card, do MIBR Academy, é o sexto entrevistado para o MIRA JOVEM (Foto: Dust2 Brasil)

MIRA JOVEM: inspirado pelos bicampeões, card quer "imortalidade" jogando Major

Jovem do MIBR Academy largou o Minecraft pelo CS:GO e vê potencial para ser principal awper do país

Títulos mundiais inspiram as gerações que estão por vir, em qualquer modalidade. Foi assim com a ESWC 2006 no CS 1.6 impulsionando os jogadores que se tornaram estrelas no CS:GO, e desta forma será com o bicampeonato mundial de Luminosity e SK para as joias que brilharão no CS 2. Um dos arrebatados por tais conquistas é Cauã "card" Cardoso, awper que surgiu na Rensga e, atualmente, vem mostrando todo o potencial pelo MIBR Academy.

card foi apresentado ao Counter-Strike por um amigo da escola na época em que se aventurava, apenas, no Minecraft. Antes mesmo de começar a jogar o FPS, passou a acompanhar o cenário e, mesmo sem entender muito sobre o jogo, assistiu a "brazilian storm" que começou com os Majors vencidos pelo time liderado por Gabriel "FalleN" Toledo. Foi amor à primeira vista, com o jovem trocando o sandbox pelo CS:GO e só focando no título da Valve.

"Quando comecei a jogar, eu era muito ruim e queria ficar bom, queria entender mais do jogo. Nessa época, estava acontecendo a 'era' do CS brasileiro. Comecei a jogar bem quando Luminosity e SK estavam no auge. Isso me motivou bastante a ver que tratava-se de um cenário forte porque eles tinham acabado de ganhar Majors e, eu, recém-começado a jogar", contou em entrevista à Dust2 Brasil.

card é o sexto entrevistado para a MIRA JOVEM, série da GG.BET com a Dust2 Brasil que conta a história de jogadores e jogadoras promissores em crescimento no cenário nacional.

O jovem awper começou no Counter-Strike pelo tradicional matchmaking almejando o que nem todos conseguem: a patente Global. card não só conseguiu, como o objetivo alcançado foi a primeira amostra do futuro brilhante que pode ter na modalidade. Na sequência, o jogador passou a se aventurar na Gamers Club e nos antigos hubs da FACEIT no Brasil. E foi nos lobbies contra outros profissionais que chamou atenção da primeira organização que lhe deu oportunidade no competitivo, a Rensga.

"Em 2019, comecei a jogar a LCL Diamond, que dava vaga para a LPL, a atual FPL. A 'temporada' era quinzenal e eu fiquei em primeiro numa delas, começando a jogar a LPL na sequência. Passei a jogar e fui chamado para o meu primeiro time, a Rensga", relembrou. Na equipe, a chance de jogar com um veterano da "era 1.6", Victor "bld" Junqueira: "Fiquei bem feliz na época, apesar de ter sido pouco tempo porque foi no período anterior dele migrar para o VALORANT".

Realizando sonhos

E a primeira oportunidade no competitivo, logo por uma organização que despontava no Brasil, na época, é classificada pelo próprio card como um sonho realizado na curta carreira no CS:GO. Mas não parou por aí. Os dois mais recentes foi já vestindo a camisa do MIBR: defender o próprio Made in Brazil e a primeira viagem internacional por conta da WePlay Academy League Season 6.

"É uma realização para mim jogar no MIBR porque sempre os acompanhei. Gostei de ver o FalleN lá e, depois que passaram pela organização, saber que eu, futuramente, posso ser da line principal, é algo que me deixa muito feliz porque é uma organização gigantesca", afirmou.

Quanto a ida para a Europa, "foi uma experiência muito legal" porque "todo jogador de CS quer ter essa realização um dia, fazer um bootcamp, e foi legal porque treinamos contra vários times que assistíamos. Foi uma experiência bacana, mesmo que não fomos muito bem no campeonato. E, como nunca tinha viajado internacionalmente, essa experiência também foi uma realização, algo que o CS já me deu. Que seja a primeira de muitas, mas, com certeza, é uma prova que acertei em escolher o CS".

Fazendo parte de uma organização que respira Counter-Strike desde que foi fundada, card tem a oportunidade de evoluir sob a tutela de nomes que já colocaram o Brasil no topo do cenário mundial, como Renato "nak" Nakano e Bruno "bit" Fukuda. Mas, de acordo com o próprio jogador, o strategic coach da line principal, Marcos "tacitus" Castilho, é quem vem mais agregando ao Academy, bem como o atual treinador do time de base Guilherme "texxas" Mayworm.

"Sempre que converso com eles, eles agregam. Da line principal, tacitus é quem mais vem ajudando a galera do Academy, passando bastante experiência, enquanto o texxas é aquele que mais me ajuda, todos os dias. Quando ganhamos a Série A, com o elenco antigo, ele estava lá e eu fiquei bastante feliz com o retorno dele porque ele ajuda todo mundo", destacou.

"Eu sou o card, da nova geração"

Desde o CS 1.6, o Brasil sempre foi reconhecido por apresentar ao cenário internacional excelentes awpers. Foi assim como Raphael "cogu" Camargo, Gabriel "FalleN" Toleto e atualmente é com Rafael "saffee" Costa, Romeu "zevy" Rocco e Lucas "nqz" Soares. Mas, no futuro, pode ser também o caso de card, já bastante elogiado e que sabe o potencial que possui para se tornar uma estrela com a sniper.

Sobre o reconhecimento que já recebe, o fato deixa o jogador bastante feliz "porque, querendo ou não, eu sou da nova geração e a geração que eu acompanhava está ficando mais velha. Então, seremos os próximos e os elogios que recebo só me dão mais vontade de jogar CS porque faz tempo que o Brasil não ganha um Tier-S. Sempre chegamos, mas não ganhamos e sinto que está faltando renovar o cenário. Essa renovação está acontecendo em todos os times e os projetos de base são bons porque ajudam a dar oportunidades aos jogadores e fazem com que as organizações não gastem milhões com outros jogadores, às vezes, incertos".

"Vejo que tenho muito potencial, só não tive oportunidade ainda. Tenho muito potencial para bater de frente com os melhores awpers do Brasil. Minha skill individual é muito forte. Ainda tenho alguns fatores a melhorar, mas isso é com o tempo. Em skill individual, de awp, bato de frente contra qualquer um do Brasil".

Quanto o que precisa evoluir, card destacou a comunicação: "Minha evolução em skill melhorou 200% e o que venho melhorando, diariamente, é comunicação, o que é muito importante no CS, ainda mais sendo awper sendo que, às vezes, sinto dificuldade de me comunicar por estar muito focado na mira".

Por mais que esteja no início de carreira, card já tem jogos inesquecíveis. O principal deles foi a vitória sobre o antigo time masculino da Black Dragons, que rendeu ao MIBR Academy o título na Série A de fevereiro de 2022. De acordo com o jogador, a decisão "está marcada porque foi meu primeiro título relevante e também porque demos um comeback na Inferno, o segundo mapa, que foi bem apertado. Apesar do 2 a 0 no placar, foi uma série equilibrada".

E os objetivos que quer cumprir? "A curto prazo é subir para a line principal, que é o que eu mais almejo, enquanto, a longo prazo, é o que todos os jogadores querem: jogar um Major. Um dos meus maiores sonhos é ter um sticker", respondeu.

E os pais?

Assim como grande parte dos jogadores, seja da velha guarda ou da nova geração, card precisou mostrar aos pais que o caminho que escolhera no FPS era, realmente, o que queria para o futuro. Segundo o jovem, foi uma tarefa difícil no início porque o começo no competitivo aconteceu na mesma época em que estava na escola. Dois acontecimentos ajudaram o awper: a pandemia, que tornou os estudos "online", e os primeiros salários que recebeu.

"Meus pais 'embaçavam' no começo porque eu estudava pela manhã e ficava até tarde no computador. Eles achavam isso ruim, mas quando comecei a ganhar dinheiro, começaram a entender. Mas eu terminei o ensino médio. Meu último ano no colégio foi durante a pandemia, o que permitiu terminar a escola 'pela internet' e, também, dava para jogar muito mais", explicou.

A situação mudou por completo porque, vendo o sucesso já obtido pelo filho, os pais de card passaram acompanhar ainda mais a jornada do awper no competitivo do Counter-Strike: "Sempre estão assistindo os jogos. Minha mãe sempre está no chat das streams e meu pai, apoiando. Curtem para caramba ao meu trabalho e, direto, conversamos sobre a minha escolha. Eles dão tempo que eu precisar, não pressionam. Para eles é mais fácil me verem jogando, recebendo meu salário do que fazendo uma faculdade, algo que eu não curta".

hades brasileiro?

Por mais que tenha acompanhado de perto a ascensão de FalleN e os muitos títulos conquistados pelo awper brasileiro, card afirmou que se inspira no estilo mostrado por jogadores internacionais, em especial o polonês Olek "hades" Miskiewicz, que recentemente disputou o BLAST.tv Paris Major pela 9INE.

E, na opinião do próprio jovem, o estilo que tem como awper se assemelha bastante ao de hades, "que é meio agressivo, mas, às vezes, meio 'pussy'".

Leia também

#1(Com 0 respostas)
30 de maio de 2023 às 13:26
leozimmelo
Card sem duvidas é o proximo a subi da mibr
Você precisa estar logado para fazer um comentário.