Rafael Picciani, secretário de esporte do Rio de Janeiro, em reunião na SEEL (Foto: André Luiz Mello/SEEL)

Secretário de Esporte do Rio avalia GET: "Investimento acertado, mas houve frustração"

Rafael Picciani garante que evento servirá de aprendizado para próximos apoiados pelo Estado do Rio

Marcado por uma série de polêmicas, o Global Esports Tour (GET) Rio é visto pelo governo estadual como um investimento certeiro. Chefe da Secretaria de Esporte e Lazer (SEEL) do Rio de Janeiro, uma das apoiadoras do evento, o secretário Rafael Picciani, mesmo reconhecendo os problemas, avalia a realização do evento como positiva.

"Eu entendo que para o Governo do Rio foi um investimento acertado, porque demonstramos que o governo tem interesse em trazer grandes eventos para cá. Não nos furtamos em por recursos disponíveis", disse em entrevista à Dust2 Brasil.

"Sobre a execução, como eu disse, sou leigo no seguimento então posso falar muito mais como espectador, que foi positiva para mim em ter a experiência de ver o FalleN, FURIA, paiN, MIBR e Imperial jogando ao vivo. Como muitos jovens da comunidade que não podem viajar, foi uma uma oportunidade rara em ter acesso a esses jogadores e times. Isso é positivo", afirmou.

Quanto a pontos negativos, Picciani disse que, por acompanhar pela imprensa e pelas redes as críticas ao evento, entende que algo ficou a desejar na medida que se criou uma expectativa muito grande.

"Existiram atrasos que impactaram negativamente na execução do evento. Todo evento que precisa mudar o seu calendário por qualquer razão é impactado. Então, isso pode ter impactado negativamente", disse.

O secretário garantiu que já ouviu e segue aberto a escutar as opiniões críticas do que deveria ter sido melhor no GET.

"Na minha avaliação como secretário é que houve uma frustração de expectativa. O evento em si foi bom, mas com a expectativa de que era algo melhor e, com isso, algumas pessoas ficaram com o sentimento de que não foi legal. Já a minha opinião como cidadão é que foi uma grande oportunidade para aqueles que não têm tanta oportunidade de ver essas personalidades de perto, como nós vimos", destacou.

"Eu opto sempre por valorizar muitos pontos positivos e tirar aprendizado daquelas críticas, que são bem-vindas, dos pontos negativos porque a gente vai aprimorar. Como eu disse, a intenção do governador é manter o evento por quatro anos no Rio e nós vamos ver um aprimoramento para as próximas edições porque a comunidade gamer atual tem uma massa crítica. Então, se não for de acordo com a expectativa, certamente em algum momento essa comunidade não vai consumir", continuou Picciani.

"Minha expectativa fica em torno disso: temos que melhorar naquilo que não foi tão bom, mas valorizar o momento de investimento. Não posso fechar fechar os meus olhos porque eu sigo os veículos que cobrem esse segmento, vejo as redes sociais e as pessoas me demandam, me procuram, me enviam opiniões e eu recebo todas de um modo livre de paixão. Sempre vou olhar com isenção tanto os elogios, quantos as críticas para podermos extrair o que há de melhor e, no fundo, com o objetivo de melhorar para o próximo", completou.

Mais fiscalização

A CBGE, para a realização do GET Rio, recebeu aporte financeiro de R$ 4,5 milhões via termo de fomento da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ). Diante as mudanças no planejamento sem explicação prévia, o órgão que responde à SEEL enviou ao evento uma comissão de monitoramento e avaliação para fiscalizar o GET.

O secretário destacou que, mesmo após a realização, a SUDERJ segue no processo de fiscalização do evento e um dos focos atuais é a prestação de contas, o que é praxe no serviço público.

"O resultado dessa fiscalização certamente apontará se deu certo, se deu errado, e o que deu errado", afirmou.

"A partir do momento em que você tem anúncio para uma modalidade que depois não é atendida, você tem uma outra comunidade que se sente excluída. Então esses pontos todos prejudicaram, sim, o sucesso total do evento. Mas se você me pergunta se prejudicou 100%, eu diria que não. Temos muitos pontos a cobrar e a SUDERJ fará isso", completou.

Picciani também garantiu que, quanto os eventos propriamente realizados pela Secretaria, ele, como secretário utilizará como referência o que aconteceu no GET para mitigar eventuais falhas que possam ocorrer.

"Certamente vamos impor aos organizadores, não só nesse evento em questão, mas qualquer outro que venha a ser realizado, cuidado e atenção a pontos que entendemos que são positivos e que não podem se repetir", finalizou.

Leia também

Você precisa estar logado para fazer um comentário.