Presidente da Ucrânia diz que "não está jogando CS" à jornal
Antes da passagem pela França, país que sedia o último Major de CS:GO, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky concedeu entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, no início deste mês, na qual afirmou não estar jogando Counter-Strike ao lidar com a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
Zelensky usou a analogia quando questionado sobre a veracidade das contraofensivas ucranianas presentes em documentos militares norte-americanos vazados em abril, e se a divulgação de tais informações prejudicam o país: "Não é sensível. Se eu responder que é, significa que são documentos reais. Por favor, pare de brincar comigo. Sou o presidente de um país em guerra. Eu falei sobre minha reação a esses documentos, que não é bom para o nosso povo. Você sabe, eu não estou jogando Counter-Strike. Estamos preparando uma contraofensiva".
Assim como já fez publicamente na época em que os documentos ultrassecretos foram vazados, o presidente ucraniano garantiu que não estava a par de tais "papéis" e que, quando perguntado sobre o vazamento, apenas respondeu "que não é bom para nós".
"Eles não estavam na internet, faziam parte de algo. Nós, que fazemso parte da sociedade normal, não poderíamos acessar tudo isso. Não podíamos. Então, começaram a sugir informações de que publicaríamos parcialmente o resto. Vocês publicam informações sobre uma contraofensiva na Ucrânia. Alguém ouviu algo em algum lugar, alguém publicou algo em um lugar, mas as informações são diferentes e, definitivamente, não funcionam a favor da Ucrânia. Isso é tudo. Você está brincando com coisas que não são boas para o nosso povo e não é a primeira vez que te digo isso", completou.
Em 10 de abril, documentos ultrassecretos pertencentes ao Pentágono vazaram nas mídias sociais, com uma visão dos EUA sobre a guerra na Ucrânia e destacando uma possível contraofensiva ucraniana contra a Rússia. Segundo a emissora americana CNN, por conta da divulgação das informações, a Ucrânia viu a necessidade mudar detalhes no plano de ataque ao território russo já que, segundo fonte próxima ao presidente Zelensky, as informações eram bastante sensíveis quanto aos pontos fortes e fracos das defesas dos dois países.
Nos últimos dias, o presidente ucraniano visitou diversos países europeus, como Alemanha e Itália, e, no domingo, desembarcou na França e se encontrou com o presidente Emmanuel Macron, que, em um jantar, anunciou suporte bélico com o envio de veículos blindados nas próximas semanas.
O conflito russo-ucraniano acontece desde 2014, quando a Rússia e forças pró-russas na Ucrânia conquistaram a península da Crimeia e partes do território da região de Donbas. As tensões aumentaram em fevereiro de 2022, quando tropas russas invadiram o território ucraniano, com ataques a diversas cidades do país. Desde então ataques são registrados periodicamente e, em março, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório no qual afirma que, pelo menos, 8 mil civis foram mortos e outros 13,2 mil feridos. Já em relação a militares, os EUA afirmam que já morreram 100 mil soldados russos e outros 100 mil ucranianos.