MIRA JOVEM: Oportunidade com inspirações fez n4mie seguir no competitivo
Karina "n4mie" Mazakina teve uma infância comum, acostumada a brincar na rua com as amigas e a praticar esportes, tendo jogado futsal e vôlei. No entanto, isso mudou com o passar dos tempos e quando conheceu Minecraft, Roblox, mas principalmente depois de começar a jogar o Counter-Strike, que agora toma conta da rotina da jogadora.
"Eu gostava muito de brincar na rua, também já cheguei a ser federada no futsal e também a treinar vôlei, mas só para brincar mesmo. Só que sou baixinha também e tem a questão da vergonha, não conseguia dar tudo de mim nos esportes, então cheguei para minha mãe e falei que não ia seguir", falou em entrevista à Dust2 Brasil.
O começo no CS foi, claro, de maneira amadora, mas isso mudou em 2018 quando viu as jogadoras brasileiras da Vivo Keyd em atuação.
"Eu jogava 100% por diversão, até que em 2018 vi um campeonato que tinha as meninas da Keyd na época. Ainda assim, eu nunca achei que chegaria aqui, a ponto de jogar competitivamente", contou n4mie.
n4mie é a 22° entrevistada do MIRA JOVEM, série da Dust2 Brasil e GG.BET que conta as histórias de jogadores e jogadoras que estão construindo a carreira no cenário de CS.
Do prata ao competitivo
Conforme crescia seu contato com a internet, n4mie foi deixando de brincar na rua e passou a jogar. Nessa mesma época, assistia a série do Prata ao Global, de Gabriel "FalleN" Toledo, que foi seu primeiro contato com o CS.
"Depois (os videogames) viraram uma febre com a internet, o YouTube também, e assistia Minecraft e via muitos vídeos do Prata ao Global, então foi quando comecei a gostar. Meu primo jogava CS:GO, comecei a jogar e no Natal meu pai comprou pra mim. Desde então não parei."
Além do Minecraft, n4mie costumava jogar os joguinhos de site e Roblox. Porém quando conheceu o CS passou a se dedicar inteiramente ao FPS, embora tenha tido dificuldades no começo.
"Eu assistia bastante vídeo do Prata ao Global, então sempre gostei, mas foi meio difícil de acostumar com teclado, mouse, coordenação motora, mas com o tempo fui pegando a manha", lembra n4mie.
O começo da jovem no CS foi solitário, mas com o passar dos tempos ela fez amizades dentro do jogo, enquanto ainda jogava por diversão. Nomes como FalleN, Keyd e Dev1ce a fizeram vislumbrar um mundo novo - do competitivo.
"Jogava solo no início e depois fui conhecendo o pessoal dentro do jogo que me ajudou bastante. Hoje em dia não tenho mais contato com eles. Eu não pensava em competir, só jogava mesmo, até assistir o FalleN com SK, a Vivo Keyd com bizinha, Gabii, gostava muito delas, e também o Dev1ce."
"Não optei por ser profissional de CS por gostar disso da competição, mas é porque realmente gostei do CS, de estar com o pessoal jogando, e aí fui só indo. Não me imaginei chegando onde cheguei, onde estou competindo agora", continuou a jogadora.
Nova fase
Com a mente voltada ao competitivo, n4mie precisou se adaptar às responsabilidades que passou a ter por ser jogadora profissional. A rotina fez com que ela ficasse mais tempo no computador, assim diminuindo seu círculo de amizades presencial.
"Sempre fui muito tímida, então não conversava tanto com as pessoas, não socializava muito. Na internet eu conheci novas pessoas, consegui fazer mais amizades e agora sinto que estou mais solta em relação a socializar, porém agora sinto que fico atolada mais no PC, sinto falta de sair, conversar mais pessoalmente, essas coisas."
n4mie conta que em alguns momentos prefere ficar mais sozinha, e em outros conversar mais. Porém, sua mãe sempre fala: "vai sair, vai socializar, você precisa disso". Embora os pais não gostassem inicialmente dela ficar muito tempo no computador, hoje apoiam a profissão da filha.
"Eles nunca gostaram que eu ficasse o dia inteiro no PC porque acabava não fazendo as minhas coisas em si, mas desde que entrei na EndGame e viram que era uma organização, meu pai me apoiou e agora ele até acompanha mais CS do que eu, está sempre assistindo aos jogos. Minha também também entendeu e me apoia, não tive muita dificuldade em relação aos pais. Óbvio que ainda dizia que precisava estudar e tal, mas tá certo".
Formada no Ensino Médio, n4mie não desconsidera fazer faculdade, porém não tem os estudos como prioridade. A jovem também precisa tomar uma decisão importante ainda: qual curso fazer.
"Eu ainda não decidi qual curso seguir na faculdade, então não sei muito. Talvez faça um curso ou outro, mas isso é mais porque minha família quer que eu faça alguma coisa. Eles estão certos, eu também gostaria de saber o que fazer para seguir."
"Se eu fizer (faculdade), vou tentar conciliar os dois, dar tudo de mim e ver como fica, mas claro que vou dar uma atenção maior ao CS. Penso mais em T.Iecnologia da Informação mesmo porque meu pai é da área e minha mãe fala: "vai pro T.I, você gosta de ficar de cara no PC" e tal. Porém, não sei", seguiu.
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Quase um adeus
Após defender a EndGame entre junho de 2022 e abril de 2023, n4mie passou para a Ravens, onde ficou até o fim da ESL Impact League S4 este ano. Em ambos casos, a jogadora conta que considerou deixar o competitivo após ficar sem equipe. Agora, ela jogará pela Divina.
"Quando a End acabou, quase parei de jogar, e pensei nisso também quando acabou esse projeto da Ravens. Mas meus amigos falavam "não, você tem futuro", e aí dei mais uma chance. Apareceu esse projeto e quis me dar mais essa chance, de novo."
"Depois que o projeto da Ravens acabou, fui chamada para a Divina, então mudou um pouco porque deixei de ser awper e agora sou rifler. Estou me adaptando, mas está sendo legal jogar com as meninas, está um clima bom e todo mundo quer chegar ao topo, então vamos para cima", adicionou n4mie.
Além do apoio dos amigos, n4mie também teve uma oportunidade que fez com que ela ficasse mais animada em seguir no competitivo: completar para a FURIA, lineup que conta com jogadoras que foram sua inspiração no passado e seguem sendo admiradas por n4mie.
"Tive a experiência de jogar junto das meninas da FURIA, quando completei para elas na Liga Feminina e foi uma experiência incrível. Conhecer cada uma foi muito legal porque, como falei, a Gabii eu já acompanhava desde a época da Keyd, e são meninas que me inspiro. Essa experiência me deu um boost a mais porque foi na época que estava desanimando do CS."
"Eu me inspiro muito na kaah também, ela é muito boa, e desde que tive a oportunidade de jogar ao lado dela, achei ela incrível. Não só a kaah mas todas elas, são muito dedicadas, tenho muita admiração. Não pude perder a oportunidade em si, querendo ou não dá muita visibilidade, quis mostrar que eu tinha potencial", finalizou n4mie.