TACO: "Eu me sinto um soldado do CS brasileiro"
Uma eliminação decepcionante não é algo fácil de digerir. Mesmo assim, Epitácio "TACO" Filho sacudiu a poeira e segue comparecendo ao evento, tirando centenas de fotos, assinando camisas e conversando com os fãs no Riocentro.
"Eu me sinto um soldado do CS brasileiro", disse TACO em entrevista à Dust2 Brasil depois de falar com a torcida e participar da transmissão em inglês, e antes de falar com a produção de um documentário sobre Gabriel "FalleN" Toledo.
"Tem tanta gente que vem aqui para tirar uma foto com a gente, que gasta muito tempo da vida assistindo nossos jogos, entrevistas, nos vendo no YouTube, na Twitch, em vários outros canais. Tem tanta gente que veio de longe, gastou a última economia, passou meses juntando para chegar nesse momento, e eu não poderia deixar essa galera de mãos abanando", disse o jogador, que não já não tem mais obrigações oficiais com exceção do showmatch.
"Tenho que dar atenção para essa galera, vir aqui, tirar foto, dar autógrafo, não venho obrigado, ou porque alguém me pedindo, eu venho porque eu gosto de receber esse carinho, energia, coisas boas. Não queria deixar ninguém na mão. Se eu pudesse, autografaria e tiraria foto com todos do evento que quiserem, infelizmente não é possível, não tenho mão e sorriso pra tudo isso, mas espero atender o máximo de pessoas possíveis", completou.
TACO diz que, independente do que aconteceu e ainda acontecerá dentro do servidor, o IEM Rio Major ficará na memória.
"Estamos tendo um momento único, é nossa primeira vez, e daqui a muito tempo vamos lembrar desse campeonato, e que eu possa agradar todo mundo que veio", disse.
O maior presente de TACO para o campeonato, porém, deve vir no dia da decisão, quando ele entrará no servidor ao lado dos ex-companheiros de Luminosity e SK num showmatch contra um time formado por lendas suecas. E o veterano quer fazer bonito.
"Esse jogo talvez seja o nosso último junto, talvez era pra ser assim, o fechamento da nossa história. Não sei se é assim que acaba, mas nada como um Major, numa arena, no Brasil, em 2022, com provavelmente 18 mil pessoas torcendo por nós, para encerrarmos esse ciclo tão vitorioso, bonito, que foi essa nossa história do CS nacional, incluindo todo mundo. Será um jogo muito especial", disse.
E se engana quem pensa que ele e os demais veteranos não vão se preparar para o jogo.
"Assim que a Imperial perdeu, mandei mensagem para o FalleN na hora falando para se preparar, fazer anti-tático, pistol, treino, porque precisamos ganhar alguma coisa pra galera (risos). É uma apresentação para todo mundo se divertir, mas com certeza queremos dar bala. A galera é competitiva, já tem treino marcado inclusive, tudo dentro do planejado. Estamos levando a sério porque queremos ganhar", afirmou.
Como um músculo
TACO também falou da eliminação precoce da 00Nation. Assim como os companheiros, o jogador atestou que a pressão teve um efeito sobre o time, especialmente com os jogadores mais jovens.
"A gente gostaria muito de ter mandado melhor nesse campeonato. Acho que o 0-3 é um resultado distante do ideal. Obviamente existia uma pressão por estar jogando na frente da torcida, e essa pressão pode ser transformada em uma coisa positiva ou negativa, creio que isso vem com a experiência. Falando por mim, pelo coldzera, por outros jogadores mais experientes, é mais fácil de lidar com isso, mas quando você é um jogador um pouquinho mais novo, é complicado", disse.
E o jogador tem uma analogia interessante. Para ele, os jovens jogadores são como os músculos do corpo humano.
"Vejo eles como um músculo, o bíceps, quando fazemos academia. Você vai lá, treina, e o músculo fica dolorido no outro dia. Se você for lá e treinar novamente, você pode contundi-lo, e não é isso que você quer. E com os meninos é isso. Se eu chegar agora para machucar eles por conta da experiência, cobrando por sentir a pressão, (vai ser ruim)", disse.
"É normal, faz parte do processo deles, eu já estive lá antes, e o nosso papo foi bem tranquilo, como sempre é, e todos os problemas que achamos já foram jogados na mesa, é trabalhar em cima deles, colocar nossos pés no chão, trabalhar com cky, com aDr, nosso psicólogo e todos que nos ajudam, fechar a casinha e voltarmos para nosso jogo. Esse campeonato foi longe de onde sabemos jogar, a nossa performance foi distante do que podemos fazer, e é colocar o pé no chão, cabeça no lugar", completou o capitão, que disse que o time fará apenas algumas mudanças pontuais e não reformulará o sistema por conta da eliminação.
Apesar disso, TACO acredita que o campeonato teve lados positivos para o time.
"Creio que o saldo, apesar da derrota, do 0-3, saímos com um saldo positivo, acho que todos aprenderam bastante, a barrinha de experiência subiu e creio que vamos aparecer mais fortes para os próximos campeonatos, porque nossa meta é ser um time bom com o passar do tempo. Sabemos que não é possível ser um bom time do dia para a noite, e nosso trabalho é a longo prazo, continuaremos firmes, trabalhando todos os dias para melhorar e quem sabe chegar onde queremos chegar", continuou.
Mas antes, o time vai aproveitar o momento no Brasil para relaxar e ainda disputar mais um campeonato no país.
"Esse é um momento importante para a gente, para dar um resetada. Estamos há muito tempo fora do país, então ter um tempinho aqui no Brasil junto com a família, com os fãs, receber esse carinho, vir aqui para a arena, falar com a galera do CS, está sendo divertido, todos estão animados e felizes, faz bem para nós também receber tudo isso, sentir esse clima, acho super válido termos esses dias de campeonato e esquecermos um pouquinho a parte de dentro do jogo", disse.
"Vamos aproveitar que os times não estão treinando nessa época porque estão no campeonato para relaxar e depois voltar firme e forte para esse campeonato que temos para jogar no Brasil em dezembro, que apesar de ser um campeonato que talvez não tenha muita expressão, mas é muito importante para gente e vamos com tudo", finalizou.