Babs, jovem da Black Dragons

MIRA JOVEM: Inspiração para irmã, Babs teve que sair de casa para focar no CS

Jovem da Black Dragons tirou dois anos para alavancar a carreira profissional

A inspiração é um sentimento importante para guiar pessoas na definição de e na busca por sonhos. Em seu melhor momento na carreira, Bruna "Babs" Nycoly joga ao lado de duas inspirações, além de estimular sua própria irmã a se tornar profissional.

"Desde que comecei, vi quatro grandes jogadoras que me espelhei. Sempre gostei da cAmyy, assistia os vídeos dela e da AnnaEX, que também é do meu time. Me sinto muito honrada de poder jogar com elas. Me inspirei também na bizinha, hoje no Valorant, e na kaah. Hoje estar disputando ou jogando com elas é algo surreal", disse em entrevista à Dust2 Brasil.

Antes inspirada, Babs agora quem é um espelho. Rumo ao segundo torneio internacional do ano, a jogadora da Black Dragons conta que sua irmã mais nova almeja também seguir os seus passos e se tornar profissional no CS:GO.

"Minha irmã vai tentar seguir essa carreira também. Ela também estuda, divide horário, mas tudo que eu puder ajudar a ela para entrar nesse meio, vou fazer. É de geração pra geração. Ela queria fazer faculdade de TI, não sei como tá, porém se surgir a oportunidade em um time ela vai abraçar".

Babs é o quinto nome entrevistado para a MIRA JOVEM, série da GG.BET com a Dust2 Brasil que conta a história de doze promissores jogadores e jogadoras que estão em crescimento no cenário nacional.

Pug na veia

Com 19 anos, Babs é de uma geração que está acostumada a ter contato com os jogos desde novo. E é o caso da jogadora. Pouco fã de consoles, Babs tinha um "PC mais humilde" e, assim, descobriu o amor pelos jogos de tiro.

"Jogava muito Point Blank, Combat Arms e, vendo no YouTube, conheci o CS. Baixei, mas não gostei muito, parei e voltei a jogar diversas vezes. Passei pro FiveM, porém quis voltar ao CS, conheci pessoas, fiz amizades, e virou uma rotina", lembrou.

Com o compromisso diário com o FPS da Valve, Babs afiou a mira e passou a ser conhecida por ser pugzera. Foi nos últimos meses de 2020 que ela teve a sua primeira oportunidade no competitivo.

"Eu era conhecida por ser pugzera e, na época, o Eudinho, agora manager da w7m, me chamou pra completar alguns camps pra Furnace. Depois ele me chamou pra w7m. Foi aí que comecei. Sempre amei FPS, passava a madrugada jogando. É algo que me agrada, gosto de trocar aquele tiro honesto".

Babs tinha seu irmão, mais velho, e sua irmã, mais nova, ao seu lado no começo do CS. O trio revezava o computador e também dividiam o mesmo prazer pelos jogos. No entanto, sua mãe não conhecia o mundo dos jogos e, com o tempo e o apoio dos filhos, passou a entender o cenário.

"Quando comecei a jogar, no começo não entenderam muito bem porém com conversas e como meus irmãos já conheciam, eles ajudaram a fazer com que meus pais entendessem que CS não é só um jogo, é uma profissão também. Depois que entrei na w7m ela entendeu que era realmente um trabalho, mesmo que na época eu não ganhasse tão bem".

"Obviamente me cobram faculdade até hoje, mas tirei 2022 e 2023 para alavancar minha carreira e hoje estou aqui na Black Dragons. Eles sempre aceitaram, às vezes falavam de fazer faculdade, sempre gostei de estudar, tirava notas boas na escola. Porém, hoje estou 100% focada no CS", continuou.

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Plano B

Com incertezas acerca da carreira profissional no CS:GO, a apaixonada por tecnologia Babs considerava fazer faculdade. Hoje, o ímpeto é menor, mas a jogadora não descarta começar o Ensino Superior futuramente.

"Hoje em dia estou 100% pro CS. Estou aproveitando no máximo esse ano e, dependendo de como for, vou aproveitar o próximo ano também, continuar minha carreira. Depende muito do que vai acontecer. Se eu ver que o CS está indo pra baixo, realmente penso em ter como plano B uma faculdade. Mas não pararia de jogar CS do nada, quero tentar levar os dois mais à frente".

"Se eu não tirasse esse ano e o ano passado para me dedicar, não estaria aqui hoje. Ter ficado com o foco total no CS me alavancou e está dando bons resultados. Se continuar assim, vou sempre levando o jogo como plano A, é o que amo fazer. É uma baita profissão, a maioria que faz, faz por amor. Sempre que estiver em um time, com oportunidade, vai ser CS acima de tudo", explicou Babs.

Caso vá para a faculdade, Babs já definiu o curso. Apaixonada por tecnologia, a jovem quer cursar Tecnologia da Informação, conhecido como TI. O gosto antigo pela área vem desde a escola, explicou a jogadora.

"Sempre gostei de tecnologia, já programei um pouco na minha vida. Na minha antiga escola tinha eletiva e tinha isso de programação. Se eu não jogasse profissionalmente, estaria na faculdade de TI. Tecnologia pra mim é tudo. Eu via o professor programando e queria aprender, saber fazer. Não cheguei a cursar faculdade, mas buscava alternativas de aprender a fazer"

"Sou um tipo de pessoa que prefere fazer as coisas acontecerem do que aproveitar de algo já pronto. Tenho essa cabeça desde pequena. Com internet hoje em dia, se aprende tudo. Entrou a pandemia, jogava CS e programava, porém dei prioridade para algo que já estava me dando fruto e já amava mais do que programar. Não sei como vai ser, porém tenho fé que um dia vou poder fazer e completar a faculdade de TI", complementou.

Fora de casa

Quando Babs fala que tirou os últimos anos para se dedicar ao CS afim de crescer na carreira, a jogadora não fala da boca para fora. Na Black Dragons desde julho, Babs optou por morar na gaming house da organização para evitar distrações.

"Estou aqui há uns oito meses. Tem outras lines como Free Fire e R6, conversar com outras pessoas, saber que está todo mundo atrás do mesmo sonho que é se tornar gamer, poder se dedicar ao máximo para ser o melhor time. Numa GH, está todo mundo correndo atrás dos seus sonhos, então estar com esses tipos de pessoas é muito legal".

Na GH, Babs diz que evita distrações como seus dois cachorros que ficavam latindo, além dos irmãos, mãe e padrasto. Na casa do time, conta com psicólogo, fisioterapeuta e mais. Porém, como lidar com a saudade da família?

"A GH fica a uma hora da casa da minha mãe. Sempre que dá vou lá ou ela vem aqui. No começo foi difícil ela aceitar, como qualquer outra mãe ficou muito preocupada, mas com o passar dos tempos, ela foi conhecendo a estrutura daqui e entendeu que é algo importante para mim. Me mudar foi o principal método que adotei, precisava de um ambiente para focar".

Voando alto

Toda essa dedicação trouxe frutos à Babs e seu time. No Pacaembu, a jogadora teve a oportunidade de jogar em frente a sua família e conquistar a vaga na etapa mundial do GIRLGAMER, seu primeiro torneio internacional.

"Minha mãe, meu tio e outras pessoas da minha família estavam lá. Minha mãe pôde ver tudo acontecendo, a estrutura de um campeonato e me ver conquistando essa vaga. Ela via que eu levava algumas coisas para dentro de casa, então podia ver que é uma profissão. Mas, com certeza, uma viagem internacional muda muito. Fomos para Bahrain e ela ficou muito feliz", celebrou.

Depois do vice-campeonato em Bahrain, Babs voltou para o Brasil e aqui conquistou mais um grande resultado. Ao atropelar a FURIA, principal time brasileiro do cenário feminino, a Black Dragons ficou com uma das duas vagas na ESL Impact Finals S3, que acontecerá em Dallas.

"Quando conquistamos a vaga de Dallas liguei para ela, minha mãe e meu padrasto estavam assistindo o jogo e ficaram muito felizes com a conquista. Ela vendo que sua filha vai viajar o mundo, conhecer tudo que é canto, e isso que é importante. A gente (da BD) sempre quis conhecer os Estados Unidos e não tem nada melhor do que ir visitar um país fazendo o que você mais ama que é jogando CS. A família inteira de cada uma das jogadoras se emocionou".

Os resultados recentes deixam claro que é o melhor momento da carreira de Babs. Todo o contexto enche a jovem de orgulho por entender que, aos 19 anos, se tornou quem ela almejava quando mais nova.

"Desde o começo me dediquei e agora estou em uma organização que nos dá muito suporte, um time com meninas muito experientes, então estar ao lado delas é uma hora. Atualmente eu cheguei num ponto de algo que eu sempre quis me tornar. Hoje sou feliz com o que eu sou, com o que faço. Eu tinha esse sonho de me tornar quem me tornei, participar de mundiais, com meninas que são amigas, muito próximas".

"Estou muito feliz por estar nesse nível, me vendo dessa forma. Vou aproveitar esse momento o máximo que conseguir. Ano passado fui a sexta melhor jogadora do Brasil, agora quero buscar pelo menos o top 5 mundial ou o top 2 de melhor time do Brasil. Vou me dedicar o máximo porque sei que estou no meu melhor momento mas que, se eu me dedicar mais, consigo colher mais frutos. Estou no meu melhor, porém tenho certeza que posso melhorar", avaliou Babs.

Próximo passo

Embora o momento já deixe Babs feliz, a jogadora quer e sabe que pode alcançar muito mais no CS. Porém, como trabalhar para continuar com a boa fase, visando dar um passo ainda maior no futuro? A jovem tem a resposta.

"É questão de ter mais foco, saber centrar mais as coisas. Temos várias distrações na vida e é importante saber o momento certo de se dedicar. Hoje eu entendo isso melhor em mim, sei que posso me empenhar mais. Meu principal objetivo é ajudar a Black Dragons a ser o melhor time feminino, é algo que todas nós almejamos".

O ímpeto de alcançar bons resultados não se resume somente ao desejo de atingir seus objetivos na carreira profissional, mas também de realizar sonhos pessoais, como viajar o mundo e ajudar a família.

"Individualmente quero estar entre as melhores do Brasil. Quero conhecer muitos países, tenho sonho de conhecer a Polônia, ir para Portugal. No mais, sei que vai ser fruto do que eu conquistar dar uma condição melhor para minha família, o CS consegue me proporcionar isso".

Neste ano, a comunidade pôde ver duas jogadoras brasileiras seguirem rumo a times internacionais. Josiane "Josi" Izidorio reforçou a BIG EQUIPA, enquanto Olga Rodrigues foi para a HSG. Babs tem a meta de atuar em times estrangeiros, mas não antes de fazer seu nome no Brasil.

"Obviamente se surgir a oportunidade eu vou, porém antes quero ser uma das melhores jogadoras, ter o melhor time brasileiro, para abraçar ainda mais as oportunidades lá fora e ter novos objetivos. O cenário cresceu muito, acrescentou muito para o nosso cenário e, com certeza, se aparecer algo que me agrada lá fora vou abrir as portas. Tenho essa meta de jogar internacionalmente por um time", finalizou Babs.

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