
Apoka responde críticas à Kings League: "O CS também não era considerado esporte"
Ousando "revolucionar o futebol" com regras inusitadas, interação direta com o público e focando no conteúdo digital, a Kings League é um projeto que vem chamando a atenção, mas, na mesma proporção sendo bastante criticada já que parte da comunidade ligada ao futebol tradicional passou a desqualificar o torneio, dizendo não se tratar de um "esporte de verdade".
Mas para Alessandro "Apoka" Marcucci, vice-campeão do mundial de clubes com o g3x FC e campeão da Kings World Cup Nations com o Brasil, não se trata de uma discussão nova. "O CS também não era considerado esporte. Só queríamos jogar, competir, criar nosso espaço. E a Kings League é a mesma coisa", lembrou em entrevista à Dust2 Brasil.
Assertivo, Apoka afirma que a Kings League não tenta imitar ou substituir o futebol de campo. Desta forma, vê que as comparações feitas são vazias e muitas vezes feitas apenas para os críticos ganharem engajamento na "bolha" da Kings League.
"A ideia da liga nunca foi competir com o futebol de campo. Ela tem regras próprias. Não é sobre ser melhor ou pior. É uma proposta diferente", disparou.
O ex-treinador de CS lembra quando passou pela mesma situação nos esportes eletrônicos. Por anos, escutou que os esports não eram esporte, que a rotina dos atletas não era de alto rendimento e que a profissão não era séria. Agora, a modalidade vem sendo reconhecida por todo mundo.
"Vou ser sincero: é uma discussão pra ganhar engajamento, eu só consigo ver assim, sabe? Porque a ideia da liga nunca foi falar que é parecido com o futebol ou que quer competir com o futebol de campo. A liga tem suas regras, é o futebol jogado, o fut7 jogado, bola, gols, jogadores. Então ela tem o futebol ali", opinou.
O coach do g3x FC completou: "A Kings League não quer falar se o Kelvin é melhor do que o Haaland. Essas perguntas são feitas às vezes de forma de brincadeira, às vezes de forma pra ter esse engajamento pejorativo mesmo."
Apoka ainda destaca o valor da Kings League como espaço de oportunidade. Ele cita atletas e profissionais da comissão técnica que, fora do futebol tradicional, conseguiram ganhar visibilidade e espaço dentro da nova liga.
Ele também vê a Kings League Brasil com potencial para ser a maior do mundo no modelo. Para ele, os presidentes das equipes e o público brasileiro compraram a ideia da competição, e isso deve impulsionar ainda mais o crescimento do formato. "O Gau brincava com o Piqué falando que ia ser a melhor liga do mundo, e acho que nem o próprio Piqué imaginava o tamanho que isso ia ter no Brasil", contou
Segundo o treinador do g3x FC, a diferença está na postura dos envolvidos com a liga: "Na Espanha me parece que chegou um momento que eles se acomodaram com a liga grande. No Brasil, os presidentes não vão se acomodar. Eles vão querer que vire gigante, e depois vão querer que vire ainda maior."
Apesar de não saber até onde esse movimento pode chegar, Apoka não descarta que a Kings League tenha, no futuro, algum impacto até no futebol tradicional.
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