Olga analisa derrota e vê caminho "muito mais difícil" para final
O primeiro dia de ESL Impact Katowice não foi como a FURIA esperava. Após conquistar uma vitória apertada no primeiro jogo, as brasileiras perderam na partida classificatória sem mostrar uma boa performance diante da NAVI Javelins. Olga "Olga" Rodrigues conversou com a Dust2 Brasil e falou sobre a estreia.
"Entramos muito frias e com medo de jogar, no sentido de errar. Estávamos vendo e sabíamos o que elas estavam fazendo, mas não reagimos, não jogávamos o nosso jogo. Só esperávamos e morríamos. Demoramos para começar a reagir, ficar mais soltas e acalmar também. De TR tiveram situações que perdemos o anti-forçado, perdemos uns afterplants que não podiam. Então, era para ter sido mesmo mais fácil do que foi".
E o que levou a FURIA a perder tantos rounds "proibidos"? Para Olga, a ansiedade por ser a estreia do campeonato e também o pontapé em LAN em 2023 pode ter pesado nas primeiras rodadas do confronto inicial.
"Talvez falta de atenção e comunicar direito sobre quem vai dar a cara primeiro, valorizar também um pouquinho (dificultaram o jogo). Não sei se foi o mesmo round do ninja defuse, porém tiveram um 5v3 e um 4v2 que perdemos e também não podia. Jogar com mais carinho".
"Eu sempre fico um pouco nervosa, não tem como. Nas outras, estou mais tranquila. São erros que, realmente, cometemos, mas não tão frequentes. Vários rounds seguidos e não sei dizer ao certo qual o motivo ou se foi só um motivo. Acho que o começo acaba levando você para esse lado de perder a confiança. Se você não entra aquecida, entra fria, entra com medo de jogar, entra com medo de errar, você vai perdendo a confiança porque você não está fazendo o seu jogo. Você até esquece como jogar direito", continuou.
Depois de sofrer mas vencer a 9 Pandas na estreia, o segundo duelo foi mais duro para a FURIA. Diante da NAVI Javelins, as brasileiras sofreram na Nuke, mapa no qual não perdiam há 7 partidas contabilizadas na HLTV. Mesmo do lado favorável, Olga e companhia saíram atrás e não conseguiram voltar na partida.
"Estamos com histórico meio fraco no lado CT. Não estamos ganhando os pistols, está difícil. No caso, ganhamos o primeiro armado na defesa, conseguimos fazer uns rounds na sequência e chegou a ficar 3-3 e aí desandou. Pessoalmente, não consegui jogar no fora, fui humilhada. A Hanka me colocou o bolso. CT é difícil, se você perde rounds importantes, quebra economia, aí tem que fazer eco e é difícil ganhar eco".
"Foi quebrando a economia, não conseguimos ganhar os armados e sofremos. Sofremos mesmo no primeiro lado e volta aquilo que falei: não ganha pistol, tem o primeiro armado, mas do lado TR e também não ganha. Assim fica um jogo muito difícil de virar. E elas não cometeram tantos erros. A maior diferença que senti foi a leitura que conseguimos contra 9 Pandas, não conseguimos contra NAVI. Estava mais difícil de ler o jogo delas. Elas nos surpreenderam bastante. Tiveram muito mérito", declarou.
O revés diante da NAVI faz com que a FURIA perca sua primeira partida na fase de grupos de um campeonato internacional desde a ESL Impact League Finals S1, quando as brasileiras caíram para a Nigma no primeiro mundial do ano. Na ESL Challenger Valencia e na segunda edição do Finals, a equipe saiu do grupo com duas vitórias. Embora o retrospecto seja positivo, Olga avalia que não foram triunfos fáceis.
"Antes dessa Nuke, quase perdemos para a B4 na segunda temporada da Impact League. Então, tem esse histórico de termos que buscar muitas vezes nessa md1 essa vitória para passar. Nem sempre foram fáceis essas vezes que passamos em primeiro lugar, nem sempre foi fácil. Mas eu acredito muito que somos um time que vai criando confiança no decorrer do campeonato. Vamos chegar na semifinal muito mais fortes do que no primeiro mapa. Nos entendemos mais, estamos acostumadas com setup, ambiente do palco".
Embora derrotada, a FURIA não está com a confiança abalada. Olga admite o favoritismo no jogo decisivo, no próximo sábado, contra qualquer uma das possíveis adversárias e vê a FURIA saindo com a vitória. No entanto, a jogadora sabe que o caminho para a final será mais difícil agora.
"CLG ou 9 Pandas são times que nunca perdemos até agora. São times muito difíceis. Não dá para falar que serão jogos fáceis, mas, historicamente, sabemos que somos favoritas. Então é entrar com cabeça. Preferimos até jogar md3, porém sabemos que, para chegar em outra final, será muito mais difícil porque terá que ganhar da Nigma. Primeiro, antes de pensar na Nigma, pensar nessa md3 para garantir a segunda vaga do grupo e depois, se passar, a gente sabe que vai ser muito mais difícil (chegar na final). Basicamente vai ser uma final adiantada", finalizou.