Homenagem à brutt durante o CBCS (Foto: Divulgação/CBCS)

Justiça nega recurso e mantém condenação da Imperial em caso brutt

Após decisão em 2ª instância, organização segue condenada a pagar R$ 400 mil à família do jovem que morreu em dezembro de 2019

A Justiça negou o recurso da Imperial em 2ª instância e manteve a condenação por danos morais de R$ 400 mil à família de Matheus "brutt" Queiroz. Os desembargadores da 14ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) mantiveram a indenização da 1ª instância, porém ainda cabe recurso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A informação foi divulgada pelo ge na última sexta-feira. Ao site, a Imperial disse que se manifestará "nos autos sobre as ações judiciais em andamento". Já a família de brutt disse que "experimenta a sensação de alívio pela justiça que vem sendo feita".

Os desembargadores do TRT-2 confirmaram o reconhecimento de vínculo empregatício de brutt com a Imperial e também que a Imperial não assegurou "um ambiente hígido, seguro e confortável" aos empregados da organização. A votação foi unânime.

Outro ponto citado pelos desembargadores é que houve negligência nos cuidados de saúde à brutt por parte da Imperial, já que a organização não fez exame admissional - que poderia ajudar no entendimento maior das dores de brutt, que já reclamava de dores de cabeça quando chegou ao time.

A conclusão por parte dos desembargadores é de que houve descumprimento de obrigações contratuais da Imperial, além de ter sido omissa ao longo do vínculo empregatício com brutt. Era obrigação legal, por exemplo, ter participação da equipe nas idas do jogador ao hospital tendo em vista seu estado de saúde debilitado, declararam os desembargadores.

A Justiça condenou a Imperial a pagar R$ 400 mil à família de brutt em julho do ano passado. A decisão se deu em 1ª instância na 69ª vara do Trabalho de São Paulo, com a juíza Patricia Almeida Ramos, que concluiu que a organização devia pagar esta quantia por danos morais.

Na conclusão do processo, a juíza condenou o pagamento de R$ 100 mil para cada um dos autores (os país e dois irmãos), totalizando R$ 400 mil. Ela entende que "o sofrimento causado pela morte de um ente amado é impassível de reparação", mas o objetivo da indenização de danos morais é de "impedir que o empregador (no caso, a Imperial) pratique novamente o ato com os demais empregados".

No final do ano passado, Leonardo Queiroz, irmão de brutt, foi alvo de ofensas durante live. Enquanto streamava uma partida de CS:GO, um jogador do seu time diz: "Seu irmão morreu, aquele fodido. Tô falando isso, e aí? Qual vai ser? Vai brotar aqui em casa?". O irmão desabafou no Twitter e disse que não desejaria isso para ninguém.

Durante o IEM Rio Major, Kaike "KSCERATO" Cerato homenageou brutt depois da FURIA vencer a terceira no Legends Stage e se classificar para os playoffs do mundial. Por baixo do uniforme da equipe, o jogador vestia uma camisa escrita "brutt" eterno.

Morte de brutt

Com 19 anos, brutt morreu em 15 de dezembro de 2019 após permanecer internado por uma semana em um hospital no Rio de Janeiro. A causa da morte foi uma uma "infecção do sistema nervoso central não identificada". Na época, brutt estava afastado do time titular da Imperial pois estava sofrendo com fortes dores de cabeça.

Cinco meses depois, a família de brutt moveu uma série de processos contra a Imperial e Reapers, seu ex-time. Há ações contra as organizações nas áreas cível e trabalhista, além de um inquérito policial.

Em uma das ações trabalhistas, Gabriel "Punisher" Hentz, fundador da hoje desativada Reapers, fez um acordo com a família de brutt. Além disso, Imperial e Reapers já assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) se comprometendo a cumprir normas trabalhistas.

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#1(Com 0 respostas)
27 de maio de 2023 às 21:02
fbsantossp
É complicado, mas todo jogador precisa antes passar por bateria de exames como qualquer atleta.
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