Raio-x e mapa são removidos dos telões do IEM Rio Major; ESL explica
Os gritos da torcida brasileira viraram assunto na partida entre Imperial e Cloud9, em jogo válido pela eliminação do IEM Rio Major. Por conta do barulho feito pela torcida, que periodicamente grita posições para tentar ajudar os jogadores brasileiros, a organização do evento decidiu tirar, por alguns minutos, o raio-x e o mapa da transmissão nos telões da arena e da transmissão oficial de Alexandre "Gaules" Borba.
A reportagem da Dust2 Brasil, presente na arena, ouviu gritos de "fundo" durante o duelo entre as equipes na Overpass de uma minoria de torcedores, assim como tem acontecido em outros jogos. As vibrações para quando ações estão prestes a acontecer - como um jogador se aproximando -, também são corriqueiras, como é padrão em eventos ao redor do mundo.
Procurada, a ESL confirmou que as medidas foram tomadas após a organizadora identificar acidentes que colocam a integridade do campeonato em risco.
"A integridade do torneio é o fator mais importante para nós. Nos últimos dias, tivemos incidentes que acreditamos ter colocado isso em risco. Temos comunicado ao público o nível de importância que isso tem e temos feito isso durante todo o torneio", afirmou a organizadora, que tem passado vídeos que tentam educar os torcedores.
"No início desta noite, sentimos a necessidade de remover o minimapa e a visão de raio-x para o público no local por várias rodadas para proteger a integridade do torneio. Apesar de fazer isso, não queremos estragar a experiência da nossa audiência e do público. Continuaremos defendendo isso", finalizou.
Em conversas ao longo do primeiro dia, os jogadores relatam que não é possível identificar quais são os barulhos feitos pela torcida ou ouvir os gritos de posição, mas é possível ouvir que algo está acontecendo. No Twitter, Andrei "arT" Piovezan reforçou que não conseguiu ouvir os gritos no palco.
Após vencer a 00Nation, porém, a IHC reclamou, em entrevista no palco, que era possível ouvir vibrações da torcida.
"Foi difícil, porque quando eles chegavam próximo, a torcida fazia 'woooo' e coisas assim", afirmou Tengis "sk0r" Batjargal.
Gaules pistola
Transmitindo o jogo para mais de 300 mil pessoas na Twitch e para a arena, Gaules criticou publicamente a decisão da ESL de tirar os recursos.
"Dando um esclarecimento a todo mundo que está em casa e na arena, por falta de estrutura, a ESL não consegue jogar um sinal diferente da stream e do palco. Então eles tiraram o x-ray, tiraram o mapa. Por não entenderem português, eles acham que tudo que a gente tá cantando é call, então a gente é o único lugar no mundo que vai ter uma transmissão sem x-ray, sem minimapa, por falta de estrutura da ESL e por falta de entenderem a nossa língua", disse o streamer.
"Peço que a educação também aconteça no chat. Vamos mostrar para eles que é uma situação dura, a gente aparentemente é o único lugar do mundo que vai ter a maior transmissão do planeta e eles, por falta de estrutura, não conseguem jogar uma transmissão pra internet e uma pra arena", continuou.
"Se eles acham que tudo que estamos falando é call, eles deviam aprender a falar português. Peço desculpa à maior transmissão do mundo de CS por não poder estar assistindo com x-ray e com minimapa. Pra gente é sempre mais difícil e por mais que eles façam essa festa, eles não vão entender nunca o que é ser brasileiro. Agora aproveita alguém aí da tradução e traduz essa porra aí pra eles", concluiu o streamer.
O minimapa e o raio-x voltaram para a transmissão online em alguns minutos e, posteriormente, também voltaram a ser usados na arena.
