Yawara é uma organização nascida no Mato Grosso que busca atingir o tier 1 no CS2

Conheça a Yawara, organização que quer colocar Mato Grosso no mapa do CS2

Organização já investiu R$ 370 mil e quer fomentar ainda mais a comunidade do Centro-Oeste

A onça é um animal de suma importância para os indígenas por representar a força, resistência e intensidade desse povo. Sentimentos estes que passaram de geração para geração em Mato Grosso e foram utilizados por dois amigos de infância amantes do CS que, com a Yawara, querem colocar o Centro-Oeste no mapa do Counter-Strike.

A Yawara é a materialização do desejo de dois amigos de infância amantes do Counter-Strike de estarem presentes no competitivo da modalidade. Essa vontade surgiu na Polônia, para onde Leonardo Rosa e Luiz Vieira viajaram com o objetivo de acompanhar o IEM Katowice Major 2019.

"Ficamos maravilhados com aquele evento. Lá a cidade para para a IEM. Eu e o Luiz acompanhamos o campeonato e dissemos um para o outro que gostaríamos de estar ali competindo. Só que já estamos velhos para jogar profissionalmente. Com isso, o Luiz deu a ideia de abrirmos a nossa organização", contou Rosa.

Do sonho a dupla foi para os estudos a partir de materiais sobre o mercado dos esports presentes nas universidades americanas já que Rosa e Vieira pouco encontraram material do tipo no Brasil. E foi nesse período de estudo, entre 2020 e 2021, que os sócios passaram a acompanhar o sucesso do FURIA, nível este que almejam que a Yawara alcance.

"Almejamos chegar no patamar da FURIA. Vejo o modelo deles sendo de sucesso. É uma organização que mantém os pés no chão em qualquer modalidade que trabalha. Lógico que tem altos embaixo, o que acontece com todo mundo, mas, desde o início da Yawara, miramos no sucesso da FURIA. Sempre foi assim", opinou.

Por que Yawara?

Yawara, ou melhor Îagûara, foi uma forma que os fundadores encontraram de mostrar que o Mato Grosso, a região Centro-Oeste está realmente no DNA do clube. Nisso escolheram um dos animais típicos da região, mas utilizando o nome dado pelos índigenas

"Eu não queria colocar os nomes de Cuiabá e Mato Grosso para não ficamos presos ao regionalismo e buscarmos o ganho da torcida de todo o Brasil. Mas queríamos que a organização tivesse uma identidade local. Buscamos a etimologia da palavra onça e, sem americanizar, e vimos que onça era chamado de Îagûara pelos tupis-guaranis", explicou

"E é por isso que você sempre vai ver nas nossas redes a frase 'A fera está solta'. Fora que a logo, se você prestar bem atenção, é o olho da fera", disse Rosa

terr4z foi o 1º jogador da Yawara (Foto: Reprodução/Instagram)

De Cuiabá para o mundo

O primeiro investimento da Yawara aconteceu na cidade-natal após os sócios-fundadores acompanharem uma LAN que aconteceu em Cuiabá. Nesse presencial conheceram Luis "terr4zz" Terra, que acabou defendendo a organização até meados do ano passado.

"Teve um menino que chamou muita atenção, o terr4z. Ele chegou e me pediu um time. Naquele momento eu falei para o Luiz que iria montar um time e terr4z para jogar. Entre 2021 e 2022 a Yawara era um time amador, já que não tínhamos CNPJ nem a marca registrada, o que não impediu de apoiarmos os atletas com ajuda de custo", relembrou.

Elogios feitos por jogadores conhecidos no cenário foram determinantes para que Rosa e Vieira aumentasse o investimento na organização. O empurrão foi dado por Caike "caike" Costa e Allan "history" Lawrenz, os quais os fundadores da Yawara conheceram em outra LAN que aconteceu no Mato Grosso.

Conversei bastante com o caike e ele elogiou a estrutura que estávamos proporcionando a nossa primeira line já que tínhamos montado um office. Ele disse que os jogadores tinham potencial para subir para a Série B já que estavam jogando muito bem. "Pegamos a estrutura para um time grande e aplicamos a um time da Série C Era um time 100% de Cuiabá", disse.

Base do atual elenco conhecendo o VATIPLANO (Foto: Reprodução/Instagram)

Novas contratações para o elenco foram feitas na sequência diante a dificuldade da line originária avançar nas competições nacionais. João "Jotag3" Prado e Pedro "ph1" Henrique foram contratados e o resultado foi instantâneo com o título da Série C e o acesso à Série B. Foi aí que Rosa e Vieira transformaram a Yawara em uma empresa de fato.

"Abrimos a empresa e estamos subindo degrau por degrau. E a nossa metodologia de trabalho é a longo prazo", afirmou Rosa, revelando que, desde a criação, ele e o sócio já investiram mais de R$ 350 na organização como um todo.

Fomentando a comunidade que abraça a Yawara

Apesar de a atual line não ser composta totalmente por jogadores de Mato Grosso, é desejo da organização investir ainda mais na região. O próximo caminho para é um campeonato de grande porte para Cuiabá.

Rosa contou que a ideia de fazer uma boa LAN na cidade na qual a Yawara foi fundada foi o próprio sentimento quanto a falta de presenciais: "Todo mundo quer jogar, só que o problema é que, quando existem as LANs, elas deixam muito a desejar. Então, a nossa ideia é trazer algo que vai trazer uma experiência única para todo mundo".

Também de acordo com o fundador, apesar da organização ainda não ter feito nenhum estudo do tipo, Rosa e sócio sentem que a comunidade não só de Cuiabá, mas de Mato Grosso por inteiro abraça a Yawara.

"Tem grupos da comunidade local no WhatsApp e todos ali torcem para a Yawara. Acabou que a galera virou torcedora, desde o pessoal mais old school até a nova geração. Já vimos pessoas que jogam League of Legends e VALORANT que estão conhecendo a Yawara. E é lógico que tem o pessoal que não conhece nada de esports e que começaram a entender por conta da organização", apontou.

Rosa finalizou dizendo que a prova de que a comunidade cada vez mais está abraçando a Yawara está no fato de que a organização foi convidada para um evento que acontecerá no Mato Grosso, o que levou que ainda mais na promoção deste evento.

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