Medellin? Simplicity? Veja quem comanda o Fla eSports
Flamengo foi o último clube brasileiro de futebol a entrar no competitivo de CS:GO e, assim como muitos outros, não está nos esports por investimento próprio, mas com a marca administrada por outra empresa. O caso Rubro-Negro é ainda mais distante, de sublocação, já que a gerência do Fla eSports não está mais nas mãos da Simplicity, que tem contrato com o clube até o fim do primeiro semestre de 2023, mas sim da Medellin Games.
A fim de entender a real situação do Flamengo nos esports, a Dust2 Brasil procurou o próprio clube carioca, a Simplicity e a Medellin, perguntando as três partes sobre quem é, atualmente, a responsável pela administração do Fla eSports. Do trio, apenas Rafael "Patron" Mendes conversou com a reportagem, via assessoria, mas não de forma completa tendo em vista que respondeu metade das perguntas enviadas.
A "era" Simplicity
A Simplicity assumiu a divisão de esports rubro-negra em 2020, após saída compulsória da antiga gestora Go4It. Para a operação, foi criada a subsidiária Simplicity oNe, na qual chegou a fazer parte a Team oNe. Juntas, administrariam a franquia no CBLOL. A união, contudo, não durou muito e, a mando da Riot Games, a Simplicity comprou a parte da organização brasileira em meados daquele ano por US$ 45 mil. Já ao Flamengo, pelos três anos gerindo a marca, pagou R$ 555 mil em parcelas anuais. Todas essas informações constam em documentos públicos no site da SEC, a comissão de valores norte-americana, e foram verificadas pela reportagem.
Antes com término marcado para 31 de dezembro de 2022, o licenciamento do Flamengo nos esports para a Simplicity foi ampliado até junho de 2023. Neste ano, "em um esforço para focar em operações lucrativas", a Simplicity vendeu a franquia no CBLOL e encerrou operações comerciais no Brasil. À SEC, em documento, informou que operar no Brasil dava à empresa prejuízo mensal de US$ 45 mil. Por R$ 1,920 milhão, vendeu a franquia para a Los Grandes, em cinco parcelas trimestrais iguais.
Entrada da Medellin Games
A Medellin Games começou a fazer parte da história do Fla eSports em agosto deste ano. Segundo o ge, foi firmada uma parceria de 12 meses para gerir a equipe de Free Fire. Por parte da Medellin, foi feito um investimento de R$ 250 mil só para a atual temporada. A união entre Flamengo e Medellin teve dedo da Simplicity, que fez a ponte entre o diretor do Flamengo nos esports, Alef "Sparta" Pires com Patrón. Contudo, nos documentos referentes a Simplicity na SEC, não há menção de uma "passagem de bastão" para a Medellin.
Questionado pela reportagem sobre como surgiu o contato entre Simplicity e Medellin para a costura do atual acordo, Patron respondeu dizendo que "o o contato inicial entre Fla eSports se deu por meio do diretor Alef Pires, que enxergou na Medellin uma excelente oportunidade de reforçar o projeto de eSports do Flamengo e se conectou ao Patron, CEO da Medellin".
Patron ainda explicou que "o acordo inicial se limitava ao Free Fire, apenas, mas como o plano de negócio da Medellin estava muito bem estruturado, resolvemos expandir a parceria e a gestão para outras modalidades, como VALORANT e CS:GO, que já estavam nos planos".
Contudo, sobre a existência de algum acordo firmado entre Medellin e Simplicity para a mudança na gestão e qual é a duração da parceria, o executivo não respondeu.
Perguntado se as decisões sobre o Flamengo eSports são tomadas pela Medellin ou há um conselho entre a organização e a Simplicity, Patron afirmou que "as decisões e planejamentos são realizados em conjunto entre Medellin e Fla eSports".
Quanto ao investimento já feito pela Medellin na divisão de esports do Flamengo, Patron não falou sobre valores: "A Medellin investiu muito forte nessa parceria, como a Arena Rubro-Negro, que será o centro de treinamento dos jogadores de todas as modalidades e também para a criação de conteúdo, estúdios, equipamentos, equipes marketing e etc...". Porém, de acordo com apuração do ge, a organização investiu R$ 2 milhões no projeto voltado ao FPS da Valve.
Já sobre a Medellin pagar algum valor à Simplicity para gerir o Flamengo esports ou receber algum aporte financeiro por parte da organização norte-americana, Patron também não respondeu.