"Sinto que ajudei a aumentar o nível do time", diz josi sobre BIG
Os bons resultados que o Brasil vêm obtendo no cenário feminino, principalmente com a FURIA, foram determinantes para não só as organizações olharem mais para o país, como começarem a importar talentos nacionais. Uma das joias que foi se aventurar no exterior foi Josiane "josi" Izidorio, contratada pela BIG EQUIPA em fevereiro.
Em entrevista à Dust2 Brasil, durante a IEM Rio, josi afirmou que a oportunidade recebida pela BIG "parece um sonho realizado. Está sendo uma experiência incrível". Segundo a jogadora, a Europa, "realmente, é outro ambiente, é um outro estilo de jogar CS. É um CS mais educado porque o pessoal é muito disciplinado, querendo muito fazer as coisas certas, diferente do Brasil. Fico muito feliz de entrar na BIG para dar essa agressividade brasileira. Encaixamos muito bem e o time está melhorando bastante".
A brasileira concorda que a oportunidade recebida é consequência do Brasil ir bem no no circuito da ESL. "Desde que a ESL chegou no Brasil, o cenário cresceu muito. Todos os times começaram a evoluir bastante e creio que isso fez as organizações de fora olharem para cá, para os talentos presentes aqui. Temos um estilo próprio, com uma mente mais agressiva, o que é um ponto positivo lá para fora porque não se tem muito essa prática de serem agressivos".
"Fico muito feliz por tudo. Ver o cenário crescendo para mim é incrível porque comecei lá de baixo, quando tinham poucas meninas competindo. Quando pensamos que o CS feminino ia morrer e o pessoal começou a migrar para o outro tudo, foi quando tudo se reergueu", completou
Surpresa geral
O interesse e a confirmação da ida da josi para a BIG surpreendeu o cenário de forma geral, até mesmo a jogadora: "Minha primeira reação foi de choque porque eu não esperava". A brasileira afirmou que já conhecia as jogadoras europeias pelo contato que teve durante a ESL Impact Valencia, quando atuava com a camisa do MIBR, clube o qual elogiou por ter entendido a importância do que era para a carreira a proposta internacional.
"Eu estava no meio de um bootcamp com o MIBR e, quando veio o convite, falei com o pessoal da organização que era um sonho meu e que eu não estava acreditando nesse convite para poder jogar na Europa. O MIBR fez todo o possível para a transferência acontecer", contou.
Segundo a jogadora, os trâmites da mudança para a BIG foram rápidos. "Assim que passou a parte burocrática mandaram minha passagem e fui direto para a Alemanha. De início foi um pouco confuso porque tratava-se de um local totalmente diferente, o clima era totalmente diferente do Brasil. Vi neve pela primeira vez", firmou.
Oportunidade de mudar de vida
Para a josi, diante a situação que viveu no Brasil, morando na periferia e vendo o "corre" de todos ao redor, "essa parte de conhecer um novo país é incrível, principalmente para mim que sempre morei perto de favela, Carapicuíba, uma cidade na qual a galera luta muito para ter um trabalho decente, e ter conquistado isso, ter feito meu talento brilhar fora fez com que essa oportunidade acontecesse".
E a brasileira vai dar tudo de si para essa experiência na Europa não só mudar a própria vida, como também a de familiares. "É uma coisa que eu penso muito, que é ajudar a minha família, principalmente os meus irmãos. Tenho irmãos com autismo. Então, é muito complicado tudo. Sempre foi muito complicado para mim jogar de casa também. Então, meu principal objetivo é jogar bem, dar o melhor com o meu time, mas também, no futuro, proporcionar uma vida melhor para a minha família", contou.
Caindo como uma luva
josi está caminhando para o terceiro mês pela BIG. Ao avaliar o período, a jogadora afirmou que, "no início, foi um pouco complicado de acostumar porque basicamente é outro idioma. Por isso, tive que aprimorar meu espanhol e meu inglês para conseguir melhorar meu nível". Apesar dos obstáculos iniciais, a brasileira vê evolução não só no próprio jogo, como também no do time.
"Desde quando entrei a evolução foi bem nítida. Tinham mapas que elas tinham mais dificuldades e, por conta da minha agressividade, esses mapas se tornaram alguns dos nossos mais fortes. Sinto que ajudei a aumentar o nível do time. As meninas estão muito felizes", opinou.
Apesar da evolução, josi e BIG bateram na trave nos dois primeiros compromissos na Europa, com o vice na FASTCUP AURORA e o 3º-4º lugar na divisão europeia da ESL Impact League que tirou o time da final em LAN, nos Estados Unidos.
"Infelizmente batemos na trave duas vezes, para Dallas e em um outro campeonato mensal da Europa. Mas vamos continuar trabalhando nisso, principalmente para ganharmos da 9 Pandas, que é um time que se tornou a nossa pedra. Aos poucos melhorando o nível, como sempre, para continuar ganhando de NIP, Astralis e, principalmente, da 9 Pandas, que está sendo um problema para nós", finalizou.