MIRA JOVEM: ksloks revela importância de v$m e drop para dar volta por cima do VAC ban

Jovem da Sharks Youngsters fala sobre desafios para iniciar carreira de jogador e período pós-banimento

Os anos de 2020 e 2021 foram conturbados no cenário nacional por conta dos inúmeros VAC bans envolvendo jovens jogadores. Italo "ksloks" Meinberg foi um desses. Com ciência do próprio potencial e aconselhado por duas estrelas brasileiras que passaram pela mesma situação, Vinicius "v$m" Moreira e André "drop" Abreu, a promessa da Sharks Youngsters vem dando a volta por cima para poder realizar o sonho de atuar no tier 1 assim que expirar a punição.

"Quando soube do VAC ban fui falar com duas pessoas, o v$m e o drop. Mandei mensagem para eles, que me ajudaram falando o que aconteceu com eles e o que fizeram. O v$m revelou que não desistiu por saber que era bom e levei as palavras dele para mim: 'se eu sou bom, uma hora vai passar e eu vou voltar'", afirmou em entrevista à Dust2 Brasil.

Mas além de recorrer a dois importantes nomes do cenário nacional, ksloks também contou com a ajuda do irmão, pessoa esta determinante para o jovem lutar pelo sonho de se tornar profissional no Counter-Strike.

"Quando recebi a notícia do VAC, a primeira pessoa com quem falei foi o meu irmão, que é meu braço direito na vida. Cheguei, contei e perguntei o que eu faria. Ele sugeriu tentarmos reverter entrando em contato com a Valve porque eu consigo provar que não fui eu. A própria Sharks também tentou entrar em contato com a Valve, mas não obtivemos resposta. O fato do meu irmão e da minha mãe me acalmarem foram determinantes para eu voltar o mais rápido possível", explicou.

ksloks é o décimo nono entrevistado do MIRA JOVEM, série da Dust2 Brasil e GG.BET que conta as histórias de jogadores e jogadoras que estão construindo a própria carreira no cenário nacional de CS.

A trajetória de ksloks no mundo gamer começou aos 10 anos, com a joia da Sharks Youngsters se aventurando no Minecraft e tendo a primeira interação com um FPS ao jogar Combat Arms. Mas foi com o irmão, em 2016, que começou a jogar Counter-Strike, ao receber o jogo de presente após ser desafiado acertar três amos do jogo.

"Meu irmão é praticamente apaixonado e sempre me apoiou muito. Na minha família sempre apoiou porque a gente acompanha o competitivo de CS. Vimos juntos o auge do Brasil e ele me apoia até hoje me mandando mensagem. Nos campeonatos que a gente perde e eu erro, principalmente, ele aponta onde eu vacilei. É um cara que está sempre me dando suporte e perto de mim em tudo na vida", contou.

Mas não foi só o apoio que inspirou o jovem. O fato do irmão ter competido semiprofissionalmente em outros jogos reforçou o desejo de ksloks em se tornar jogador de CS: "Eu assistia ele jogar todos os tipos de jogo e eu via o quão sério ele jogava. Sempre tentando dar o máximo, buscar a vitória. Essa competitividade temos em comum. Sempre tive isso em mim essa vontade de vencer e vendo isso nele também serviu de base para mim."

Se do irmão recebeu o primeiro desafio para poder começar a jogar Counter-Strike, da mãe veio o valendo a carreira profissional já que ela deu a ksloks o deadline de um ano para fazer dar certo.

"Foi difícil no começo porque comecei a tentar me tornar jogador quando veio a pandemia. Nisso, minha mãe falou: 'Vou te dar até o fim do ano passa você tentar seu sonho'. Em contrapartida, meu pai brigando com a minha mãe, falando que não ia dar certo e mandando eu estudar. Mas minha mãe falou da promessa que fez pra mim. Essa promessa foi a abertura para eu focar no jogo e acabou que no fim do ano uma organização, a RUSH, me chamou e eu consegui o meu primeiro contrato", contou.

Rindo, ksloks revelou que até chegou a se esquecer do desafio proposto pela mãe e que foi a própria que o relembrou. "Eu nem lembrava. Minha mãe que veio, quando acabou o ano, chegou e falou: 'você se lembra disso (da promessa) que conversamos?'. Falei que sequer me lembrava, só foi naturalmente, e ela então disse para todos que iríamos abraçar essa oportunidade e dar um voto de confiança para ver se realmente dava certo", afirmou.

Quanto a aceitação do pai, ksloks afirmou que passou a acontecer há pouco tempo. "Ele falou que minha carreira tava indo mesmo ao ver eu conseguindo entrar em bons times. Mas como meu pai é mais velho, ele sempre foi aquela cara de mandar eu tomar cuidado porque a internet não é um lugar bom. Eu acredito que meu irmão foi importante nessa questão tempo. Apesar de nunca ter falado pra mim, acredito que ele conversou com meus pais. Meu pai ainda fica um pouco atrás, mas começou a entender que está sendo a minha profissão e começou a aceitar mais", disse.

E as primeiras oportunidades logo tão cedo também surpreenderam ksloks, não só da RUSH, como também da REHL, a primeira grande equipe do jovem por ser um time que disputava torneios do tier 1 nacional e buscava despontar nos grandes torneios.

"Não estava esperando (esse convite da RUSH). Achei que ia demorar mais porque minha mãe me deu a chance em março e em junho eu fui chamado. Foi mais rápido que eu imaginava e também foi legal para a época porque conseguimos objetivos grandes, como chegar na Série B bem rápido e disputarmos Razer Invitational, tendo até o jogo transmitido por Gaules e FalleN", contou.

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A primeira grande evolução foi defendendo a REHL até porque pela equipe não jogava nas posições habituais: "Foi um pequeno salto, conseguindo me adaptar relativamente rápido com o nível que estava disputamos e, com um mês de time, chegamos aos playoffs de CBCS."

E foi na época de REHL que ksloks recebeu a notícia do VAC ban. "Estava tudo normal e ninguém estranhava nada. Começamos a jogar e do nada chegou a notícia. Pediram uma explicação e falei que não sabia porque eu tinha dado a conta para um amigo em 2019 porque ele queria jogar CS. Era um amigo de escola. Fui pego totalmente de surpresa e a primeira coisa que eu fiz foi me desculpar", lembrou

"Eu nunca imaginava isso e não faria de propósito. Pedi desculpas e peço até hoje. Não quis fazer aquilo. Foi algo que me deixou muito triste. Foi um erro porque eu deveria ter pensado que poderia dar errado porque meu nome estava na conta e, mesmo que não tenha sido eu, foi um amigo meu, posso ter um envolvimento em si. Eu cometi esse erro e deveria ter falado com eles", afirmou.

A terceira equipe na carreira é tratada por ksloks como "salvação" porque após a notícia do banimento o jogador se sentiu perdido. Um ano de Sharks Youngsters se passou, sendo um dos remanescentes da line original e com bons resultados. "Foi o time que me reergueu", garantiu.

E ksloks tem um objetivo em mente para alcançar quando o VAC ban expirar, que é ser promovido para a line principal da organização portuguesa. E o jogador revelou que já deixou claro esse desejo à direção da Sharks.

"Já deixei explícito. Meu objetivo é subir, principalmente no ano que vem. Já falou sobre a minha vontade de jogar com eles. Tive perto disso porque após a saída do chay eu estava treinando com o time e ia ser promovido, mas não aconteceu por conta do VAC. Mas esse período serviu parar mostrar o que eu queria, que é ir para o time principal", afirmou.

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