biguzera diz que paiN "exorcizou demônios" ao vencer BLAST

A trajetória da paiN até o título da divisão americana da BLAST Premier Spring Showdown é marcada por vitórias contra equipes que estão no primeiro Major da temporada e que também são "pedras no sapato" do time em outros torneios. Por conta disso, em entrevista à Dust2 Brasil, Rodrigo "biguzera" Bittencourt afirmou que o quinteto "exorcizou demônios" ao passar por Liquid, MIBR e FURIA.

"A gente até brincou aqui dentro que a gente meio que eliminou todos os nossos demônios. Exorcizamos os nossos demônios. Ganhamos da Liquid, que tínhamos ganho antes, mas perdemos no RMR; ganhamos do MIBR, que eram sete derrotas em sequência (em mapas), e agora ganhamos da FURIA, para logo encerrarmos esse jejum contra todos esses times", disse.

Segundo biguzera, as três vitórias foram importantes para o aumento da confiança. Contra a Liquid, "trouxe uma confiança que foi muito importante para o restante do campeonato, e as vitórias contra MIBR e FURIA para trazer confiança para o restante do ano".

Além disso, o jogador disse que o triunfo contra a FURIA teve um gosto a mais pelo fato do rival ser, atualmente, a referência do Brasil. "Essas vitórias só mostraram que estamos no caminho certo e que podemos chegar muito mais longe do que a gente realmente está", completou.

No tier 1

A paiN é uma das equipes brasileiras que competem na América do Norte, mas que parte da comunidade ainda não aponta dentro do tier 1 da região. Contudo, na opinião de biguzera, o título na repescagem da BLAST mostrou que a equipe, sim, faz parte desse grupo.

"Esse campeonato mostrou isso, que a gente tem bala para trocar e que a gente consegue ganhar de qualquer time", analisou. Mas, na opinião do jogador, existe uma diferença entre paiN e os times que estão no topo há mais tempo, que está relacionada a consistência.

"É você manter esse ritmo sempre, essa maturidade de jogo e essa confiança que é o diferencial de um time top para um time que está quase no topo, que está quebrando essa barreira. Espero que esse campeonato (BLAST Finals) traga essa confiança para nós, para mantermos esse ritmo contra qualquer time e manter essa consistência no nosso jogo também", completou.

Volta por cima

O título da paiN na BLAST aconteceu após um importante tropeço da equipe neste início de temporada, a não classificação para o PGL Major Antwerp. Mostrando resiliência, biguzera disse que tal insucesso foi importante para a conquista no Showdown.

"Meio que foi uma reviravolta porque a não classificação para o Major meio que resultou diretamente nessa vitória. Fizemos algumas mudanças depois, sentamos e conversamos sobre o que estava dando errado. Mudamos posições e fizemos algumas mudanças internas também. Tudo isso foi, com certeza, o principal fator para a gente ter ganho essa classificação para a BLAST", opinou.

Quanto ao trabalho feito nos bastidores para o tropeço no RMR das Américas não atrapalhar o ritmo nas competições seguintes, biguzera afirmou que o mental da paiN "sempre foi muito forte".

"É lógico que é ruim ficar de fora nesse Major até porque participamos do último. Então, se a gente participa de novo, dá mais força para nos classificarmos para o do Rio. É chato, é uma situação ruim, mas não podemos ficar preso às derrotas. Temos que superar e ir para cima", afirmou.

Individual em alta

biguzera sempre foi um dos expoentes da paiN desde que passou a fazer parte do elenco. Não foi diferente nesta BLAST Showdown, na qual o jogador terminou com os melhores números do torneio.

Analisando a própria performance, biguzera disse que após a BLAST conseguiu dizer que desempenhou bem: "Meu desempenho foi muito bom. Eu consegui jogar totalmente o jogo que eu sei jogar e fazer tudo o que sei fazer para ajudar o time".

Ainda segundo bigu, o bom desempenho se deve a mudanças próprias após o RMR das Américas. "Eu vim de um campeonato ruim lá no RMR e, quando eu voltei, eu tava meio me sentindo abaixo. Eu decidi que ia fazer mudanças comigo mesmo e comecei a me dedicar 300% a mais porque a sensação de não ir para o Major é um balde de água fria. Eu não fiquei para baixo, eu comecei a me dedicar o triplo do que estava e eu comecei a mudar muita coisa na minha vida. Pelo visto deu certo e funcionou legal", explicou.

Adaptação de Nython

A repescagem da BLAST foi a primeira conquista da paiN após a mudança no elenco no início deste ano. Em janeiro saiu saffee, substituído por Gabriel "nython" Lino. O triunfo contra a FURIA aconteceu no primeiro reencontro entre paiN e o antigo awper da equipe. O triunfo contra o ex-companheiro é indiferente para biguzera

"Em relação ao saffee, para mim, é um pouco indiferente porque eu torço muito para o sucesso dele. Eu preferiria ganhar de outra pessoa. Eu gosto dele e sei o quanto ele trabalha para estar lá", apontou.

Quanto a adaptação de nython, biguzera afirmou que o novo awper tem um estilo bem diferente do anterior: "A gente tem conversado bastante sobre como se adaptar a isso. Inclusive, em alguns mapas, a gente fez algumas mudanças de posição porque ele se sentia mais confortável".

biguzera completou dizendo que "basta a gente deixar ele o mais confortável possível e a gente adaptar o nosso jogo em cima do dele até porque ele tem uma função bastante impactante. Como o core está há mais tempo junto, a gente consegue se adaptar melhor a ele do que ele a nós. Acho que isso está dando certo".