Com 100 entrevistados, documentário conta história do CS no Brasil
O Brasil é um dos países com a maior história com o Counter-Strike, e isso se dá pela relação dos jogadores brasileiros com o jogo da Valve desde o começo do FPS. Para relembrar o passado e contar o crescimento do CS no Brasil, Lucas Machado criou o documentário "The bomb has been planted".
Idealizador e diretor da produção audiovisual, Lucas Machado contou à Dust2 Brasil que ficou determinado em seguir com o documentário durante a pandemia para aprofundar as histórias do jogo com o cenário brasileiro.
"Quando você pesquisa sobre CS na internet, até dá para encontrar bastante imagem, mas não tem ninguém contando a história daquela imagem. Eu adoro o SK The Dream, the muita imagem, porém se tu não vive o jogo, você não sabe o que é aquilo. Então eu quis trazer essa visão dos jogadores falando sobre como que era."
O The bomb has been planted segue uma ordem cronológica, contando a história do Counter-Strike no Brasil a partir de 1999, com as primeiras LANs realizadas no país. No total, a produção do documentário realizou mais de 100 entrevistas, com cerca de 300 horas de conversas.
"São nove episódios, começando em 99, que fala do surgimento do jogo. O documentário vai até o Major do Rio, que é o último episódio, com o Major que tivemos aqui. Passamos por 2004, 2005, título das Ladies, primeiro título de 2006, rivalidade do MIBR, GC e g3x, surgimento do FalleN, SK e Complexity."
Machado conta que, no total, o documentário vai entregar um pouco mais de 8 horas com os 9 episódios, depois das 300 horas de entrevistas. Assim, o diretor entende que as histórias são contadas de maneira superficiais, mas tem um objetivo claro com seu trabalho: incentivar mais produções.
"O que eu mais quero é que a galera assista, entenda a história e, se despertar o interesse por alguma história que estamos contando, o pessoal faça uma busca e crie seu próprio documentário sobre algo específico. Minha ideia é trazer o audiovisual para dentro dos esports, além de ter só os times fazendo suas próprias coberturas de campeonato", disse Machado.
"Também estou pensando em criar alguns spin-offs para colocar na internet para que a galera entenda mais sobre algumas histórias, ou talvez colocar entrevistas na íntegra para o pessoal fazer corte. Quero ir liberando o material bruto porque não vejo sentido em que ele fique em um HD na minha casa, sendo que o que mais quero é que assistam, escrevam matérias e façam vídeos. O CS é isso, ele é um mod, então quero que façam mods do documentário", brincou.
Os dois primeiros episódios já estão disponíveis no YouTube, e o terceiro também será liberado na plataforma. No entanto, os outros seis serão liberados no Catarse, site de financiamento coletivo, onde a produtora vai dar prioridade a quem apoiar a produção. Estes poderão ver os episódios em cerca de um ou dois mesês com antecedência antes deles serem disponibilizados no YouTube. Os valores variam de acordo com os níveis de apoio, com valores de R$ 48, R$ 119 e R$ 170.
"No primeiro nível, poderá ver toda a série antes de todo mundo, enquanto o segundo tem a série e um livro - que vai ter algumas histórias de bastidores. Por exemplo, o pessoal da inSanitY foi jogar, com o mch junto, porém o carro quebrou no caminho e eles pegaram carona com um caminhão frigorífico."
"No terceiro, além da série e do livro, vamos dar um pôster que estamos desenvolvendo com uma arte desenhada à mão. Além disso teremos sorteios de dinheiro em skins, PC e um PS5. Esse dinheiro do Catarse servirá para pagar as contas da série", explicou Machado.
O idealizador do projeto cita que cada episódio levou cerca de 25 dias de trabalho para que seja finalizado. Com entrevistas presenciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre, personagens do início do CS como Vip, Crash e jogadores da EmB participam do documentário. A recepção dos primeiros episódios por estes veteranos deixa Machado realizado.
"Até demorei um pouco para lançar porque eu ficava naquela apreensão pensando "será que o pessoal vai gostar?". Eu tirei algumas toneladas das costas porque o pessoal realmente gostou. Apoka, Batatinha e Cogu assistiram, então ver essas pessoas se identificando, vendo um trabalho meu que é a história deles, com eles validando essas histórias, é muito gratificante", finalizou Machado.