Retrospectiva: relembre o ano da 9z

Se 2021 foi o ano que a 9z se consolidou como uma das potências do cenário sul-americano e deu lampejos nas oportunidades que teve internacionalmente, a atual temporada termina dando aos Violetas a certeza que o time está no caminho certo para despontar e que tem potencial para se consolidar no cenário mundial.

Seguindo com as retrospectivas das principais equipes sul-americanas, a Dust2 Brasil relembra a temporada da equipe, que transformou a incerteza e as dúvidas causadas mudanças no elenco durante o ano no combustível que carregou a 9z para dois Majors seguidos, feito alcançados por poucos times em 2022.

Sem sentir as perdas

9z iniciou 2022 sofrendo duas grandes baixas no elenco. A primeira delas foi a saída de Santino "try" Rigal, que aceitou o projeto de competir na Europa pela 00Nation. A outra foi a saída do capitão Bruno "bit" Lima, que parou de jogar para começar na carreira de coach. Mas a organização não ficou parada e contratou nomes a altura: Luca "Luken" Nadotti e David "dav1d" Tapia.

E foram os resultados nos primeiros compromissos que mostraram que a 9z acertou nas escolhas dos novos jogadores. O teste inicial aconteceu na Europa, o ESL Challenger #48, com o time alcançando as semifinais e o top 3-4. Resultado parecido conquistou na FiReLEAGUE Latin Power Spring. Com a "casca" formada, os Violetas foram para a prova de fogo: o RMR para o PGL Major Antwerp.

Com derrotas nas md1, 9z se viu na berlinda logo no início do RMR. Era tudo ou nada na séries seguintes. Ao invés de abalar, a situação transformou a equipe numa verdadeira máquina. Passando por cima de adversários experientes e até considerados mais fortes, como 00Nation, Evil Geniuses e paiN, os Violetas, pela primeira vez, se classificaram para um mundial.

Baixa inesperada

Assim como no RMR, a 9z teve um início turbulento no Major, mas não só por conta de resultados. Faltando poucos dias para o início do campeonato, a Esports Integrity Comission (ESIC) informou que Rafael "zakk" Fernandes e outros dois treinadores estavam sendo punidos por terem abusado do "bug do coach". A PGL acatou as penalidades e confirmou que os profissionais estavam fora do primeiro mundial da temporada.

Além de inesperada, a baixa foi um duro golpe no desempenho da 9z em si. Sem o coach por perto durante as partidas, a equipe perdeu as três séries que disputou e foi eliminada do mundial no Challengers Stage.

Em entrevista à Dust2 Brasil na época, diretamente da Bélgica, zakk lamentou ESIC e PGL terem punindo às vésperas do Major e disse que, se tivesse junto do time, o resultado no Major seria diferente. "Para mim foi um choque porque eu sinceramente não lembrava. E como passou tanto tempo do que aconteceu e é um negócio muito antigo, eu achei que já teria vindo à tona, então eu fiquei chocado porque eu nem esperava, não fazia ideia", comentou.

A última peça do quebra-cabeça

Se no início da temporada a 9z teve que recorrer ao mercado para repor perdas no elenco, para o segundo semestre a equipe fez uma mudança pontual, mas que surpreendeu parte da comunidade. Os Violetas trocaram o experiente Luken pela jovem promessa brasileira Lucas "nqz" Soares, até então na B4.

nqz não desperdiçou a oportunidade e foi importante para a 9z manter os bons resultados. O primeiro desafio do brasileiro foi na Europa, durante a Roobet Cup, e o retorno marcado por títulos do KaBuM! Challenge e da Flow FiReLEAGUE. Outros dois bons testes pré-RMR para o Major do Rio foram a primeira edição do CCT South America Series e a Flow FiReLEAGUE Latin Power Fall, competições em que os violetas alcançaram o pódio.

A 9z chegou na seletiva final para o IEM Rio Major mais no ponto do que no ciclo da Antuérpia. No entanto que o time não teve trabalho para carimbar a segunda classificação a um mundial com campanha de 3-1.

Faltou pouco

Se no Major da Antuérpia a 9z não pôde contar com zakk, para o ciclo do mundial disputado no Brasil a equipe contou com a presença do treinador brasileiro, o que ajudou mais ainda o time fazer bons jogos e quase atingir o Legends Stage.

A estreia foi com uma dura derrota para a GamerLegion e a recuperação com triunfos sobre Imperial e Evil Geniuses. Em posição favorável, a equipe precisava de só mais uma vitória para se classificar, só que ela não aconteceu. Nas md3 decisivas, revezes contra BIG e Fnatic, ambas por 2 a 0.

Muitas foram as sensações que os integrantes da 9z tiveram durante o Major. Uma delas foi ter a torcida contra no duelo contra Imperial. Para nqz, "foi lindo" viver tal momento.

Já quando a equipe sul-americana enfrentava adversários estrangeiros, sobretudo nos duelos classificatórios, a 9z foi totalmente abraçada pela torcida presente no Riocentro, a ponto de Maximiliano "max" Gonzalez se derreter pelo público.

O fim de ano da 9z foi em marcha lenta, com a equipe não indo tão longe nos dois últimos compromissos que teve. O primeiro, o CCT South America Series #3 a equipe caiu nas quartas de final com derrota por W.O para Sharks após problemas técnicos impossibilitando os jogadores durante a série. Já na Brasil Premier League (BPL) Season 13, queda precoce na fase de grupos.