short durante o RMR com a ARCTIC

Receita do sucesso: short analisa tetracampeonato da ARCTIC no CBCS

Capitão comentou o ano quase que perfeito da equipe no campeonato

A ARCTIC dominou o circuito do CBCS e conquistou quatro títulos em 2022 - algo que nenhuma outra equipe havia feito. Na verdade, nenhum outro time já venceu duas edições de CBCS seguidas. E o que fez o time ir tão bem e ser tetracampeão? Paulo "short" Ballardini analisou a campanha da ARCTIC.

Capitão da equipe, short conversou com a Dust2 Brasil e comentou o ano quase perfeito que o time teve no CBCS. O jogador relembrou o começo de 2022 e falou do clima do time antes da conquista do primeiro título.

"A gente começou o ano com muita motivação, a expectativa não era tão alta, mas a gente estava bem confiante pro primeiro CBCS Elite League, embora soubéssemos que não éramos os favoritos. Nos preparamos bastante para aquele campeonato, givamos outros torneios. Depois que ganhamos o primeiro, ficamos muito confiantes e com um ótimo momento"

"Saiu o piria e depois entrou o exp, mas soubemos aproveitar nossa confiança. Conseguimos a vaga no RMR e fomos muito confiantes pro Masters, e foi até engraçado porque lembro que o history falou "ah, bom que perdemos um mapa porque já estava ficando sem graça", continuou short.

Durante o ano, a ARCTIC faturou o CBCS Elite League 1(9/0), Masters (6/1), Elite League 2 (8/4) e o Finals (4/0). Somando todos os campeonatos, a equipe disputou 32 mapas e perdeu somente cinco. A grande dominância surpreendeu short.

"Não esperávamos uma boa campanha como a que tivemos no primeiro CBCS Elite, onde não perdemos nenhum mapa. No Masters perdemos um mapa na final, nossa confiança estava muito alta. Perdemos um mapa só de vacilo. O terceiro foi online e estávamos voltando do RMR, e com certeza o fator de GH pesa bastante. Foi muito bom estarmos próximos, morando juntos, trouxe muitos frutos para a gente como podemos ver, porém pega muito a parte mental, de cansaço".

"Quando fomos para fora tivemos uma rotina de treino muito pegada porque queríamos aproveitar ao máximo, aí depois fomos para o RMR. Quando voltamos, tivemos uma semana de descanso, então fomos pegando no tranco durante o CBCS, passamos 3-2 na fase de grupos. Depois desse camp conversamos muito para corrigir erros ingame e esse foi o fator principal para conseguirmos o título", lembrou.

Para o CBCS Finals, short e seus companheiros de equipe esperavam enfrentar a The Union na decisão, mas o chaveamento fez as equipes se enfrentarem ainda na semifinal. Depois de um começo um pouco desligado, o time acordou e saiu com a vitória. Já na final, foi um atropelo da ARCTIC.

"Contra a ODDIK foi muito clean. Não sei o que acontece, só que nosso jogo encaixa contra a ODDIK. Não tivemos uma preparação de anti tático para o Finals porque estávamos focados em fazer o nosso e mandar bem. E nós conseguimos fazer isso. A final foi bem tranquila".

Sempre com novidades

Conforme os resultados apareciam para a ARCTIC, a equipe ganhava os holofotes e certamente era cada vez mais estudada pelos times. Como capitão, short tem uma grande responsabilidade de tentar guiar o time nas partidas. O jogador falou de como trabalha no repertório da equipe.

"Como capitão, sinto essa responsabilidade de TR para organizar o time, mudar nossa default ou corrigir o que estamos fazendo. Bato bastante na tecla de que às vezes estamos em uma situação favorável no round, mas não executamos da melhor forma e perdemos o round por conta disso. É algo que foco bastante".

"Sinto mais essa responsabilidade coletiva de TR, porém de CT eu sempre tento pensar "pô, que que eu fiz no último jogo?". Penso o que eu fiz pouco, o que eu fiz bastante, para poder mudar. De CT é mais em dupla, trio de bomb, e acho que isso favorece bastante nosso time. A base está junta há um ano e sinto que temos bastante repertório de variação", continuou short com a análise.

short, IGL da ARCTIC

Essa preocupação com a necessidade de apresentar novidades nos mapas tem uma base importante. short revelou uma conversa que teve com Marcos "tacitus" Castilho durante o RMR.

"Ele comentou que, quando a FURIA treinava contra a NAVI, sentia que no treino eles jogavam de um jeito e no camp de outro. Por exemplo, na Mirage eles nunca batiam meio no treino. Só que no campeonato eles batiam meio todo round. Esse é o objetivo dos times: manter um time à longo prazo para poder ter esse repertório, saber jogar mais avançado, mais recuado, mais lento, mais rápido, tanto de TR quanto de CT. E nós da ARCTIC conseguimos variar bastante".

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Em 2022, a ARCTIC conseguiu fazer o que é o objetivo de muitos times do cenário nacional. E não só por conta do tetracampeonato do CBCS. A equipe manteve a base de jogadores desde o começo do ano - o que é diferencial, como avalia short.

"O grande segredo é manter um time à longo prazo, e isso é até um recado para os times que querem o resultado imediato. Claro que mudanças vão ser necessárias, mas é importante tentar evitar fazer isso à toa. A nossa base é muito boa, só tenho elogios para o ninja e pro maLLby. Manter um projeto de um ano fez muita diferença. É muito importante também ter bastante conversa para manter a equipe alinhada".

Para que o time tivesse continuidade e permanecesse junto, o bom ambiente é importante. short declarou que, mesmo com as mudanças, a equipe conseguiu se manter alinhada, tanto dentro quanto fora do servidor, mesmo com as mudanças.

"Todas as mudanças foram muito positivas. Conseguimos continuar bem motivados porque o clima sempre melhorou a cada mudança, então ficamos mais alinhados e fora do jogo também melhorou. Recentemente até conversamos sobre isso, de passar mais tempo juntos, porém o clima do time sempre foi bem bom".

"Tem o meme dos times que vão pra fora e dão disband e, no período que ficamos lá, foi bem estressante e bem pesado porque ficamos um mês seguido 110% focados sem parar. Nosso clima ser muito bom ajudou bastante nisso, contribuiu para evoluirmos lá fora e isso certamente teve impacto nos nossos resultados no Brasil", continuou.

Rumo à 2023

No réveillon, há o costume de usar roupas das cores que significam o que você quer atrair para o próximo ano. O verde, por exemplo, significa saúde, enquanto o rosa, romance. Para short, a dúvida: Qual cor significa que a lineup vai resistir à dança das cadeiras e continuar junta?

"Vamos ter uma conversa sobre essa questão da lineup porque nunca tivemos tantos olhares e todo começo e fim de ano rola a dança das cadeiras. Vai ter bastante conversa interna junto da organização e teremos que ficar esperto, tem muita gente olhando para o nosso time por estarmos mandando muito bem. Manter todo mundo vai ser um desafio para o próximo ano"

"A gente fez muita coisa esse ano que nunca ninguém tinha feito, como os quatro títulos de CBCS, pegar a vaga para fora para jogar na Europa. Está sendo uma grande motivação para a gente. Vamos ter que parar um pouco e refletir nessas férias qual será nossa motivação para o próximo ano, como continuar querendo mais", refletiu short.

Certamente, uma motivação para a lineup da ARCTIC é se provar internacionalmente. A equipe, que mandou bem no cenário nacional, fez um bootcamp antes do RMR, que aconteceu em outubro. A expectativa é ter mais oportunidades para jogar no exterior em 2023.

"A gente vai ter uma conversa mais sólida sobre isso, mas já nos provamos bastante aqui no Brasil esse ano e sempre que pegamos alguma equipe que joga lá fora e vem pra cá, nós jogamos à altura. Porém ainda não conseguimos dar o próximo passo que é começar a ganhar delas constantemente. Se conseguirmos vagas lá fora, vamos antes para lá e fazermos bootcamp. Estamos tendo algumas conversas e o planejamento é de, talvez no segundo semestre, ir lá para fora", finalizou.

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#1(Com 0 respostas)
10 de dezembro de 2022 às 11:40
edubrp
muito legal se esse time conseguir se manter junto, seria muito interessante ver eles evoluindo passo-a-passo e amassando lá fora.
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