João Pessoa trata os esports como política pública, diz secretário
João Pessoa é mais uma cidade brasileira que está incentivado financeiramente o desenvolvimento dos esportes eletrônicos. Tais ações acontecem porque a Prefeitura não só enxerga os esports como esportes de verdade, mas também como política pública, afirmou o secretário municipal de Ciência e Tecnologia Guido Lemos em entrevista à Dust2 Brasil.
"O nosso entendimento é que o esport é esporte já que têm todos os benefícios dos esportes de concentração, como trabalhar em grupo e o aprendizado ao ganhar e perder. São características importantes para a formação dos jovens, fora o lado tecnológico propriamente dito. Por conta disso a Prefeitura como um todo trata os esportes eletrônicos como política pública", afirmou.
E o incentivo por parte da Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECITEC) vem sendo feito em diversas frentes, destacou Lemos, desde a destinar R$ 350 mil para o IMAGINELEAGUE à realização de projetos próprios, como o CODE, cujo objetivo é ensinar a programação nas escolas.
Segundo o próprio secretário, dos R$ 900 mil que a SECITEC pretende investir, quase 50% foi utilizado nos jogos eletrônicos.
"Os nossos incentivos começam com projetos de formação de recursos humanos. Aqui em Paraíba temos milhares de jovens aprendendo a programar já no ensino fundamental. Temos o CODE, projeto no qual, no passado, se inscreveram 5,6 mil pessoas, responsáveis pela criação de 22 mil aplicativos, sendo alguns desses jogos", disse.
Iniciativas da SECITEC
O programa educacional é a base de toda uma cadeia de iniciativas, que também conta com eventos próprios da secretaria, realizados pelo menos duas vezes ano ano, como na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. "Também apoiamos as iniciativas dos jovens que organizam ligas e promovem campeonatos. Sempre que possível patrocinamos", destacou.
Mas se engana quem pensa que o incentivo da Prefeitura de João Pessoa é de hoje. O secretário destacou que o antecessor na pasta, Edvaldo Vasconcelos, que é o atual diretor-presidente da Agência de Inovação Tecnológica de João Pessoa, é um ativista dos esportes eletrônicos.
"Então foi muito natural manter esses incentivos, que fazem parte da política pública da Prefeitura no geral porque consideramos essas modalidades importantes para a formação dos jovens.
Planos futuros
E quais serão os próximos incentivos da Secretaria? Lemos não descartou a criação de uma pasta específica para os esports e games, como já acontece em outras capitais como Brasília e Rio de Janeiro, na próxima gestão.
"Se tudo der certo na eleição, muito provavelmente teremos uma coisa mais estruturada dado o volume, o tamanho e a importância do tema. Esport não é só uma questão dos jovens, mas é um negócio que gira muito o recurso para a economia da cidade, tanto na questão de realizar e sediar eventos, como em projetos próprios. Mas ainda é uma ideia, não teve nenhuma ação concreta", explicou.
O secretário também entende a importância de investimentos em estruturas físicas, como uma arena. Porém, apontou que é um assunto mais complexo: "É um segundo passo. Primeiro, temos que ter uma estrutura organizacional já que o investimento para a construir um local é a parte fácil. O complicado está na operação e manutenção, o que chamamos de custeio".
"São os recursos para manter a estrutura funcionando e, como se trata de esports, precisará sempre manter os equipamentos atualizados. Então, esses recursos são mais complicados de se conseguir", complementou.
Tal estrutura, confidenciou o secretário, pode fazer parte do projeto de um centro de formação que já está nos planos da SECITEC. "Esse centro será focado principalmente para a produção de estudo de cenários como iniciativa para fomentar um polo de produção audiovisual no qual, atualmente, 70% dele é feito em cenários Unreal, o mesmo utilizados nos jogos", afirmou.
"Então, esse centro de formação seria um diferencial já que estou falando de um projeto que pode ajudar na formação de 500 pessoas. Ele ainda está no papel, mas já sabemos o que queremos e dependerá da eleição. Mas eu gostei dessa ideia da arena, como a do Rio de Janeiro, e ela pode casar com a do centro, com ele possuindo também um espaço treinamento, competições e associado a um centro de desenvolvimento de pesquisa até porque a ideia inicial é formar recursos humanos e pesquisa", finalizou.