FURIA pode apresentar nível "muito mais alto", diz sidde
Embora a IEM Cologne 2024 tenha começado positiva para a FURIA, com o time passando de fase no torneio pela primeira vez, o fim foi negativo. Na fase de grupos, os brasileiros perderam diante de Vitality e Liquid por 2 a 0 e foram eliminados. Sidnei "sidde" Macedo, treinador da equipe, analisou a campanha à Dust2 Brasil.
"O desempenho fica um pouco condicionado à variação pelas últimas duas séries que a gente fez, mas acredito que mostramos muitas coisas boas. (A avaliação) é negativa porque queríamos muito mais que isso, tínhamos a visão de chegar nos playoffs assim como na EWC."
"Obviamente o formato aqui é muito mais complicado, porém acreditávamos que podíamos e nosso potencial diz para a gente que podemos chegar lá. Ainda falta, tecnicamente o time precisa encontrar maneiras de jogar contra essas grandes equipes. A avaliação não é 100% negativa, porém é mais negativa do que positiva", declarou sidde.
O jogo que definiu a eliminação da FURIA aconteceu nesta segunda-feira, porém a derrota diante da Vitality, no domingo, na qual os brasileiros fizeram somente 5 rounds em 2 mapas, também afetou a partida contra a Liquid.
"Afeta a confiança e aumenta a pressão porque agora você está em uma partida eliminatória. A questão maior é que fomos bem dominados pela Vitality, sinto que isso afeta a confiança sim, porque vínhamos fazendo bons jogos. Mesmo na partida que perdemos no play-in contra a Liquid fomos bem competitivos."
"Hoje o problema foi além da confiança. Tecnicamente a partida expôs falhas que temos e precisamos trabalhar, então agora é questão de sentar, rever o campeonato, entender quais são os gaps que existem no nosso jogo que esses times conseguiram explorar e continuar trabalhando para o próximo torneio", seguiu.
As dificuldades que a FURIA enfrentou na IEM Cologne serão importantes para a evolução do time nos dois âmbitos, tanto estrategicamente quanto o micro, com a melhora do individual.
"Ficou bem claro os mapas que precisamos trabalhar mais e os lados destes mapas que precisamos dar um pouco mais de foco. Agora o que vamos fazer é ver mapa a mapa e entender de maneira macro, com os entendimentos do mapa, por que ficamos tão atrás. Na escala individual também tem um trabalho a ser feito. Os jogadores dos outros times conseguiram trazer um estilo de jogo em situações que não conseguimos atirar de volta."
"É entender algumas posições melhor, algo individual para não colocar o motivo de estarmos atrás só no macro. O micro tem coisas que precisamos trabalhar, individualmente os jogadores ainda podem trazer um nível melhor, e vamos em busca dos dois: consertar as coisas estratégicas e, individualmente, todo mundo chegar melhor para o próximo campeonato", comentou.
A única mudança da FURIA no quinteto foi a entrada de Felipe "skullz" Medeiros, entrando no lugar de Kayke "kye" Bertolucci. Por mais que tenha sido só uma troca, o time precisa adaptar muitos fatores, tanto ingame quanto fora dele.
"Tem bastante coisa para ser adaptada embora a gente tenha mudado somente um jogador. O estilo do FalleN passar as coisas muda por conta do estilo do skullz, não é só uma mudança um para um, tem também o estilo do skullz como jogador e como pessoa, se adequando ao time. Precisamos passar por um processo de adaptação que vai muito além de só trocar um jogador e o FalleN olhar para um novo robozinho que tem, não é esse o caso."
"Estamos falando de um jogador com personalidade, com coisas que pode trazer, coisas que precisamos ajustar para que o jogo fique justo para ele também. Isso leva um tempo e acredito que o nível de jogo que podemos mostrar é muito mais alto do que mostramos até agora, e a adaptação está acontecendo. Não teremos um período muito grande sem campeonato para nos adaptar, e os torneios são importantes também porque nos treinos nós não passamos pelas situações que passamos nos campeonatos. É importante que estejamos sendo testados pelos melhores times e isso com certeza ajudará na adaptação do skullz", disse sidde.
Questionado sobre quanto tempo acredita que a FURIA vai precisar para passar o período de adaptação e mostrar seu mais alto nível, sidde contou qual é o objetivo, embora espere alcançar o bom desempenho antes dele.
"Queremos chegar ao nível mais alto no Major, impossível dizer outra coisa, porém não acho que precisemos esperar até lá para jogar no nível que podemos. É uma questão de encaixe mesmo, não tem como dar uma data de quando vamos jogar bem, é algo muito complexo que envolve diversos fatores."
"Este campeonato (IEM Cologne) vai marcar bastante coisa para nós, será um ponto de mudança importante porque as falhas que temos no nosso jogo nunca foram tão expostas, tanto nos treinos quanto na EWC. As que foram expostas (na EWC) corrigimos ou pelo menos achamos que tínhamos corrigido. Agora é trabalhar mais para conseguir trazer um nível bem alto para o próximo torneio e buscar sempre ser um time de elite", finalizou o treinador.
A Dust2 Brasil está cobrindo o evento em parceria com a BC.GAME