Treinadores avaliam evolução da Ancient no 1º ano do mapa no competitivo
O PGL Major Antwerp 2022 foi o segundo mundial de Counter-Strike: Global Offensive que contou com Ancient entre os mapas jogáveis. Um ano se passou desde a adição do cenário à rotação competitiva e, diferente da Vertigo, a representação do México no FPS da Valve foi mais aceita pela comunidade e pelas equipes profissionais.
A Dust2 Brasil conversou com treinadores de três equipes brasileiras, que avaliaram a evolução do meta do mapa, destrincharam o porque a Ancient tende para o lado CT, deram dicas de como um TR pode ser bem jogado e até se arriscaram em apontar mudanças que beneficiariam o cenário.
Guilherme "texxas" Mayworm (B4), Pedro "betinho" Umberto (MIBR Academy) e Willian "Xamp" Caldas (Meta) concordaram que, após um ano, a Valve acertou em adicionar Ancient na rotação competitiva.
betinho revelou ser um "adepto" não só da Ancient, mas também de novos mapas. "Entendo algumas reclamações sobre favorecer o lado CT, mas acho que, pelo menos, o meta do jogo acaba saindo da mesmice", opinou.
Apesar de concordar com a chegada da Ancient, xamp afirmou que o mapa "deveria ter entrado no lugar da Mirage, na época," porque "a Train era um mapa mais recente na rotação". Segundo o treinador, a decisão de tirar a Train "foi por ser o mapa mais desequilibrado, com o CT tendo quase 60% de vitória nos rounds".
Ancient foi adicionada na rotação competitiva em 3 de maio de 2021, tomando o lugar da Train. De lá para cá, o mapa foi jogado mais de 1,6 mil vezes e, atualmente, possui a maior disparidade na distribuição de CT ou TR ganhando com 56,7% para 43,33%. No PGL Major Antwerp, o cenário foi o quarto mais pickado, em 11 oportunidades, junto com Vertigo.
Para texxas, o fato da Ancient se mostrar um mapa predominante CT se deve ao fato dele ser "muito difícil de fazer uma entrada em ambos os bombs e, inclusive, os domínios pelo meio, visto que todas as entradas (para os bombs) são bem apertadas. Então, isso dificulta nas trades, nos domínios rápidos e também as bombas de anti-rush do CT, quando bem feitas, dão bastante dano nos TR".
Por mais que a Ancient se aparenta, sim, como um mapa CT, xamp disse que "não existe tanta dificuldade em jogar de TR. É tranquilo quando se tem starts, controles de espaço e setups bem definidos. Agora, quando se joga contra um time que entende o funcionamento do mapa e sempre está a um passo à frente, o CT fica bem fácil porque existem diversas possibilidades de quebra de padrão e controle parecido com a Overpass, só que com um ponto que pesa bastante: o retake de ambos os bombs é muito fácil e, se bem coordenado fica praticamente impossível para os TR".
Sobre a evolução do meta do mapa, texxas apontou que "agora tem muitas coisas a serem exploradas pelo lado TR e que têm dado certo". Em contrapartida, betinho opinou que a Ancient "evoluiu bem pouco. Até melhorou um pouco para os TR, por contas mudanças nos bombs, mas bem pouco comparado com o que foi feito com a Vertigo. A evolução partiu muito mais das invenções dos times do que do próprio mapa ser mudado pela Valve".
Que mudanças fariam?
Questionado sobre que mudança sugeriria para a Valve se tivesse a possibilidade, xamp afirmou que, "se fosse mexer em algo, seria bom abrir algumas portas e pixels como a porta do escuro para o quartinho da B, e tirar alguns cantos de off angle do janelão no meio".
texxas seguiu a mesma linha e falou sobre "abrir um pouco mais o meio e as pontas. Já seria de grande ajuda".
betinho também falou sobre "aumentar um pouco o tamanho das passagens já que é um mapa muito curto e fácil de ser punido pelos CT". Contudo, o treinador opinou que "ter mapas que favorecem um lado só é totalmente normal em outros FPS e, por isso, não acho que no CS deveria ser diferente. A única mudança que gostaria são gráficas para enxergar melhor alguns lugares".