Jornalistas escondem informações sobre guerra na Ucrânia em mapa de CS
O Counter-Strike: Global Offensive foi utilizado por jornalistas como um meio para publicar as próprias informações sobre a guerra da Ucrânia ao povo russo. Lançada na terça-feira, a iniciativa é do jornal finlandês Helsingin Sanomat, que criou um mapa próprio contendo uma sala secreta que contém reportagens e fotos sobre o conflito.
O nome do mapa é de_voyna, utilizando a palavra russa "voyna" que tem o significado de guerra e é um termo proibido pela Rússia para se referir ao conflito russo-ucraniano. Ele está disponível na oficina da Steam.
O jornal contratou dois conhecidos designers de mapas de CS a fim de criar um cenário inspirado em uma cidade eslava, mas com uma sala secreta na qual colocou reportagens próprias sobre a guerra. O Helsingin Sanomat tem dois correspondentes na cidade ucraniana de Bucha, cobrindo o dia a dia do conflito.
Segundo o jornal, a ideia de usar o Counter-Strike para "propagar informações verdadeiras" quanto à guerra se deve ao fato da "mídia estatal não estar dizendo a verdade sobre o conflito".
O jogador tem conhecimento da sala secreta no mapa após morrer em um round. Isso porque, nesse momento, a visão do player passa para a terceira pessoa, permitindo que tenha uma visão geral do mapa. A sala secreta está escondida perto de um monumento comum em cidades de Rússia e Ucrânia em memória a 2ª Guerra Mundial.
Logo na entrada da sala secreta o jogador se depara com uma manchete sobre a guerra na Ucrânia e, ao lado, um mapa que mostra supostos alvos civis ucranianos atingidos pelos russos no conflito. Em outra parede do local foi colocada notícia sobre um massacre que ocorreu em Bucha e, quando o player se aproxima, é possível ouvir, em russo, uma descrição das imagens.
Na sala secreta também é possível ter acesso a um levantamento do jornal sobre a quantidade de russos mortos durante a guerra, que, de acordo com o jornal, é de cerca de 70 mil.
O conflito russo-ucraniano acontece desde 2014, quando a Rússia e forças pró-russas na Ucrânia conquistaram a península da Crimeia e partes do território da região de Donbas. As tensões aumentaram em fevereiro de 2022, quando tropas russas invadiram o território ucraniano, com ataques a diversas cidades do país. Desde então ataques são registrados periodicamente e, em março, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório no qual afirma que, pelo menos, 8 mil civis foram mortos e outros 13,2 mil feridos. Já em relação a militares, os EUA afirmam que já morreram 100 mil soldados russos e outros 100 mil ucranianos.