MIRA JOVEM: rainny lembra partida em que venceu FalleN e cita sonho
Rafael "rainny" Silva é mais um jovem jogador que começou no CS de forma casual e só pensou em competir depois de ver as conquistas dos brasileiros, liderados por Gabriel "FalleN" Toledo em 2017. No entanto, ele tem um ponto fora da curva: foi o grande responsável por eliminar o time capitaneado pelo Verdadeiro em uma seletiva.
"Na minha cabeça não tínhamos obrigação, era obrigação deles, a pressão estava com a Imperial. Então estava metendo o louco e ganhando as trocações. Teve um round que me marcou demais que comi a smoke, marotei, matei FalleN do lado, matei outro, ficou 2x2 e o froste(zor) ganhou o clutch. Foi uma experiência muito legal", contou em entrevista à Dust2 Brasil.
Hoje sua profissão, o CS não conquistou rainny logo de cara. O que ajudou o jovem a se encantar com o FPS da Valve foram os highlights, tanto de nomes internacionais quanto de brasileiros.
"De começo não gostei muito de CS, só que via uns highlights, principalmente do GuardiaN e kennyS de AWP e isso me animou bastante. Eu via e falava "caramba, esses caras são muito bizarros" e comecei a querer ser mais como eles. Depois de algum tempo descobri que os brasileiros ganharam pela SK com o coldzera, FalleN, e passei a ter mais vontade de ver os jogos e a me interessar mais no game."
rainny é o 24° entrevistado do MIRA JOVEM, série da Dust2 Brasil e GG.BET que conta as histórias de jogadores e jogadoras que estão construindo a carreira no cenário de CS.
Só um passatempo
De início, CS não agradou ao rainny. Ele já estava por dentro do mundo dos jogos, jogando títulos como Minecraft, Warface e Rocket League no seu notebook. Um amigo, que tinha um computador, foi quem lhe apresentou o FPS da Valve.
"Um amigo falou que conhecia um jogo de tiro muito legal, que era o CS. Mas no começo odiei o jogo, porque ficava jogando o modo Demolição. Daí ele falou "joga, pega o nível 2 e começamos no modo Competitivo". Foi assim que passei a gostar, de forma natural."
"Era mais por diversão, passatempo, nada sério. Era só para ficar com uns amigos porque eu não era um cara de sair muito, sempre fui bem introvertido, na minha e os jogos me ajudaram. Meus amigos começaram a gostar de CS e mandavam os vídeos de highlight para mim, então comecei a pegar gosto e depois fui assistir o Major. Nessa época só jogava, não tinha costume de assistir lives", lembra rainny.
Entre 2017 e 2020, CS era só mais um jogo para rainny onde ele podia estar com os amigos. No entanto, com o início da pandemia, ele decidiu mudar e levar o FPS da Valve com mais seriedade.
"Casualmente jogo desde 2017. Mas na quarentena, quando estava no EAD na escola e tudo meio que parou, pensei: "Vou tentar agora dar a vida no jogo". A quarentena deu uma ajudada nesse sentido porque um monte de gente começou a jogar nessa época. Aproveitei a maré e passei a grindar o game. Para você ter noção, eu nem aparecia nas aulas EAD, faltava tudo, mas fazia as provas e passava."
Pugzeiro
Os primeiros passos de rainny rumo ao competitivo foram nos pugs. Foi assim que, como muitos outros jogadores em começo de carreira, ele encontrou pessoas que se tornaram companheiros de equipe.
“Eu jogava pug sozinho e depois conheci o pessoal da minha panela atual e viramos amigos. Montamos uns fakezinhos para jogar a Série B e tal, mas em alguns momentos precisamos nos separar porque um recebia proposta, outro não, e aí tínhamos que remontar. Eu geralmente montava time de amigo e aí não tinha responsabilidade igual a time profissional.”
“O meu primeiro time que passei a desenvolver essas obrigações foi a Sharks Youngsters onde fiquei um curto período de tempo que foi um time que me ajudou bastante. A rapaziada era muito firmeza, todo mundo queria muito, e essa foi minha primeira experiência profissional de receber salário em uma org muito legal”, continuou rainny.
Só por fazer
Enquanto ainda não tinha realmente entrado no competitivo de CS, rainny foi aconselhado a entrar para a faculdade. Sem saber bem o que fazer, seguiu o rumo do pai e cursou Direito por um ano.
“Na minha transição, quando estava sem time antes de ir para a Sharks, cursei Direito. Porém rolou a oportunidade e falei "vou trancar, foda-se". Não escolhi o curso, só fui para ter o que fazer, para não ficarem enchendo o saco. Nunca parei para pensar em um curso que ia fazer, só pensava no CS, não me imaginava vivendo essa vida.”
“Meu pai fez Direito, daí ele falava "ah faz também". Porque, se você não sabe o que fazer, você faz Direito. Foi o caso da minha irmã, que fez esse curso e se formou, já eu fiquei um ano só”, seguiu.
Mudança de chave
A ida para a Sharks Youngsters foi essencial para a carreira de rainny porque foi a partir dali que o jovem passou a ter mais apoio da sua mãe. Enquanto ainda jogava em fakes com amigos que conheceu nos pugs, o suporte não era muito forte, relembra rainny.
“Nessa época minha mãe ainda não me apoiava e os treinos eram tudo à noite tinha aula, então minha mãe ficava falando que eu tinha que ir para a aula, então esse foi meu primeiro time e minha primeira decepção porque não pude jogar com os moleques e eles tiveram que me tirar do time.”
Embora já soubesse que não queria seguir na área do Direito, rainny teve a confirmação de que só queria saber de CS quando foi para a Sharks Youngsters. Ali, sua mãe também passou a lhe apoiar mais.
“Meu pai sempre me apoiou, mas minha mãe não muito. Porém, quando começou a entrar dinheiro, ela começou a apoiar. No começo você não ganha nada, só fica gastando tempo, treinando com o time de amigos sem receber nada porque não tinha organização para sustentar. Quando entrei na Sharks ela passou a me apoiar, dar mais liberdade, porém antes não.”
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Jogando solto
Depois do período com a divisão de base na Sharks, rainny seguiu para a The Union. No período com o time, o jovem teve sua partida mais relevante na carreira até o momento. Pelo quality da IEM Dallas, rainny foi destaque na vitória da The Union sobre a Imperial capitaneada por FalleN.
“Foi um momento muito marcante para mim, vencer do FalleNzão, o cara mais pica do cenário, quem desenvolveu tudo. No começo do jogo a gente falou "vamos jogar soltos, a obrigação é deles, são muito melhores que nós, vamos nos divertir e se der um resultado, ganharmos um round ou outro ali a gente sonha.”
“Ninguém do time acreditava que a gente ia ganhar e tomamos um monte de round no começo, tipo um 5 ou 7x0, não lembro. Depois começamos a encaixar, encostamos e do nada já tava no OT contra os caras. Estava 15x11 para eles, demos o comeback, buscamos o OT e esse foi o jogo que eu tive a melhor performance”, lembra rainny.
O psicológico foi o diferencial para rainny naquela partida. Por jogar a pressão totalmente para o lado da Imperial, ele pôde jogar “metendo o louco” e assim a The Union saiu vitoriosa da partida.
“Na minha cabeça era que não tínhamos obrigação, que era obrigação deles, a pressão estava com a Imperial, então estava metendo o louco e ganhando as trocações. Teve um round que me marcou demais que comi a smoke, marotei, matei FalleN do lado, matei outro, ficou 2x2 e o froste(zor) ganhou o clutch. Foi uma experiência muito legal.”
Sonhos de carreira
Pé no chão, rainny projeta que 2024 será um ano de evolução para ele e seus companheiros de equipe do Corinthians, mas também vencer títulos nacionais. No entanto, olhando a sua carreira ao longo prazo, ele já tem seus sonhos definidos.
"Sobre 2024, almejo títulos, ganhar uns campeonatos, ser MVP, quero conseguir mostrar o meu game, exibir meu 100%. Meu primeiro objetivo é ter um sticker… ter um sticker no game é bizarro, ter seu nome eternizado no jogo, é algo que deve ser incrível, principalmente no jogo que mais joguei na vida. Só de participar do Major eu já ficaria muito feliz, porém ganhar, claro, seria ainda mais legal. Ganhar qualquer campeonato internacional é meu sonho, não precisa nem ser um Major", finalizou rainny.