BT e Liminha na IEM Katowice

BT e Liminha comentam desafios e evoluções das transmissões presenciais

Dupla agora conta com infraestrutura melhor e valoriza conteúdo natural

André "Liminha" Kenzo e Fillipe "BT" Moreno são rostos muito conhecidos pela comunidade nacional de Counter-Strike desde o ano passado, quando começaram a fazer as transmissões in-loco nos grandes campeonatos. Com o passar do tempo, a dupla vai além e conquista até as organizadoras.

Em entrevista ao Dust2 Brasil, Liminha e BT falaram de como lidam com a preocupação de renovar os conteúdos em cada evento, o trabalho de ir além do Counter-Strike e a boa relação com o staff das organizadoras, principalmente com Michal "CARMAC" Blicharz".

"A nossa relação com as organizadoras é mais mérito de negociação do brexe, da empresa com eles. O Carmac é um cara muito gente boa e nossa relação com ele é zero profissional. Ele é um cara muito bem humorado, ele nos vê e sabe que somos tranquilos, também bem humorados, então sabe que pode chegar ali e muitas vezes nos ajuda", explicou BT.

No entanto, nem sempre foi assim. Liminha lembra que, nos primeiros eventos, as organizadoras viam a dupla com estranheza, porém algo que é natural para o streamer.

"Nosso primeiro campeonato da ESL foi Cologne no ano passado, porque os primeiros Majors foram PGL. Chegou eu e BT, um japonês e um grandão, e os caras ficaram "o que esses caras são?". Eles demoram para entender. "Ah eles querem abrir live, como assim? No meio do jogo, vai vazar". Nós falávamos "não, é que a gente é do Gaules e tal". Até entenderem isso demorou um pouco, mas é natural".

A naturalidade também está presente no conteúdo da dupla. Depois de mais de um ano presente em diversos campeonatos ao redor do mundo, Liminha e BT têm a dificuldade de se reinventarem para continuarem sendo atraentes para o público. No entanto, a dupla não se preocupa com isso, como explicou BT.

"O que fez a gente inventar esse rolê foi a naturalidade, então não podemos forçar as coisas. Temos que continuar fazendo nosso rolê naturalmente, quando tem oportunidade. No México foi muito legal, brincamos mais que o normal, e dependendo da cidade, tentamos mostrar um pouco da cultura. Teve o Major em Paris, (deu para) mostrar a cidade, entrar em outros lugares e mostrar como é essa experiência fora do CS e do evento. No geral, é tentar não deixar essa preocupação tomar conta e fazer com que as coisas aconteçam porque sempre acontece algo maneiro".

Liminha também aposta na naturalidade para manter o bom conteúdo nas transmissões e valorizou a importância de continuar nos torneios mesmo se as equipes brasileiras já tiverem sido eliminadas.

"Sempre que viemos pros campeonatos é aquela história. Vai acontecer (algo) em alguma hora, estamos aqui mostrando toda a trajetória e o esporte é isso. Você ganha, você perde, a derrota faz parte. Mostramos como os brasileiros estão jogando, agora seguimos no campeonato mesmo sem eles. Claro que tem menos interesse, eu mesmo tenho muito menos interesse com outros times (de outros países) jogando do que Imperial e FURIA. É totalmente diferente. A gente está aqui também porque gostamos de CS, não só dos times brasileiros", declarou Liminha.

Além da queda do interesse, a eliminação precoce dos brasileiros nos grandes campeonatos também afeta Liminha emocionalmente. Por estar presencialmente no torneio, o streamer comenta que as derrotas são mais sentidas e é fácil transmitir os sentimentos para o público.

"Quando você está aqui, você fica muito conectado. Você acorda, vê jogadores, sente o ambiente. A derrota é 10 vezes mais sentida quando você está no Brasil, assim como a vitória você comemora 10 vezes mais. Eu lembro que aquela vitória da Imperial contra a Cloud9 que muita gente assistiu, só de ver de longe teve muita emoção, mas para a gente daqui teve muito mais. E, com isso, conseguimos passar esse sentimento".

BT e Liminha durante a IEM Katowice

Na contramão da naturalidade, surgiram os aprimoramentos técnicos. Em comparação com as primeiras transmissões, a equipe da Tribo cresceu e conta com um videomaker e também uma espécie de manager - o que resulta em uma melhor estrutura para a dupla.

"Falavam "ah dá para fazer com o LiveU, dá para melhorar o microfone", só que sempre fomos muito "celularzinho já tå funcionando, a gente é raiz". Porém é inevitável, tem hora que a galera fala que o áudio está ruim para entrevistar. Para mim era muito importante o áudio, já o liminha acha que o vídeo é mais importante. Não só o equipamento melhorou mas também a nossa produção", disse BT.

"O Davi ter entrado, que toma conta dessa parte do liveu com o Rafa e o Vitinho, então chegamos e já tá tudo pronto. Antigamente, lembra? Tinha que segurar a câmera pro outro, "vê se tá funcionando o áudio, não tá. Faz do meu celular". Hoje em dia está mais organizado, quando chegamos no lugar os meninos já organizam chips, já testam a liveu com a galera do Brasil, para ficarmos mais tranquilos de só focar no CS", seguiu ele.

Já Liminha achava que, desde a primeira transmissão, estavam fazendo já da melhor forma possível, ao transmitirem o que viam pelo Discord. Hoje, o jovem conta que percebe que o modelo antigo era mais complicado.

"Eu nem sabia como fazer as coisas e sempre achei que fazia da (melhor) maneira. Na primeira vez que entramos pelo Discord e ficamos mostrando, para mim aquilo era o melhor, e eu fazia sem nem reparar. Hoje eu olho e penso que era algo mais complicado, tinha que ficar vendo áudio e tal", disse Liminha.

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#1(Com 0 respostas)
31 de julho de 2023 às 21:23
Pulli
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