arT sobre eliminação da FURIA: "Hoje não fomos suficientes"
A trajetória da FURIA no IEM Rio Major chegou ao fim neste sábado após a equipe brasileira perder a segunda semifinal do dia para Heroic, de virada, por 2 a 1. Apesar dos muitos feitos inéditos do time no campeonato, em entrevista à Dust2 Brasil, Andrei "arT" Piovezan falou de sentimento agridoce por reconhecer que a campanha foi boa, mas que o time poderia ter ido mais longe.
"Fica um gostinho de que queríamos mais, isso é inevitável. Queríamos muito, sentimos que estávamos em um momento muito forte, ainda mais quando chegou na md3 e ganhamos o primeiro mapa. Se eu puder dizer que é dever cumprido, eu estaria mentindo", disse arT.
"Mas, com certeza, ficamos felizes com a nossa campanha, ficamos felizes de mostrarmos um CS bonito no Brasil, em casa, para torcida brasileira curtir, aproveitar isso e viver essa atmosfera que vivemos. Ficamos felizes por isso, mas queríamos mais", completou.
A FURIA chegou na semifinal do Major no Rio após uma impressionante vitória diante NAVI, na sexta-feira. Para parte do público, apesar dos brasileiros terem derrotado a atual vice-campeã mundial, a Heroic seria uma adversária mais difícil por conta do momento da equipe no mundial de CS:GO.
Segundo arT, ele e os companheiros sabiam que a Heroic "é um time forte" e que "todo mundo que joga CS:GO profissionalmente sabe do potencial desse time". O capitão da FURIA elogiou a habilidade individual dos adversário e Casper "cadiaN" Møller como "ótimo capitão" já que o time "tem um ótimo arsenal de tática. Então, sabíamos que seria um jogo difícil (igual contra NAVI), mas CS é jogado, é na hora do vamos ver, do servidor que importa e hoje não fomos suficientes para ganhar dos caras".
No quinto Major da história da FURIA, pela primeira vez a equipe brasileira disputou uma semifinal, feito o qual arT classificou como algo "que poucos times conseguem".
"Quando você vê o retrospecto nos Majors, saindo em quartas de final duas vezes e agora na semi, sabemos que estamos no caminho certo e precisamos apenas melhorar as coisas que erramos", completou.
Assumindo a responsabilidade
A FURIA começou a série com o pé direito, vencendo Inferno, pick da Heroic e, para arT, o time ter "mantido a compostura no início do jogo fez bastante diferença".
"Mesmo começando o jogo mais ou menos, trocando rounds, conseguimos fazer um double AWP que deu muita confiança nos nossos setups e foi mais questão de momento também. Conseguimos fazer bastante rounds em sequência, ganhamos o pistol depois de TR e os rounds foram se completando, foi mais fácil de jogar. Mas, de CT, foi bastante double AWP. Conseguimos pressionar bastante os caras e não deixar eles jogarem", completou..
O time também começou o segundo mapa, Ancient, bem e chegando a abrir vantagem. Contudo, na parte final do primeiro half a FURIA sofreu um apagão e 12 rounds seguidos.
Ao explicar o que aconteceu na partida, arT começou apontando que o lado TR é o "mais difícil. Claramente você vendo a gente jogando e os caras jogando, é muito mais fácil jogar de CT do que TR". Já sobre o apagão em si, o capitão apontou "dois armados chaves que perdemos e que iam quebrar a economia dos caras, nos botando em uma vantagem númerica muito grande".
"Quando você perde esses rounds, fica mais difícil de jogar. Eles têm economia, têm momento, e aí era questão de fazer um CT fechado bom. Tivemos a infelicidade de perdermos o pistol e o primeiro armado, que complicaram bastante o nosso jogo. Conseguimos voltar, mas faltou uma gordurinha para queimar. Se tivéssemos feito um pouco mais de CT ou mais de TR, seria outro jogo", completou.
Mas, apesar da boa vantagem aberta pelos adversários, a FURIA não jogou a toalha e conseguiu forçar o overtime. Segundo arT, o time saber que possui um CT muito bom na Ancient foi determinante: "Sabíamos que no primeiro armado sem um deslize, tínhamos potencial de dar esse comeback e conseguimos dar".
O bom momento da FURIA perdurou no início da prorrogação, mas, diferente do que aconteceu no "tempo regulamentar", o time não apresentou um bom TR.
"Foi mais questão de fazer um pouco de TR, fazer dois rounds ou pelo menos um para voltar para o segundo OT. Ali eu deixei cair um pouco a bola, eu passei umas calls que não foram tão boas. Então, com certeza eu assumo certa responsabilidade por não ter feito um pouco mais do que deveria ter feito", analisou.
Apesar de reconhecer o erro, arT finalizou falando sobre a falta que o treinador Nicholas "guerri" Nogueira: "Sentimos falta do nosso coach, que todo mundo sabe que ele não esteve aqui por uma injustiça. Então, você fica nesse critério de que chegamos aqui, mas imagina se tivesse com o time completo. Ele está conosco há quase cinco anos e não poder estar participando do maior torneio, do momento mais importante, faz muita falta. Sentimos muita falta do guerri nessas horas, para botar a cabeça no lugar e podermos enxergar coisas que não conseguimos enxergar dentro do server. Então, fica essa infelicidade por parte da Valve por punir o guerri", finalizou.