Rumo à China, Olga revela motivo da mudança: "Salário não é o principal"
Toda a comunidade brasileira, e até internacional, de CS:GO foi pega de surpresa com a notícia que Olga Rodrigues estava deixando a FURIA para jogar pela HSG, da China. A reação de estranheza levantou uma série de questionamentos, mas a segunda melhor jogadora do mundo gostou do que viu.
"Fiquei muito feliz com a reação da grande maioria das pessoas, foi como eu gostaria que fosse", disse Olga em entrevista à Dust2 Brasil.
A jogadora, dona de um rating inacreditável de 1.41 na atual temporada, foi perspicaz ao responder a pergunta que mais ouviu nas últimas horas: por que a HSG?
"Por que não a HSG? Um time que foi pra semifinal no primeiro mundial que jogaram, perdendo pra gente. Um time que eliminou dois times norte-americanos no mesmo dia, um time que deu trabalho pra Nigma em md1, um time que só foi desclassificado em mundiais contra os dois melhores times brasileiros. Tenho certeza que com minha adição poderemos ir ainda mais longe. Então eu pergunto de novo, por que não a HSG?", afirmou.
"Outro fator que pesou bastante foi o fato de jogar lá fora, ainda mais em um continente que eu sempre quis conhecer. E, com certeza, a oferta foi muito boa", completou a jogadora.
Olga contou que só recebeu uma proposta oficial da HSG, mas foi sondada por outros três times internacionais, que não tiveram seus nomes revelados. Não fosse a organização chinesa, porém, teria seguido para seu quarto ano vestindo a camisa da Pantera.
"Recebi a proposta praticamente uma semana depois que voltei da Polônia (ESL Impact Katowice, em fevereiro deste ano), mas desde o primeiro dia que conheci elas, na Suécia (na DreamHack Winter em 2022), senti um clima muito alegre, como se já fôssemos amigas. Acabamos saindo juntas para explorar um pouco da cidade, nos conhecermos melhor e trocarmos experiências e costumes das nossas regiões", contou a jogadora.
Com a proposta aceita e o acordo entre os times feito, Olga agora traça os planos. Ela vai viajar à China para se encontrar com o time, cumprir obrigações midiáticas e iniciar os treinamentos - o Brasil será, a partir de agora, só um lugar para passar férias. Olga se diz pronta para o choque cultural e disse que já tentou aprender chinês no passado.
"Eu sei que o choque cultural vai ser grande, mas é algo que me instiga muito. Anos atrás já até tentei aprender chinês, mas não dei continuidade. Agora, como vai ser uma língua que vai estar no meu dia a dia, vai fazer mais sentido entrar nesse mundo de cabeça. De resto, estou muito animada pra qualquer desafio que vier", explicou.
Não é só dinheiro
Mas, afinal, o que motivou de fato Olga a trocar o conforto de seu país e de um dos melhores times do mundo por um país do outro lado do globo? Não foi só o dinheiro.
"O salário com certeza é um dos motivos, mas não é o principal. A diferença salarial é grande comparada ao cenário brasileiro, mas uma coisa que me surpreendeu foi o suporte extra que me ofereceram, com todas despesas pagas, desde alimentação até meu próprio apartamento, plano de saúde e até mesmo voos pro Brasil nos intervalos de campeonatos, quando eu sentir saudades da família e amigos", disse.
Olga vai à China, segundo ela própria, porque é movida por desafios.
"Eu sou uma pessoa movida por desafios. Assim como na Ásia, na nossa região também temos muitos desafios quando se trata de esports e resultados em competições internacionais. Esses são fatores que me motivam ainda mais", cravou.
E o objetivo é claro: colocar a HSG no topo do mundo.
"(O plano é) ser o primeiro time asiático campeão mundial, com talvez a primeira brasileira campeã mundial. Se a FURIA e a B4 não ganharem antes (risos). Tenho certeza que com minha adição no time temos potencial pra ganhar contra qualquer time", finalizou.