficar jogando CS e sempre saia apaixonado. Quando tive a oportunidade de pegar um PC, nunca parei mais de jogar. Comprei já pensando no jogo", lembra.
Enquanto Jotag3 dava seus primeiros tiros no FPS da Valve, nomes como Gabriel "FalleN" Toledo e Fernando "fer" Alvarenga estavam acumulando troféus internacionais. Em 2017, a lineup brasileira da SK venceu oito campeonatos.
O momento super positivo do Brasil foi importante para que Jotag3 conhecesse mais sobre a área e também levasse os jogadores como inspiração, sabendo que é possível viver do jogo no cenário competitivo.
"Isso teve um papel fundamental no meu início, sinto que aquilo me deixou motivado. Pesquisei a história dos jogadores brasileiro, vi tudo que eles passaram até chegar no topo. Na época eu não tinha tanta noção ainda dos esportes eletrônicos, mas já sabia que era uma área grande. Lembro que assisti uma IEM Sydney de madrugada, que ganhamos a semifinal sobre a OpTic. Ali falei "caralho, esses caras são muito foda, são muito bons", e falei que queria jogar com eles."
Por mais que as ótimas campanhas da SK tenham sido essenciais para Jotag3 se antenar mais sobre o competitivo, o jovem já tinha claro em sua mente que iria viver do jogo, porém até então com outro foco.
"Antes mesmo de começar a jogar, já sabia que queria viver do CS de alguma maneira. Não tinha noção do competitivo, então pensava mais na criação de conteúdo, porém depois que vi o Brasil no topo, quão grande era o cenário profissional e o tanto de dinheiro que movimentava, isso me motivou a querer viver esse outro lado de ser jogador e competir."
"Voltou o espírito da competição que tinha muito quando jogava futebol. Eu tinha dado uma pausa no esporte e fiquei meio perdido, sabe? Embora ainda fosse novo, estava perdido. O CS fez com que eu voltasse a enxergar o que via no futebol, de querer estar todo dia ali treinando, estudando o jogo, me aperfeiçoando e a cada dia querendo ser melhor", seguiu Jotag3.
Da bola ao mouse
Quando criança e sem o nick de Jotag3, João descobriu o amor pela competição ainda no futebol. Ele lembra que, na época, não foi muito longe na busca deste sonho, só jogou em algumas escolinhas, mas "nada profissional".
No entanto, foi no futebol que João encontrou um combustível que acenderia em si o desejo de levar o Jotag3 para o topo do mundo. Não mais no futebol, agora no CS.
"(A competição) é meu gás, literalmente o meu combustível diário, porque nem sempre você vai acordar motivado, e aí entra a questão da disciplina. Você precisa ter disciplina, mesmo que não esteja no seu melhor dia individualmente ou coletivamente, você tem que estar tentando dar o seu melhor de qualquer jeito. Você não pode ficar na sua zona de conforto, "ah tá legal, tô jogando bem". Sempre dá para melhorar e sempre me cobrei muito com isso."
"Me cobro para poder aperfeiçoar os mínimos detalhes, porque sempre sei que dá para melhorar. Se estou errando algo, o adversário não vai estar errando, e é nisso que ele vai ser melhor do que eu, e não posso aceitar isso. Tenho que estar sempre buscando evoluir, melhorar, não posso ficar acomodado", adicionou.
Apoio desde o início
Em busca do seu sonho no CS, Jotag3 sempre teve o apoio dos seus familiares. Ele conta que sua mãe foi a primeira a saber do seu desejo de atuar profissionalmente no FPS, e ela já o apoiou. Depois, contou para o seu pai, que também o apoiou.
"Tenho que ser muito grato aos meus pais porque eles sempre me apoiaram em literalmente tudo da minha vida. É lógico que era uma área desconhecida para eles no começo. Não comentava muito com meu pai, mas falava para a minha mãe desde que comecei que queria viver isso. Ela me entendia muito bem, e falava que tinha o apoio dela, mas ela não conseguia ter a noção de quão grande era. Até que a levei em um evento da BLAST em São Paulo, e aí sim ela viu a imensidão. A torcida cantando pelo Brasil, por mais que a gente tenha ido mal, estava todo mundo apoiando e ela ficou fascinada."
"Não sabia como seria a reação do meu pai e só contei quando fui selecionado para a peneira do MIBR Academy, em 2021. Mostrei para o meu pai que fui um dos 20 selecionados e ele passou a pesquisar sobre a organização, como funciona o cenário e passou a ter uma noção real e, assim como a minha mãe, começou a me apoiar muito. Não passei na peneira, mas no ano seguinte assinei contrato com minha primeira equipe profissional, comecei a receber dinheiro e o apoio foi só aumentando", seguiu Jotag3.
Embora o apoio estivesse presente desde o começo, principalmente a mãe de Jotag3 tem uma exigência: que ele termine o Ensino Médio. Atualmente no 3° ano, o jovem conta que isso nunca foi um grande problema para ele, porém diz que dividir as obrigações da escola com o CS é desgastante.
"Terminar o ensino médio era uma das condições dos meus pais (para que pudesse jogar), principalmente por parte da minha mãe. Felizmente nunca dei trabalho na escola para os meus pais, então nunca se incomodaram de falar. Eles falavam "pode jogar à vontade contanto que cumpra suas obrigações básicas". Nunca peguei recuperação, sempre tive notas boas, então não foi uma preocupação, mas a condição deles era que eu terminasse o ensino médio."
"Era muito desgastante e difícil equilibrar os dois, porque ao mesmo tempo que queria ter boas notas na escola, queria ser o melhor jogador de CS, mas no final isso me dava um pouco de prazer porque entra naquilo da competição, de querer estar sempre sendo a minha melhor versão. Eu olhava e pensava: "tá, tô aqui dormindo duas, quatro horas por noite, mas sei que isso vai valer a pena lá na frente". Meus estudos vão estar encaminhados, meu individual no CS também", declarou.
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Além do Jotag3
Jogador da W7M Academy, Jotag3 tem grandes ambições para o seu futuro profissional, mas as conquistas não se resumem somente aos títulos. Ele almeja marcar seu nome na história dos esports, e não somente o seu nick.
"Meu grande objetivo é chegar em um ponto de deixar meu nome na história dos esportes eletrônicos, mas não quero que as pessoas me conheçam só por mecânica, habilidade, questões dentro de jogo, mas também conheçam o eu fora de jogo, o João, não só o Jotag3, que conheçam a minha imagem, minha pessoa, o que eu penso. Sou muito inspirado pelo FalleN nesse sentido, na comunidade dos esportes eletrônicos ele é o cara que melhor faz isso, todo mundo conhece o Gabriel Toledo e também o FalleN."
"Quero poder deixar essa marca nos esports. Com certeza conquistar títulos, Majors, Intel Grand Slam, Katowice, Cologne, mas também deixar minha marca como quem eu sou, crescer minha imagem, reconhecido como player e pessoa. Almejo coisas no jogo, porém isso todo mundo almeja, tipo querer ganhar um Major. Aí entra a parada da competição, quero isso, dar meu melhor individual, meu melhor coletivo para minha equipe, porém também trabalhar minha imagem fora do jogo, valorizo muito isso", finalizou.