lucaozy durante o Major de Paris

Lucaozy desabafa sobre transferência milionária: "Se não matar 40 todo jogo, sou horrível"

Veterano do Fluxo ainda analisou chances da equipe em disputar o 1º Major de CS2

As transferências no Counter-Strike passaram a chamar ainda mais atenção devido aos valores pagos pelos jogadores. Lucas "Lucaozy" Neves foi um dos primeiros brasileiros a valer mais de R$ 1 milhão e, em entrevista à Dust2 Brasil, o veterano falou sobre a pressão em defender o Fluxo devido ao investimento feito em sua contratação e analisou as chances da equipe na disputa pela vaga no 1ª Major de CS2.

Lucaozy admitiu que se sentiu um pouco mais pressionado após a transferência de cerca de R$ 1,8 milhões: "Mudou um pouco os olhares das pessoas no meu jogo porque, se eu não matar 40 todo jogo, eu sou horrível. Sempre fiz o meu melhor, mas talvez esses valores inflacionados fazem a galera te colocar em um patamar absurdo, que é como vai ser com o skullz".

A pressão não foi só individual, mas coletivamente também devido ao que foi gasto pelo Fluxo no projeto por completo, de acordo com Lucaozy. "Tínhamos o projeto de irmos ao Major. Na nossa primeira tentativa sequer chegamos no RMR, mas conseguimos ir para Paris. Depois de paris essa pressão diminuiu porque queríamos mostrar algum resultado", afirmou.

E após mais de um ano defendendo o Fluxo, Lucaozy é convicto quanto ter se pagado à organização. Nesse período o jogador e o time conquistaram sete campeonatos, se classificaram para ESL Challenger Rotterdam 2022, BLAST Premier Fall Finals 2022 e o Major de Paris.

Por que mudou?

Fluxo foi um dos times que passou por reformulação após o BLAST.tv Paris Major. Os reforços para o restante do ano foram Henrique "t9rnay" Menacho, Romeu "zevy" Rocco e Vinícios "PKL" Coelho. Mas três meses após ser contratado o ex-RED Canids acabou sendo colocado na reserva.

Lucaozy explicou que a mudança é decorrência de problemas que o time vinha passando tanto in game, como fora dos servidores, e garantiu que a troca não foi motivada pela pressão da torcida nas redes sociais.

"O t9rnay é um ótimo jogador, só que o nosso time não era o melhor para ele pelas características dele. Ele tem características que já tínhamos", afirmou. Já sobre as críticas que o Fluxo vinha recebendo da torcida nas redes sociais Lucaozy as classificou como normais.

"Críticas são normais, mas não podemos tomar decisões dependendo das críticas de quem está fora do time. Só nós que estamos dentro sabemos o que acontece dentro da equipe e a decisão foi da line mesmo", garantiu.

Para o lugar de t9rnay o Fluxo trouxe Richard "chay" Seidy, que estava na reserva da Sharks desde outubro. Mas o ex-Tubarão não foi o único alvo da organização, que se não fosse a Team Liquid teria assinado com o ex-paiN Felipe "skullz" Medeiros.

Lucaozy apontou que skullz cairia com uma luva no Fluxo porque ele jogava em todas as posições que o time estava precisando: "A diferença entre ele e o chay é o que o chay não faz essas posições, mas ele quer fazer". Mas isso não quer dizer que chay não tem o que o time precisa. "O chay possui caractéristicas mais parecidas com o que estávamos procurando. Ele é mais adaptativo no que precisa fazer e mais quieto", explicou.

Fluxo é mais um time que foi para a Europa no fim de 2023 a fim de se preparar para as seletivas do 1º Major de CS2. Lucaozy não vê como desvantagem o fato da equipe ter sido uma das últimas a iniciar o bootcamp e opinou sobre o fato da line ser favorita a uma das vagas já que esteve presente no último mundial de CS:GO.

"Não somos favoritos para a vaga do Major, assim como não éramos do último. Só que no RMR e nos campeonatos do tipo todos os times crescem e não temos certeza de nada. Vamos trabalhar o máximo para conseguirmos nos classificar. Sabemos que é muito difícil já que tem times jogando muito bem, o que tornará a classificatória para o RMR bem difícil", avaliou.

"Não somos nem um pouco favoritos, mas temos potencial para conquistarmos a vaga. Vai depender do quanto trabalharmos e se vamos jogar bem esses campeonatos."

Surpreendentemente, Lucaozy finalizou dizendo que, pessoalmente, seria mais importante para o Fluxo entrar no top 20 mundial do que necessariamente se classificar para o Major. "É óbvio que, com a vaga no Major, os jogadores e as organizações ganham mais dinheiro, mas pensando como profissional gostaria mais de estar brigando nos campeonatos contra os melhores do mundo do que conquistando uma vaga no Major para chegar lá e fazer nada", opinou.

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