WOOD7 vê MIBR preparado para buscar o Top 8 mundial

"Mais uma vez" de Renato Russo é uma música que Adriano "WOOD7" Cerato certamente poderia usar de fundo ao contar a própria história até a classificação para o primeiro mundial de Counter-Strike: Global Offensive da carreira, o PGL Major Antwerp 2022. Confiando em si mesmo e sempre acreditando que um dia atingiria tal objetivo, o capitão do MIBR estará realizando o sonho a partir da próxima segunda-feira.

Em entrevista à Dust2 Brasil, WOOD7 disse que sentia que era só questão de tempo a partir da quase classificação com a Bravos para o PGL Major Stockholm 2021: "Eu sabia, tanto é que na época eu publiquei que a gente só precisava continuar trabalhando".

"Eu acredito que pessoas que traçam objetivo, trabalham duro e fazem o correto, um dia o sonho dela, os objetivos vão chegar. Eu fiquei muito feliz de ter classificado, muito feliz mesmo, mas eu sabia que as coisas iam acontecer com o tempo. Só bastava a gente continuar trabalhando que os resultados viriam".

Sincero, WOOD7 garante não haver nada "engasgado na garganta" quanto a mudança de regra para o último RMR de 2021 em relação à pontuação que acabou tirando a Bravos da disputa pela vaga no PGL Major Stockholm 2021, apesar da equipe ter vencido dois dos três RMR realizados da última temporada.

"Eu dei uma declaração bem polêmica, mas, na verdade, eu nunca fiquei com essa vibe de engasgado. Eu acho que fizemos uma caminhada muito bonita com o time da Bravos. Viemos do nada e sempre fomos considerados os azarões. Não fazia sentido nenhum eu brigar. O MIBR e a Sharks eram mais merecedores naquele momento. Eu achava que era questão de tempo para evoluirmos e, por mais que eu tenha transparecido que estava indignado, eu estava muito feliz porque estava vendo que o nosso time estava indo muito além do que qualquer um esperava", explicou.

Classificação com gostinho especial

O MIBR fez excelente campanha no RMR das Américas, sendo uma das equipes que terminaram a primeira fase com três vitórias e nenhuma derrota. O único revés aconteceu diante a FURIA no confronto valendo o status Legends.

Nesse campeonato, segundo WOOD7, a vitória que deixou o jogador mais feliz foi a obtida contra a Imperial pelo fato de, na equipe adversária, estar o responsável por fazê-lo voltar a competir no CS:GO. Nada mais, nada menos que Gabriel "FalleN" Toledo.

"Esse dia, somado ao fato da vaga, pra mim, profissionalmente falando, foi o dia mais feliz que já tive no CS:GO por estar vencendo pessoas que eu sempre admirei, que eu sempre acompanhei. Eu voltei a jogar CS porque eu assisti toda a caminhada do FalleN. Eu me via nele e conseguir essa vaga, contra eles, se estivesse escrito em algum lugar, eu não acreditaria. Eu fiquei muito feliz, mas respeito muito os jogadores de lá"

Também na opinião de WOOD7, pelo hype criado pela comunidade em cima da Imperial e também por muitos colocarem tal time como um dos favoritos no RMR, a vitória e a campanha na seletiva serviram para todos verem a força do MIBR.

"Acredito que sim, que o MIBR está entre os três melhores times brasileiros. Isso é incontestável. Temos que continuar trabalhando porque, da mesma forma que outros times do passado ascenderam, eles decaíram muito rápido. Não podemos subir em nenhum salto alto, mas eu acho que, hoje, já criamos respeito de praticamente toda a comunidade, que somos um time que veio para ficar, que viemos para representar o Brasil da melhor forma", afirmou.

Time de guerreiros

Muito aconteceu na carreira de WOOD7 daquela seletiva com a Bravos até a classificação já vestindo a camisa do MIBR. Uma das mudanças foi a de equipe, com o jogador sendo contratado pelo Made in Brazil em outubro de 2021 junto do companheiro Matheus "Tuurtle" Anhaia. A dupla, pouco tempo depois, ganhou a companhia do também ex-Bravos Jhonatan "JOTA" Willian.

Com o atual elenco, muitos apontam que o MIBR está vivendo o melhor momento desde a saída da escalação liderada por FalleN devido aos bons resultados obtidos por WOOD7 e companhia. E o capitão concorda que, com o time que a vem representando, a tag reencontrou o caminho para o topo mundial.

"Todos os objetivos que traçamos quando eu entrei, com a comissão antiga e com a nova, nós atingimos. Alguns tropeços aconteceram, mas os principais objetivos que elencamos, que era classificar para o Major, conseguir a vaga para a Pro League e vitória na BLAST para o time se manter. Todos esses objetivos, cumprimos. Ganhamos do melhor time do mundo na BLAST, tivemos uma caminhada muito bonita", analisou

"Acredito que hoje, sim, o time está preparado para dar um próximo passo em busca dos 5-8 melhores do mundo".

Uma característica da equipe bastante elogiada pela comunidade é a vontade de vencer, a garra que os jogadores mostram durante as partidas. WOOD7 apontou que o MIBR tem "pessoas com perfis muito fortes", como o JOTA e o Marcelo "chelo" Cespedes: "Os dois têm muito sangue, muita vontade de vencer e isso se soma a exit, tuurtle e a mim, que somos mais metódicos, menos passionais e mais na razão. Eu acho que esse misto é muito bom porque a gente acaba combinando a garra dos moleques com um pouco da consciência. Esse é o MIBR com muita vontade sim, mas não desmereço o elenco antigo", opinou.

Preparação para o Major

Antes do PGL Major Antwerp 2022, o MIBR teve um último compromisso, que foi a divisão americana da BLAST Premier Spring Showdown 2022. O time acabou caindo na semifinal após derrota para a paiN por 2 a 0.. Questionado se tal revés preocupa, WOOD7 respondeu que não.

"Quando chegamos nos EUA para competir por lá, sabíamos que a paiN seria um dos times mais duros. Por felicidade, vencemos eles de forma seguida e a gente sabe como é duro o CS, onde num dia você vence e no outro você é derrotado. Naquele dia foi um dia em que jogaram melhor. É um time muito forte e acho que eles têm muito potencial individual. Mas eu não fiquei triste não e não fiquei preocupado porque sei que saímos melhor daquele jogo. Derrotas são boas para amadurecermos. Vocês podem esperar o MIBR mais forte nesse Major por conta daquela não classificação", afirmou.

O MIBR já se encontra na Europa finalizando a preparação para o Major. Segundo WOOD7, por mais que o time tenha pouco tempo para treinar, "a gente já está com a pool montada e tudo organizado já faz muito tempo. Então, estamos usando esse período curto para lapidar, pegar coisas novas e se reinventar um pouco. No fim vai ser bom porque não vamos ter aquela jornada extensa de treinos, o que acaba fadigando o jogador. Esse período curto de bootcamp vai ser muito bom, que nós vamos chegar no momento certo preparados".

WOOD7 e os companheiros já sabem contra quem vão estrear. Será contra a Outsiders, a Virtus.pro, que não está podendo utilizar a tag da organização por sanção dada pela PGL por conta da guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia.

Na opinião do capitão, a Outsiders não é o pior adversário que o MIBR poderia enfrentar na estreia por conta do momento vivido pelo time liderado por Dzhami "Jame" Ali. "Mas, como contraponto, eu já vi muito time que estava em uma fase não tão boa que cresce muito em campeonato. Então, a gente vai ter que esperar o momento para dar uma resposta melhor", disse.

"Acho que vai ser um jogo muito bom. Os dois times têm estilos distintos. Por isso, acredito que a gente pod ever um placar que pode tender a ser elástico para qualquer um dos lados porque são dois estilos que se anulam".

Quanto a um objetivo mínimo traçado para este Major, WOOD7 não titubeou ao afirmar que é "conquistar a vaga para o Legends. Claro que, dependendo dos adversários, cruzamentos, a gente sabe que essa caminhada pode ser dura. Todos os times são muito bons e essa seria a nossa meta inicial". Já em relação a uma meta maior, o capitão fala de repetir o que a FURIA fez no PGL Major Stockholm 2021.

"Seria legal nos classificarmos para o stage. Se chegarmos nesse nível, estou realizado", completou.

Sticker amado pelo público

Já antes de estrear no Major, WOOD7 chamou a atenção da comunidade pela assinatura que escolheu para ficar imortalizado no Counter-Strike: Global Offensive. O sticker mescla o nome do próprio jogador com o desenho infantil Pica-pau.

WOOD7 deu mais detalhes sobre a elaboração do adesivo, falando que teve a ideia quando ainda estava nos EUA: "Eu nunca havia feito essa assinatura, mas eu precisava fazer alguma coisa que arremetesse a algo legal, algo que tivesse significado com a minha vida".

Falando um pouco mais sobre a origem do próprio nick, WOOD7 apontou que "muitas pessoas acham que a palavra wood é baseado no Toy Story, mas é no Pica-pau. Então, eu abri uma imagem do desenho no google e eu consegui imaginar o semblante dele sorrindo, com o topete dele no W e os dois olhos. Eu só precisava complementar. Minha namorada deu a ideia de fazer um graveto. até ficou muito fino e nem da para ver. O Y é um graveto, uma madeirinha, só que ficou muito fino o traço e não dá para ver direito. É como se fosse uma arvorezinha".

"Sobre o sticker em si, sempre tive uma ligação muito forte com meu pai. Na minha infancia ele almejava que eu fosse jogador de futebol e, por ele fazer essas coisas comigo, sempre me apoiando, eu criei uma ligação muito forte com ele. Uma das coisas que fazíamos era assistir Pica-pau depois dele chegar do trabalho. Ele sentava comigo e assistia. O meu nick wood é por causa disso. Eu botei porque era algo que eu gostava de fazer e fazia com ele".